vinte e cinco

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- Marília... - Maraisa gritou em meio a risos quando sentiu Marília levantá-la no meio da rua e rodopiá-la no ar. - Me põe no chão. - Ela pediu, soltando um gritinho quando Marília fingiu que iria derrubá-la.

- Desculpe, é que foi gol, Mara. - Ela disse, descendo Maraisa e a abraçando animada. Depois que saíram do restaurante viram uma aglomeração na praça e Maiara, como sempre festeira, teve que ir ver do que se tratava. A seleção de seu país jogava e a lanchonete da frente distribuiu mesas e cadeiras por toda a praça, servindo as pessoas.

Elas tomaram seus assentos por ali e pediram uma cerveja, mas quando saiu gol todas já estavam altas demais. Certamente dormiriam na cidade, Marília não estava em condições de dirigir.

- Eu prefiro comemorar de outro jeito esse gol. - Maraisa falou sorrindo.

- E como?

- Não sei se tenho permissão de te beijar na frente das suas irmās. - Maraisa sussurrou e Marília sorriu.

- Elas fingem que não veem, não sei por qual razão. - Marília disse rindo, - Mas você tem permissão de me beijar quando e onde quiser. - Sussurrou.

- Vou manter isso em mente. - Maraisa disse se inclinando e tocando seus lábios nos de Marília. O beijo não demorou muito porque o lugar estava lotado e elas não queriam dar um show ao vivo, por isso se sentaram. Marília na cadeira e Maraisa em seu colo.

- A Paula vai sobrar esta noite. - Maiara disse, fazendo as garotas Ihe olharem.

- Não vou. Lua dormirá comigo. - Ela disse determinada e Maraisa sorriu.

- Promete cuidar do meu bebê pela noite? - Maraisa perguntou em um bocejo e Paula sorriu.

- Só se você prometer cuidar do meu.

- Hey, eu não sou bebê. - Marília protestou.

- Você e Maiara sempre serão meus bebês. - A loirinha disse orgulhosa, desviando sua atenção para a televisão.

- Eu não entendo por que não passam a bola para o cara com o apito. - Maraisa falou e várias cabeças se viraram em sua direção, inclusive de pessoas desconhecidas. Maraisa corou e se virou de lado, enterrando sua cabeça na curva do pescoço de Marília. - Eu não entendo de futebol, oras. Lila, diz para eles não me olharem. - Ela disse envergonhada e Marília riu.

- O cara do apito é o juiz do jogo, Mara. - Marília disse pacientemente, acariciando as costas da menor. - Ele não joga. Só está ali para garantir que ninguém irá infringir as leis do jogo.

- Oh! - A menor disse, mas não adiantava, ela não gostava de futebol e, por esta razão, adormeceu no colo de Marília alguns minutos depois.

[...]

O par de olhos castanhos se abriu confuso. Maraisa se assustou por alguns instantes ao ver que estava sozinha na cama, mas sorriu mais tranquila ao ver Marília sair do banheiro.

- Hey.. Dormi enquanto você tomava banho. - Maraisa disse e Marília riu.

- Você está uma dorminhoca hoje. - Marília disse, engatinhando na cama e dando um selinho em Maraisa. Estavam em um hotel próximo a onde deixaram o caminhão, buscaram Lua e fizeram o cadastro. Maraisa foi a primeira a tomar banho e acabou dando um cochilo quando viu que a maior demorava demais.

- A culpa é do vinho. Sempre me dá sono. - Maraisa disse se aconchegando no corpo de Marília.

- Desculpe ter te acordado.

- Não se desculpe. Gosto de dormir sabendo que estou com você. - Maraisa disse ainda sonolenta, sentindo o vento frio adentrar as frestas da janela e se arrepiou. - Hoje está mais friozinho do que nos últimos dias.

- Quer que eu peça outro cobertor? - Marília perguntou e Maraisa negou.

- Só me abraça que o frio vai embora. - Pediu e Marília acatou, circundando um braço em volta da menor, que estava deitada sobre se teu peito. O silêncio se instaurou e quando o sono estava, finalmente, chegando para Marília, Maraisa voltou a falar.

- Você ficou falando só de mim e de coisas aleatórias e acabei de perceber que você não me falou nada sobre a sua vida.

- Não tenho muito o que falar. Eu, Maiara e Paula fomos adotadas ainda muito pequenas. Minha mãe adotiva morreu quando eu era bem nova e meu pai era um homem maravilhoso, descontraído, divertido, brincalhão e doce. - A voz saiu nostálgica. - Seu jeito me lembra dele.

- Sinto muito que ele tenha partido. - Maraisa disse, depositando um beijo na clavícula de Marília.

- Eu também. - Marília disse em um suspiro.

- Lila, faz carinho? - Maraisa pediu de olhos fechados. - Você sempre faz e agora não está fazendo. - Maraisa disse com a voz um pouco mais dengosa. Marília assentiue levou sua mão ao couro cabeludo de Maraisa, acariciando a região. - Eu estou triste... - Maraisa confessou em um sussurro.

-O que você tem, morena? - Marília perguntou.

- Não sei. Talvez tenha sido o álcool, mas uma sensação de vazio me preencheu. - Ela disse baixinho. - Eu nunca tive ninguém que prestasse a atenção em mim e agora que... - Maraisa suspirou e negou com a cabeça. - Não dê ouvidos ao que eu digo.

- Hey, eu sempre darei ouvidos ao que você diz. Me diz uma coisa... E seu pai, onde está?

- Em algum lugar do mundo. Talvez em baixo da
terra, não sei. Não conheci.

- Mas foi registrada?

- Sim, o Pereira é dele, mas realmente não quis procurar. Não me interessa buscar alguém que me abandonou ainda criança.

- Entendi. - Marília disse. O silêncio voltou a se instalar no ambiente e logo a risadinha de Maraisa se fez presente.

- Lila?

- Sim?

- Aquele seu livro é sobre o que? - Marília riu e negou com a cabeça.

- Durma Maraisa. - E essa foi a válvula para fazer a garota erguer o corpo e lhe fitar.

- Diz, por favor? Eu prometi não mexer mais nas suas coisas ou invadir o seu espaço, mas sou muito curiosa e vou morrer se você não contar. - Marília riu ao ouvir o drama da menor.

- Certo. É romance.

- E qual parte te excitou?

- Como?- Marília perguntou confusa.

- Você estava, bem.. não que eu seja uma pervertida, mas você estava sem sutiã naquela outra noite e eu vi seus seios enrijecidos. Você também se remexia inquieta.

-Certo. É um romance erótico, tudo bem? Gosto de estórias assim. - Marília confessou, dando-sepor vencida.

- Depois me diz o nome? Quero ler também.

- Digo. - E, ao se sentir menos agitada, Maraisa voltou a se deitar.

- Lila? - Marília riu e assentiu, já sabendo o que a garota iria pedir. Voltou a afundar suas mãos nos cabelos sedosos de Maraisa. - Boa noite, Lila.

- Boa noite, Mara.

gente, me chamem lá no whatsapp, quero amigar com vocês!

82 996871205

Destino Incerto - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora