vinte e dois

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- Eu me sinto realmente grande daqui de cima. - Maraisa disse rindo. Estavam em um posto de gasolina de beira de estrada abastecendo. Maiara, Naiara e Paula não poderiam perder a oportunidade de irem comprar coisas para comer, já que havia uma pequena mercearia ali por perto. - Parece que estou em um lugar secreto e ninguém pode me ver daqui. - Disse, soltando a doce melodia que era sua risada.

- Maraisa, estou falando sério. - Marília disse e Maraisa se aconchegou mais em seus braços. Ela estava encostada sobre o peito de Marília naquele momento.

- Um jantar?

- Sim. - Marília disse. - Tem um restaurante nesta rodovia é hm, não é nada chique, mas o lugar é bonito.

- Eu não tenho roupas para ir a um jantar com você. - Maraisa disse, se afastando dos braços de Marília e se virando para ela.

- Sua unânime presença é tudo o que importa. - Marília disse sorrindo. - Pode pegar algumas roupas minhas se quiser. - Maraisa sorriu e Marília enrubesceu. - Olha, eu sei que essa coisa que a gente tem é, hm, casual, mas eu realmente gostaria de te levar para jantar.

- Seus princípios são muito tradicionais, hm? - Maraisa brincou.

- Se não quiser eu, bem, eu vou entender. Não temos nada... - Ela disse esfregando uma mão na outra em sinal de nervosismo.

- Eu adoraria sair para jantar com você esta noite, Marília. - Maraisa falou e se inclinou, pincelando seus lábios nos de Marília.

- Jura? - Marília perguntou e Maraisa assentiu, resvalando sua mão pela pele macia das pernas de Marília em uma carícia sem malícia.

- Claro que sim. Que mulher no mundo seria capaz de te dizer não? - Maraisa perguntou retoricamente e voltou a tocar seus lábios nos de Marília.

- Não sei, mas fico feliz de você não ser uma delas. - A maior respondeu contra a boca da menor, levando Maraisa para seu colo e aprofundando o beijo. - Mara...

- Hm...? - Murmurou contra a boca de Marília.

- Sua gata está lambendo a minha mão. - Os olhos de Maraisa se desviaram para baixo do volante, onde Lua estava. O animal lambia a pele da mão de Marília de olhos fechados, com a expressão de puro deleite.

- Hey... Só eu posso passar a minha língua nela, sua pervertida! - Maraisa brincou, gargalhando alto ao ver a gata parar o que fazia e olhar para sua dona. - Boa garota.

- Ela é linda. - Marília disse sorrindo e a gata voltou a lamber a pele da mão de Marília que repousava sobre o banco.

- Não acredito! Perdi minha garota para a minha gata. - Maraisa disse fingindo incredulidade.

- O que posso fazer? Ela é adorável. Foi legal o nosso lance, mas a Lua roubou o meu coração.

- Espero que ela te faça gozar gostoso igual eu fiz então. - Maraisa disse e cruzou os braços.

- Ew, Mara. Imagina só transar com uma gata, credo, sua nojenta! - Marília disse fazendo uma careta.

- Eu transei com uma ontem. - Maraisa sussurrou, envolvendo seus dois braços ao redor do pescoço de Marília. - Ela tinha olhos castanhos e uma boca deliciosa.

- Ah, é? - Marília sorriu de canto e olhou para Lua. - Sinto muito, colega, mas Maraisa me ganhou. - Ela disse, removendo a mão que a gata lambia e circundando os braços ao redor de Maraisa.

- Eu gosto tanto de estar com você. - Maraisa confessou em um suspiro, encostando sua testa na de Marília. Seu sorriso vacilou ligeiramente ao pronunciar isso. - E eu nem tenho mais a droga de um telefone para manter contato com você quando chegarmos em San Diego.

- Bem, mas eu tenho. - Marília disse. - Eu posso anotar em uma folha de papel e, bem, se um dia você arranjar outro celular saberá onde me encontrar. - Marília disse.

- Gostaria de voltar a me ver? - Maraisa perguntou em expectativa. Seus cílios baixaram na direção de seus corpos colados e logo se levantaram vagarosamente na direção de Marília.

-Eu gostaria de nunca deixar de te ver...- Marília confessou baixinho, limpando a garganta e prosseguindo. - Mas como isto não é uma opção, então sim, eu gostaria muito de voltar a te ver. - O sorriso de Maraisa foi dando forma ao seu rosto, fazendo Marília abrir um sorriso tão lindo que fez a menor suspirar.

- Tudo em você precisa mesmo ser tão sexy assim? - Maraisa perguntou rindo. - Eu gosto desse teu jeito assim.. - Ela começou, mordendo a pontinha de seu lábio inferior.

- Assim como? - Marília perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- Caminhoneira. - Maraisa respondeu, gargalhando no momento seguinte.

- Não teve graça. - Marília disse, colocando um lindo bico para enfeitar seus lábios.

- Eu estou falando sério. - Maraisa respondeu sorrindo.-Caminhoneiras,vaqueiras...simplesmente me excitam. - Ela disse.

- Oh, então se uma vaqueira aparecer por aqui ela irá encharcar a sua calcinha? - Marília perguntou franzindo os olhos.

- Se for você usando uma roupa ou um chapéu daqueles... - Maraisa sussurrou, Sorrindo diabolicamente antes de encostar seus lábios nos de Marília. - Com certeza.

- Você gosta de brincar com fogo, nāo é? - Marília perguntou, respirando fundo.

- Gosto de brincar com outra coisa. - A mais nova disse, beijando Marília, dessa vez, mais fundo.

Sua língua deslizando para dentro da boca de Marília fez a mais velha apertar mais Maraisa contra seu corpo. A maior sentiu as mãos de Maraisa começarem a passear por suas pernas e abriu um olho, não separando o beijo, apenas para verificar se ninguém se aproximava, afinal a porta do lado do passageiro estava aberta. Seu olho voltou a se fechar quando viu que não tinha ninguém ali e quando a mão de Maraisa desceu até sua intimidade, por cima da roupa, Marília ouviu uma alta tosse de Naiara, fazendo Maraisa se afastar na mesma hora.

- Vamos para o caminhão, então, meninas! - Naiara gritou alto demais e Maraisa riu, sabendo que ela tinha visto e fingido que não. A tosse foi para avisá-las que estavam voltando.

- Elas estão muito estranhas hoje. - Marília falou. - Naiara nunca foi de gritar.

- Deve ser a empolgação de estar indo para San Diego. - Maraisa disse, vendo Marília assentir e sorrir para ela. - Linda. - Maraisa sussurrou e mandou um beijinho no ar para Marília, fazendo a garota suspirar bobamente.

- Chega para lá porque a comida chegou. - Maiara disse empolgada, empurrando Maraisa e passando para a boléia.

- Hey, há espaço suficiente para todas, não precisa me empurrar. - Maraisa brincou, rindo.

- Não raciocino direito com fome, desculpe.- Maiara respondeu e Maraisa riu, vendo todas entrarem no caminhão.

Destino Incerto - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora