quinze

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As linguas se encontraram com ternura e, ao contrário do que Marília pensava, Maraisa não pareceu sedutora e provocante, senão imersa e entregue àquele beijo. Marília sentiu seu peito inflar por uma sensação estranhamente boa e nova; Como se seu estômago estivesse prestes a roncar, no entanto apenas vibrava sozinho e calado; um pouco acima de seu ventre a sensação era de mil pedras de gelo tocando o local; uma espécie de adrenalina tomou conta de todo o seu corpo e ela apertou mais os braços ao redor de Maraisa. A menor arfou na boca de Marília e separou o beijo, sentindo-se tímida por ter acabado de fazer algo que não deveria.

- Desculpe. - Ela pediu abaixando a cabeça, meio aturdida ainda pelas sensações. Marília tocou o indicador e o polegar em seu queixo e guiou o rosto fino até encontrar seus olhos.

- A única a pedir desculpas aqui sou eu. - Marília disse calmamente. - E acho que preciso me desculpar por outra coisa agora.

- Pelo que?

- Por isso. - Ela sussurrou, voltando a tocar seus lábios nos de Maraisa. Os lábios gelados e macios eram deliciosos e Marília precisava provar mais deles.

Por um instante ela esqueceu que a chuva caía sobre elas e que o frio castigava seus corpos. Seus sentidos estavam todos focados em Maraisa e nas reações que seu corpo sentia ao estar assim com ela. Havia meses que não beijava ninguém, mas ela tinha certeza que jamais provara lábios mais adocicados e suaves do que os da garota que naquele momento a beijava.

Maraisa adentrou uma mão em seus cabelos e arrastou as unhas em seu couro cabeludo, tendo a outra mão apertando a camisa ensopada de Marília sobre a região da cintura. A mais nova sugou o lábio inferior de Marília e deu um longo selinho na maior, sorrindo de forma contida, tendo seus olhos ainda fechados.

- Se eu pedir agora para voltar para o caminhão comigo você iria? - Marília sussurrou e Maraisa mordeu a bochecha na parte interna, respirando fundo e assentindo. Marília entrelaçou seus dedos branquelos nos dedos finos e compridos de Maraisa e a puxou para o caminhão. Maraisa entrou no veículo e olhou sem graça para Marília.

- Eu disse que não queria molhar seu caminhão. - Ela disse baixo. - Poderia se virar? - Marília bufou e Maraisa sorriu. - A menos que não se importe. Eu já fiquei nua em sua frente e não me importo em...

- Eu viro. - Marília disse quase em um resmungo e se virou. Maraisa retirou o vestido molhado de seu corpo e logo em seguida a calcinha. Procurou ali por trás o outro vestido e o vestiu sem calcinha mesmo. O clima dentro do caminhão era quentinho e Maraisa agradeceu mentalmente.

- Pronto. - Marília se virou novamente e a encontrou já vestida. -- Agora você precisa se vestir com algo seco. - Maraisa avisou e Marília entortou a boca.

- Não tenho nada seco aqui em cima. - Reclamou. - Vou ter que ir lá atrás e aquelas fofoqueiras vão querer saber o que houve. - Maraisa sorriu.

- Você poderia dizer que atolamos e você foi tentar colocar algo embaixo para o caminhão sair. - A menor disse e Marília sorriu, assentindo. Voltou a abrir a porta e em menos de dez minutos estava de volta.

Seus olhos analisaram as coxas de Maraisa, que agora estava na boléia, e pararam no vão do vestido. Marília prendeu a respiração quando viu que a garota não usava calcinha, mas estava distraída demais com a gata para
perceber que estava exposta. Ela desviou o olhar e respirou fundo.

- Vamos descansar. -- Ela disse solenemente.

- Deita aqui comigo? Estou com frio por ter vestido a roupa seca com o corpo molhado e meu cabelo, bem, ele está encharcado ainda. - Marília pensou um pouco e assentiu, passando para trás do caminhão e entregando
algo para Maraisa.

- Trouxe para você. Enxuguei mais ou menos os meus lá atrás. - Marília disse, entregando uma toalha para Maraisa. A mais nova jogou seus cabelos para a frente e os enxugou por um tempo, para logo a deixar em um canto e olhar para Marília.

- Obrigada. - Ela disse, se deitando e dando três palmadas ao seu lado. Marília entendeu o recado e vagarosamente se deitou de frente para Maraisa.

- Desculpe de novo? - Marília pediu baixinho. - Eu realmente não quis te faltar com respeito ao dizer aquelas coisas. Fui rude, desnecessária, baixa e...

- Marília! - Maraisa chamou, rindo. Segurou a mão de Marília que se movia no ar em sinal de pleno nervosismo e entrelaçou seus dedos nos dela. - Eu sei que você não quis dizer aquilo.

- Mesmo assim... - Os olhos castanhos foram para suas mãos entrelaçadas e ela se sentiu ainda pior, - Eu jamais pensei nada assim de você. Preciso que saiba. - Maraisa assentiu e aproximou seu corpo.

- Eu sei. - Ela disse baixo, se inclinando e capturando os lábios rosados de Marília nos seus. Viu que a garota não protestou e comemorou internamente. Marília, ao
sentir as línguas entrarem em contato, soltou da mão de Maraisa e segurou sua cintura, apertando a região e puxando Maraisa para ficar por cima dela, mais confortável para ambas devido ao pouco espaço.

Se arrependeu instantaneamente ao se lembrar que Maraisa não usava calcinha. Maraisa mordiscou seu lábio inferior para logo voltar a introduzir sua língua na boca de Marília e a maior gemeu baixinho ao não resistir e levar suas duas mãos até a bunda de Maraisa, apertando a carne por baixo do vestido curto.

Maraisa arfou em sua boca e passeou sua mão pelo corpo da maior, até chegar no seio de Marília, o segurando com vontade e sentindo seu centro pulsar ao ouvir Marília gemer de maneira rouca e levar uma de suas pernas ao meio das pernas de Maraisa. A menor gemeu um pouco mais alto por ter sido pega de surpresa e afundou as unhas da outra mão na carne da cintura de Marília.

- Eu estou sem calcinha. - Maraisa sussurrou, sentindo Marília movimentar a perna novamente em seu centro.
- Por Deus, pare! Ela suplicou com a respiração entrecortada.

- Por que? - Marília perguntou sentindo o sangue correr mais rápido por suas veias.

- Porque eu estou muito... - Maraisa sussurrou arrastando os dentes levemente pelo pescoço de Marília. - Muito excitada e isso vai molhar a sua calça.

- Se eu tirar a calça acaba o nosso problema então.- Marília disse e Maraisa lhe fitou embriagada de desejo.

- Tem certeza? - Marília levou uma de suas mãos até o meio das pernas de Maraisa e deslizou dois de seus dedos com vontade pela região externa, sentindo o quão lubrificada a garota estava. - Oh, céus... Que delícia!
- Maraisa gemeu baixinho, se inclinando e tomando os lábios de Marília em um beijo mais intenso.

Uma grande batida na porta fez Maraisa pular assustada e Marília remover a mão de onde estava.

- Abre a porta. Está chovendo muito! - A voz de Paula ressurgiu do lado de fora e Maraisa se ajeitou enquanto Marília corria em abrir a porta, murmurando mil palavrões no caminho. - Oh, graças a Deus.

- O que faz aqui? - Marília perguntou, tentando não dar evidências de sua frustração.

- Você nós acordou e Nai e Maiara começaram a transar. Eu que não vou ficar lá empacando ou assistindo uma foda. - Ela disse secando as gotas de chuva que a tocaram. - Odeio atrapalhar gente transando.

- Ah. - Marília disse, pulando para a parte de trás novamente e se deitando ao lado de Maraisa. - Durma aí na frente, então. - Ela disse, sussurrando um "me desculpe" para Maraisa antes de fechar os olhos.

Maraisa olhou para Paula e sorriu, antes de se deitar e bufar. Mais uma noite que ela dormiria sentindo sua intimidade pulsar. Era alguma brincadeira mesmo, deveria ser!

Destino Incerto - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora