O barulho dos pássaros gorjeando fizeram o subconsciente de Maraisa despertá-la; seus olhos se abriram e uma ruga se formou em sua testa ao constatar que ela estava sozinha. Onde Marília estaria? Era, de fato, cedo demais ainda, mas o sol já esquentava sua pele mesmo através do vidros do caminhão.
A garota se espreguiçou e saiu do caminhão para escovar os dentes e assim que terminou guardou sua escova novamente. Bufou ao olhar em volta e não ver Marília. Será que ela estaria lá atrás com as meninas? Ela havia dito que elas não acordavam tão cedo.
- Procurando por mim? -- A voz rouca fez Maraisa dar um gritinho de susto, erguendo os olhos para seguir a direção da voz.
- O que faz aí em cima? -- Ela perguntou ao ver que Marília estava em cima do caminhão.
- Contemplando a natureza.
- Como subiu aí? -- A curiosidade de Maraisa era algo sempre presente.
- Por quê? Quer vir também? - Maraisa assentiu e Marília riu. - Entrei pela janela do caminhão. - Ao ver Maraisa franzir o cenho Marília riu novamente. - Entre no caminhão e feche a porta. - Maraisa obedeceu.
- E agora?
- Agora passe pela janela e fique em pé escorada nela. - Maraisa pareceu insegura, mas seguiu as instruções da voz. - Vem, eu te ajudo. - Marília lhe ofereceu a mão e o toque cálido fez Maraisa esquecer o medo que estava de cair.
- Uau! - Maraisa expressou encantada com a visão assim que chegou ao topo do caminhão, sem jamais se soltar do toque macio das mãos de Marília. -- Isso é incrível. - O sorriso de Marília foi genuíno e ela assentiu com a cabeça.
- Sempre subo aqui quando estamos em algum lugar bonito assim.
-Gosta de belas paisagens, hm?- Maraisa perguntou sorrindo e se ajeitou sentada ao lado de Marília, fitando a bela vista com os joelhos dobrados, mas ainda não soltava da mão branca.
- Eu adoro. - Marília respondeu admirando o
horizonte. Maraisa olhou de soslaio para Marília e sorriu discretamente.- Eu acho que eu também. -- A brisa suave da manhã esbarrava-lhes a pele trazendo sensação de conforto.
- Posso te fazer uma pergunta?-Claro.
- Por que é sempre tão séria? - Perguntou, virando sua cabeça para olhá-la. -- Notei que você tem um lindo sorriso, deveria usá-lo mais vezes.
- Acho que esse é meu jeito. - Marília respondeu dando de ombros.
- Sempre foi assim? - Marília riu fraco e negou com a cabeça.
- Não. - Respondeu em um longo suspiro, -- Acho que em algum ponto da minha vida eu me fechei. - Maraisa entrelaçou seus dedos com os de Marília e lhe fitou em busca de aprovação. Marília nada disse e por isso ela permaneceu assim.
- Precisa de mais diversão em sua vida. - Maraisa disse e Marília franziu o cenho.
- Mas eu me divirto. - Maraisa riu e assentiu.
- Otimo saber disso. Está vendo aquele rio?- Perguntou apontando para algum lugar do outro lado da rua. - Poderíamos dar um mergulho, que tal?
- Não sei...
- Vamos lá... Você disse que se divertia. - E, diante daquele par de cilios piscando em um pedido silencioso para que aceitasse, Marília não conseguiu recusar.
- Tudo bem. - Disse bufando e Maraisa sorriu, soltando do toque da mão de Marília para bater palminhas de entusiasmo. Desceram do caminhão e atravessaram a rua correndo, tendo em vista que por ali não passava tantos carros aquela hora.
Maraisa desceu a pequena ribanceira e tocou seus pés na água fria, encolhendo o corpo um pouco.
- Mudou de ideia? - Marília perguntou rindo e Maraisa se virou, franzindo os olhos e negando com a cabeça.
- De jeito nenhum. - Maraisa disse, apertando suas mãos na beira do vestido e o retirando de seu corpo.
- Hm, Maraisa, o que está fazendo?- Perguntou, acompanhando a peça ser lançada num canto qualquer. Se arrependeu daquela pergunta quando Maraisa se virou para ela. Seus seios livres fizeram Marília paralisar. A menor usava uma calcinha minúscula e sorria para Marília.
- Eu não pretendo molhar seu caminhão. - Ela
disse, retirando sua calcinha no momento seguinte e dando uma bela visão de seu traseiro para Marília.A garota não parecia estar maliciando o momento; parecia mais uma alma livre se divertindo.
- Vem, Lila... - Ela gritou, se jogando na água e dando um mergulho. Marília olhou em volta e viu que ninguém lhes assistia.
- Certo. É só um mergulho. - Sussurrou para si mesma, retirando suas roupas e as colocando junto com a de Maraisa.
Caminhou em direção às águas e viu Maraisa voltando à superficie da água com um indo sorriso nos lábios. Quando a mais nova viu que Marília estava nua ela percorreu o olhar por aquelas voluptuosas curvas e suspirou.
- Bem, parece que você não é tão medrosa assim e entrou mesmo, huh? - Perguntou com um sorriso brincalhão em seus lábios.
- Eu disse que me divertia. - Marília disse, satisfeita consigo mesma por ter entrado ali. Maraisa riu baixinho e atirou água na garota, que franziu os olhos e se jogou na água. - Se prepare para morrer afogada. -- Maraisa gargalhou e começou a nadar para longe de Marília, mas, ao parecer, os braços e pernas de Marília eram mais compridos, ajudando ela a chegar em Maraisa com facilidade.
- Desculpe, desculpe. - Maraisa pediu fechando os olhos e rindo. Marília gargalhou ao ver a expressão de Maraisa e apenas deslizou o dedo indicador pela vértice do nariz da menor.
-Quem é a medrosa agora, hm? - Marília perguntou rindo e enlaçou seus braços ao redor de Maraisa assim que a garota tentou nadar para longe.
- Tudo bem, é que você me dá medo quando faz aquela cara de brava. - Maraisa revelou e suspirou quando sentiu seu seio roçar no de Marília.
Ela viu Marília empalidecer com o ato e então Maraisa se remexeu sutilmente de propósito, causando o atrito dos bicos enrijecidos novamente. Maraisa mordeu seu lábio inferior e sentiu seu ventre se contrair, droga! Não era nem nove horas da manhã e já estava excitada novamente.
- Que tal... - Os olhos de Marília desceram em direção às águas e enxergaram a figura distorcionada de seus seios se tocando. - Uma corrida até a outra ponta? - Marília sugeriu, se afastando da menor. Maraisa suspirou e assentiu ainda levemente atarentada.
- Que vença a melhor! - E no três começaram a
nadar.
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Destino Incerto - Malila
FanfictionMarília Dias Mendonça é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmās ad...