Marília sentiu alguém se remexer sobre seu corpo e abraçou mais o pequeno corpo o perfume era suave e ao mesmo tempo afrodisíaco, trazendo boas sensações para o corpo de Marília. Os olhos castanhos se abriram na mesma hora assustados, vendo Maraisa dormir sobre seu corpo. Porra! Tudo naquela garota cheirava a um convite para sexo.
Marília estava prestes a empurrar Maraisa quando se lembrou que por volta das cinco da manhã ela acordou, vendo que Maraisa dormia abraçando seu próprio corpo. Como a mais velha também sentia frio ela pensou: Por que não?
Trouxe o corpo pequeno para cima do seu e se ajeitou melhor no lugar, esticando, pela primeira vez em horas, sua coluna. Maraisa se mexeu confusa e abriu os olhos, pedindo desculpas, mas Marília explicou que ela que
aconchegou Maraisa daquela forma devido ao frio. A mais nova perguntou se Marília tinha certeza e, após receber a confirmação, Maraisa voltou a deitar sobre o peito da maior e envolver seus braços ao redor dela, não demorando nem cinco minutos para voltar a dormir.Agora lá estava ela, vendo Maraisa ressonar tranquilamente sobre seu peito. Marília se permitiu analisar o rosto sereno de Maraisa. Os machucados já eram quase invisíveis; a pele bronzeada era macia e livre de espinhas e os cílios eram longos; seu nariz combinava perfeitamente com a boca delicada e extremamente beijável da garota.
A maior levou uma mão aos cabelos de Maraisa e começou a afagá-los inconscientemente, sentindo a textura macia e sedosa dos cabelos negros. A menor se remexeu embaixo de si e Marília viu os longos cílios se abrirem vagarosamente. Maraisa piscou lentamente até se dar conta de onde estava, erguendo a cabeça e a apoiando sobre o peito da maior. Marília suspirou e sem perceber continuou a carícia.
- Bom dia! - Maraisa disse com um tom rouco e levantou uma mão, coçando um dos olhos.- Me mexi muito de noite? - Marília abriu um sorriso e negou com a cabeça.
-- Se você se mexeu eu nem vi, porque dormi feito uma pedra.
- Céus, minha cabeça está explodindo. - Maraisa disse, escondendo seu rosto na curva do pescoço de Marília. A respiração quente acariciando a pele de Marília causou um arrepio na mais velha, que se levantou às pressas, se esquivando de Maraisa como se tivesse acordado de uma espécie de transe.
- Já perdemos tempo demais. Devemos ir. - Ela disse séria. - Esse aniversário me causou um bom atraso.
- Por que em seu tom pareceu que eu tivesse alguma espécie de culpa? - Maraisa perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Alguém viu minha calcinha? - Uma Maiara completamente descabelada apareceu ali, abrindo a outra parte da cortina. - Céus eu não sei onde está a minha calcinha.
- Vamos parar em algum motel de beira de estrada para tomar um banho apenas, precisamos seguir o caminho. - Marília avisou.
- Eu deixei ela aqui no banco ontem. Oh, meu Deus. Roubaram a minha calcinha.
- Amor, deve estar jogada em algum canto. Não roubaram ela. - Naiara disse, se espreguiçando e se sentando ao seu lado.
- Era a minha calcinha preferida.
- Hey, Lila... - A voz doce de Maraisa chamou-lhe a atenção. -- Desculpe se fui, é... um pouco chata demais ontem. -- Ela pediu e Marília assentiu, passando para a frente e abrindo a porta sem dizer nada.
Dois minutos depois ela voltou com uma Paula desnorteada. Naiara olhou para Paula e sorriu maliciosamente.
-Eu escutei uns gemidos pela manhã. - Naiara disse e Paula cruzou os braços.
-Qual o problema em me masturbar? Tive um sonho quente, ora. - Ela disse, olhando para baixo, vendo Maiara olhando em baixo dos bancos.
- Paula, você viu minha calcinha?
- Perdeu a calcinha de novo, Maiara? - Paula perguntou negando com a cabeça.
- Eu não fico me preocupando em onde jogar ela quando tenho uma Naiara me esperando. - Maiara respondeu apontando para Naiara.
- Vamos! Saia daí porque preciso dirigir. - Marília disse séria.
- Não vai nem escovar os dentes ou comer? - Naiara perguntou.
- Ela é preta e rendada. Ninguém viu mesmo? - Maiara mal prestava atenção no que diziam ao seu redor.
- Se eu me lembro bem, tem um motel há vinte minutos daqui. - Marília informou. A risadinha de Maraisa ecoou pela lataria do caminhão, fazendo Marília lhe olhar cética.- Do que ri?
- Acho que achei a calcinha da Maiara!
- Onde está? - A ruiva perguntou atônita.
- Enroscada na parte de trás da jaqueta da Paula. - A baixinha se virou tentando ver as próprias costas e Maiara puxou a calcinha de lá.
- Ew! Não acredito que dormi com isso.
- E ainda se masturbou. - Naiara tirou o sarro, fazendo Paula lhe olhar severamente.
- Vamos! Preciso dirigir! - Marília insistiu e as garotas foram para a boléia, ficando apenas Paula na frente com Marília.
O vento frio invadiu o caminhão assim que Marília abriu a janela ao seu lado. Suas orbes focaram no céu, que era sempre tão azulado, mas naquele dia estava acinzentado.
- Ai, que frio! - Maraisa reclamou baixinho.
- Hoje vai chover e se prepare! Quanto mais ao para lá chegarmos mais frio se tornarão os dias. - Ela disse, tendo em conta que iriam para uma cidade que fazia fronteira com o México, não que México fosse frio, mas elas ainda estavam há alguns dias de entrarem de vez na primavera.
Os vinte minutos se passaram em total silêncio, Naiara estava deitada com a cabeça no colo de Maiara, que acariciava suas costas e sorria bobamente admirando sua namorada; Paula olhava pelos vidros enquanto as árvores iam ficando para trás; Marília dirigia e de vez em quando fitava Maraisa através do retrovisor; Já Maraisa, bem, ela estudava as feições de Marília. A garota sempre séria permitiu-se sorrir por um dia e depois voltou à seriedade de sempre. Por quê?
Ao chegarem, entraram a pé no motel e, ao explicarem que queriam apenas um banho, a mulher permitiu a passagem das cinco e mais a gata no mesmo quarto.
- Por que está tão fria comigo e evitando me olhar?- Maraisa perguntou enquanto todas entravam agora limpas, depiladas, cheirosas e mais leves, no caminhão.
- Não estou fazendo nada disso. - Marília falou, vendo um relâmpago iluminaro céu.
- Me desculpa se eu te fiz passar dos limites de seus próprios princípios. - Maraisa pediu baixinho, timidamente fitando suas mãos. Marília olhou para a garota, vendo o vento fazer os fios de seus cabelos esvoaçarem sobre seu rosto. - Eu estava um pouco bêbada e não deveria...
- Maraisa, entre no caminhão. - Marília disse em um longo suspiro e Maraisa lhe fitou, seu sorriso fraco tentou camuflar seu olhar triste.
- Tudo bem. - Ela respondeu, entortando a boca e entrando no caminhão. Marília desviou seu olhar, pois a garota usava novamente seu vestido azul e não queria faltar-lhe ao respeito vendo sua calcinha. - Podemos conversar sobre isso alguma hora?.- A menor perguntou fitando Marília, que segurava a porta.
- Eu realmente prefiro não tocar nesse assunto. - E, ao dizer isso, a porta foi fechada. Marília deu a volta no caminhão e entrou, se acomodando ao lado de Maraisa sem voltar a olhar para ela nas próximas horas.
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Destino Incerto - Malila
Fiksi PenggemarMarília Dias Mendonça é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmās ad...