vinte

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A noite finalmente havia chegado e, após muitas sessões de meditação da parte de Marília para não ter um orgasmo precoce, ela havia conseguido recuperar sua sanidade. No final da tarde as garotas haviam passado em um motel para tomarem um banho rápido, logo retornando ao caminho para San Diego.

Naquele momento Lua estava ronronando sobre o colo de Marília enquanto a mão direita dela acariciava o pelo macio do animal. Maraisa suspirou e invejou sua gata, afinal, ela estava há quase duas horas recebendo carinho de Marília, por outro lado, Maraisa não podia deixar de sorrir ao ver que Marília havia se afeiçoado à sua gata.

- Bem, parece que as meninas já foram. - Maraisa insinuou, umedecendo seus lábios.

Havia cerca de cinco minutos que as meninas haviam ido dormir e Marília permaneceu quieta, dirigindo. Segurando o volante com uma mão e acariciando Lua com a outra.

- É. - A maior disse sem tirar os olhos da estrada.

- Parece que a minha gata realmente gostou de você, hm? - Maraisa disse rindo, tentando não deixar o assunto morrer.

- Oh sim. - Marília respondeu rindo - Não foi só ela, hm? - Sugeriu, sorrindo de canto. Maraisa suspirou aliviada ao ver que Marília não havia ficado estranha, pois por um segundo havia pensado isso.

- Não. Definitivamente não foi só ela. - Maraisa disse sorrindo e o assunto voltou a cair em um abismo. Maraisa bufou frustrada ao notar que Marília não havia falado sério quando disse que mais tarde fariam algo e, para não parecer uma desesperada por um orgasmo, não tocou no assunto. - Eu, hm, vou ir lá para atrás. Dorme comigo hoje? Lá é mais confortável.

- Claro. Já já estaciono. - Marília disse brandamente e Maraisa assentiu, se inclinando e dando um demorado beijo no rosto da motorista antes de passar para a boléia.

Maraisa esperou.

Esperou.

Esperou.

E esperou.

Mas Marília parecia não querer largar aquele maldito volante.

A menor começou a divagar sobre Marília ter se arrependido. Para ela o sexo era, de fato, algo mais sério e provavelmente não estaria disposta a praticá-lo com uma quase desconhecida que conhecera há poucos dias. Maraisa não entraria em uma crise existencial por isso, mas realmente esperava que Marília não parasse de beijá-la. Ela gostava, de verdade, dos beijos de Marília.

E do cheiro.

Das mãos macias.

Da voz rouca.

Saiu de seus devaneios quando sentiu o caminhão, finalmente, estacionar. O "clique" dos pinos do caminhão travando as portas, como em todas as noite, foi ouvido
e o barulho dos sapatos de Marília sendo retirados e lançados ao chão também.

Maraisa sorriu aliviada ao ver Marília apagar a luz e se aproximar dela, pois adorava dormir abraçadinha com Marília, era uma das melhores sensações. Pensou em fingir que estava dormindo, mas para que?

A maior se acomodou ao seu lado lentamente e Maraisa virou-se de frente para ela no mesmo momento.

- Pensei que estaria dormindo. - Marília disse, levando uma mão até o rosto de Maraisa e acariciando a pele sob seu toque.

- Estava te esperando para ganhar um beijo de boa noite. - Maraisa respondeu e Marília sorriu.

- Desistiu de ter aceitado a minha proposta? - Marília brincou, rindo.

- Que proposta? - Maraisa se fez de desentendida.

- Uhu.... - Marília esfregou sua nuca e sorriu amarelo. - Nenhuma. - Maraisa riu e se inclinou dando um selinho em Marília.

Destino Incerto - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora