Marília sentiu seus músculos completamente
doloridos, por outro lado, também estavam excepcionalmente relaxados. Ela se espreguiçou e percebeu que não tinha acordado sozinha, senão pela cutucada de um dedo fino em seu ombro.- Hey, delícia... - A risadinha fina escapou por entre os lábios de Maraisa assim que as orbes castanhas se abriram. - Se veste rápido...- A menor sussurrou, depositando um doce selinho em seus lábios. - Suas irmãs estão batendo na porta. Já vai... - Gritou, finalmente.
Os olhos castanhos se arregalaram e ela levantou em um pulo, vestindo suas roupas em um piscar de olhos. Ao constatar que Maraisa também estava devidamente vestida, ela destravou a porta, abrindo-a e bocejando.
- Bom dia, Lila. - A baixinha disse animada.
- Bom dia, Paula! - Em anos, aquela foi uma das poucas vezes onde Marília empregou o "bom'" junto com o "dia" para Paula e a ruiva, lógicamente percebeu.
- Se chover de novo eu vou te assassinar, sua vagabunda. - Maiara disse irritada. - Você nunca acorda esse horário.
- Dirigi até mais tarde ontem. - Marília disse e as três assentiram sérias. Marília pegou sua escova de dentes, sua toalhinha, a garrafa de água, como em toda manhã, e saiu para escovar seus dentes.
Os três sorrisos sugestivos subitamente se abriram na direção de Maraisa e então ela Soube: Elas ouviram Marília gemer na noite passada.
- Eu já te amo só por isso. - Naiara sussurrou e Maraisa corou.
- Não sei do que estão falando. - Maraisa disse cabisbaixa.
- Não há razão para se envergonhar. Gozar é bom. - Maiara disse e Maraisa ergueu a cabeça, lhe fitando.
- Não acredito que fez Marília gritar feito uma mocinha... - Paula disse baixinho, levando uma mão à própria boca para abafar uma risada.
- Ela... - Naiara foi interrompida por uma tosse seca de Maiara e, ao se virar, viu Marília voltando. Todas se ajeitaram nos bancos, averiguando se não tinha gozo por
alguma parte; não queriam se sujar com a porra de sua irmã e, no caso de Naiara, cunhada.- Estão muito quietas hoje. - Marília disse, vendo Maraisa sair para escovar seus dentes.
- Sou um zumbi antes do meio dia. Não fale comigo. - Maiara disse séria e mal humorada.
- Ainda estou com sono. - Paula resmungou e Naiara apenas se deitou sobre o peito de Maiara. Marília suspirou internamente por ver que suas irmãs e cunhada não desconfiavam de nada e abriu a tampa do isopor.
- Precisamos parar em algum canto e comprar mais gelo e mais coisas para nossas refeições. - Ela disse.
Assim que Maraisa voltou todas comeram em total silêncio, mas quando Marília terminou primeiro Maraisa lhe olhou surpresa.
- Uau, estava mesmo com fome. - Ela disse e Marília sorriu.
- Depois de ont... - Ela paralisou ao notar o que iria dizer, mas foi surpreendida por um grito de Naiara.
- Céus! A porta... Vem Maiara, me ajude a fechar direito! - A loira disse, saindo rápido do caminhão.
- Paula, pode vir também sua folgada! - Maiara gritou e Paula sorriu amarelo.
- Eu... estou indo. Licença meninas. - E seguiu as garotas. Marília franziu o cenho e olhou para Maraisa.
- O que deu nelas? - Maraisa riu e se encostou de costas entre as pernas de Marília, que escorou suas próprias costas na porta.
- Não sei, mas que tal me dar um beijinho gostoso de bom dia? - Maraisa sussurrou, inclinando e virando um pouco o rosto para olhar para Marília.
- Elas já devem estar vindo. - Marília sussurrou de volta, vendo Maraisa se levantar um pouco e aproximar as bocas.
- Não estão não. Dá tempo de me dar um beijo. - Ela sussurrou com a boca já colada na de Marília. A maior respirou fundo, sentindo o cheirinho de hortelã da pasta de dente, mesmo Maraisa tendo comido uma fruta depois de escovar os dentes. Marília se inclinou ligeiramente e tocou seus lábios nos lábios geladinhos, macios e refrescantes de Maraisa. A menor introduziu a língua na boca de Marília e sentiu a garota sugar seu lábio inferior com gana, antes de finalizar com um selinho.
- Precisamos ir, mademoiselle. - Marília disse em um sorriso, buzinando no momento seguinte. As três garotas entraram no caminhão e começaram a conversar entre si.
Marília ligou o caminhão e começou a dirigir, deixando um sorriso enfeitar seus lábios ao sentir Maraisa encostar a cabeça em seu ombro. A mais velha não resistiu e se inclinou, depositando um doce beijo na testa de Maraisa antes de olhar para trás para verificar se estava sendo observada. Encontrou as três garotas olhando para o teto e voltou a olhar para a frente. Maraisa riu internamente, não entendendo como era
possível Marília não perceber que suas irmãs sabiam.Elas não queriam contar que sabiam à Marília porque a garota ficava bem mais à vontade quando pensava não estar sendo observada e, se dependesse delas, não contariam que sabiam.
- Lila, posso ligar a rádio? - Maraisa perguntou.
- Claro, Mara. - As três garotas vibraram
internamente, afinal, era dia das quarenta mais.- Adoro essa música! - Maraisa afirmou ao ver
que tocava uma música antiga que ela amava,
ainda mais na versão do nome dela. (N/A: a
música está disponível na capa do capítulo
para quem quiser ouvir lendo)- Eu também. - A maior disse, abrindo o vidro do seu lado e sentindo o vento esvoaçar seus cabelos e refrescar o interior do veículo.
- Quando estou com você, o mundo parece não girar..Oh, Maraisa, te quero! - Marília cantarolou junto com a música e Maraisa suspirou bobamente, virando seu rosto para contemplar a vista de Marília cantando, com
a voz grave e rouca.- Sabia que essa música tem várias versões? A minha preferida é essa, que tem meu nome. - Ela disse animada.
- Seu nome é muito bonito. Realmente você combina com a música. - Marília disse gentilmente, com um sorriso nos lábios. O coro das três meninas interromperam a troca de olhares e a maior voltou seus olhos para a estrada.
- Tua pureza me faz te amar. Te espero noite e dia, Oh... Maraisa, Maraisa... - As três cantaram, sendo acompanhadas por Marília.
Maraisa sorriu diante da cena. Era cômodo, confortável e é gostoso estar ali entre elas. A sensação de pertencer à uma família, que ela nunca tivera, dava as caras naquela altura de sua vida. A moça sorriu tristemente ao lembrar que sua viagem estava quase no fim.
Estúpido coração e sua mania de se apegar tão rápido.
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Destino Incerto - Malila
ФанфикMarília Dias Mendonça é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmās ad...