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10 de outubro de 2006

pov's Sara

— Nicole, vem aqui! — Grito minha esposa.

— To indo. — Ela grita do jardim.

Abro a porta que está a minha frente, um lindo quarto de bebê com um berço e minhas filhas trigêmeas dormindo tranquilamente.

— O que você quer? — Nicole pergunta me assustando.

— Amor! — Exclamo assustada com a mão no peito.

— Vou pegar minha filha! — Ela fala assustada, passando por mim e tirando a criança do berço.

— Cuidado. — Pesso rindo do jeito meio desesperado.

— Eu sei cuidar do meu filho e posso fazer isso sozinha! — Ela grita passando novamente por mim.

— Ei! — Elevo a minha voz — Não precisa falar desse jeito comigo.

— Então por que me abandonou grávida? — Ela pergunta ainda brava e balançando o bebê em seu colo.

— Eu nunca te abandonei! — Afirmo sentindo meu rosto queimar.

Passo por ela e tento abrir a porta do quarto e sair, olho para trás e Nicole não está mais lá, volto a tentar abrir a porta, uma sensação de desespero começa a tomar conta de mim e começo a usar a força, girando o trinco, batendo a mão e tentando empurrar com o corpo. Derrepente a porta se abre e estou na rua em frente a casa que morei com meus pais, passo pela porta e corro até o portão. As chaves não estão no meu bolso, todo a campainha na esperança de que minha esposa venha e abra para mim.

— Nicolas não corre! — Escuto uma voz masculina falar.

— Amor? — A voz de Nicole surge vindo de dentro da casa e sorrio percebendo que ela logo virá.

— Estou aqui fora — Grito do portão — Amor, eu esqueci a chave.

— Deixa o Nicolas brincar aí e vem cuidar da Sarinha — Ela responde e tenho a sensação de que não está falando comigo.

— Nicole! — Chamo por ela desesperada — Nicole! — Grito com minhas mãos segurando a grade e balançando o portão que fazia um enorme barulho.

Tenho a sensação de que ninguém pode me ouvir, começo a sentir o desespero crescendo e começo a chorar. Paro de balançar o portão e só então percebo que ele está destrancado, abro devagar e entro no quintal da casa.

— Sara? — Nicole sai de casa e me vê.

— Eu quero a minha filha! — Exijo.

— Você me abandonou grávida, não merece ela! — Ela afirma irritada — Vai embora!

— Não sem essa criança! — Grito e vejo Nicole correr.

Corro atrás dela e juntas caímos em uma piscina. Eu não consigo nadar, me desespero e me debato na água, começo afundar e só consigo ver Nicole na superfície.

— Eu te amo — Ela fala — Foge comigo? Podemos ir juntas e criar nosso filho juntas.

Algo me prende no fundo da piscina. Com um pouco de esforço, consigo me soltar e nado de volta para a superfície, onde consigo ficar de pé molhando somente da cintura para baixo.

— Desculpa — Eu peço nervosa e envergonhada — Prometo que não irei te abondonar outra vez.

— Eu ainda estou te esperando — Ela fala vindo em minha direção e me abraçando — Mas você é uma desgraçada! — Ela me empurra contra a parede.

Um choro alto de bebê irrompe derrepente, não sei de onde vem ou de quem é a criança. Olho para Nicole em minha frente e vejo sua barriga enorme.

— Eu sei que eu errei, me perdoa — Peço e sinto um tapa no rosto.

— Isso foi por tudo que eu sofri todos esses anos! — Ela fala pondo a mão na barriga e urrando de dor em seguida.

Abro meus olhos e sinto o suor escorrendo pelo meu rosto e o coração acelerado. A volta para essa cidade me trouxe inúmeras lembranças e recordações, mexeu muito com o meu psicológico.

Fico sentada por um tempo sentindo meu coração desacelerar aos poucos e então me levanto, pego meu celular no chão e vejo as horas. Saio do colchão e me arrumo, pego minha carteira, uma pasta com currículos, uma bolsa e saio de casa.

Antes de começar a deixar os currículos, passo em uma padaria e tomo meu café da manhã, depois volto a andar pela cidade em busca de um emprego.

Passo a manhã e a tarde inteira entregando currículo, quando estou pronta para voltar para casa meu celular toca e eu atendo.

" — Alô? - Atendo a pessoa."

" — Olá, tudo bem? - Uma voz feminina e séria me responde."

" — Sim, com quem estou falando? - Questiono."

" — Samantha, sou governanta da casa dos Paollin - Ela responde."

Me questiono mentalmente quem seria os Paollin, então decido perguntar o que ela deseja.

" — Qual o motivo dessa ligação? - Pergunto curiosa."

" — A senhora mandou currículo para a vaga de babá ‐ Ela me responde."

Me lembro rapidamente e abro um sorriso, não imaginei que poderia ser tão facil conseguir um emprego por aqui.

" — Claro, me lembrei agora."

" — Sara Bellcooper? - Ela questiona."

" — Sim - Respondo segurando a animação."

" — Compareça amanhã as dez para a entrevista - Ela fala."

" — Claro - Respondo."

" — Condomínio San Dumon, casa 113 - Ela passa o endereço."

" — Aham, estarei aí as dez - Respondo."

" — Ótimo. Obrigado pela atenção senhora Bellcooper."

" — Por nada - Respondo e a ligação é encerrada."

Guardo meu celular na bolsa, respiro fundo e me seguro para não gritar de felicidade.

Antes de voltar para a casa, passo no mercado e faço as compras para a semana. Volto para meu apartamento já é quase 22 horas, ajeito tudo as coisas, janto e vou me deitar quase às 1:00 da manhã.

pov's: Nicole

Entro no quarto de Luige e vou para perto da cama, olho no relógio é quase 1:00 da manhã, me sento na beira da cama e beijo sua testa com ternura.

— Eu te amo tanto — Sussurro — Juro que nunca vou te abandonar, nunca vou me afastar muito — Sussurro sentindo um aperto no peito.

Me levanto da cama e saio do quarto, fecho a porta e vou até meu quarto.

— Amor, que bom que veio se deitar — Algusto fala fechando seu livro.

— Volte a ler ou durma — Falo séria pegando meu travesseiros — Vou dormir no quarto das gêmeas.

— Por que? — Ele pergunta com as sombrancelhas erguidas.

— Só quero passar um tempo com meus filhos, passo tempo demais fora — Respondo seca.

— Você trabalha porque quer! — Ele afirma grosso e põe os óculos de volta — Pode muito bem largar a merda desse emprego e ficar somente com eles — Ele abre o livro novamente.

— Não vou largar meu emprego e isso não está em discussão — Falo caminhando até a porta.

Saio do quarto e vou até o das gêmeas, ponho o travesseiro no sofá do quarto e me deito.

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