#23

455 40 3
                                    

pov's Nicole

— Eu não ligo — Falo de maneira fria — Eu vou embora dessa casa e se você me empedir tenha certeza que não vou exitar em te matar Algusto — Falo e saio do escritório — Fernanda, vai arrumar as minhas coisa, Júlio vai arrumar as coisas do Luige — Ordeno subindo as escadas.

— Para que senhora? — Questiona Júlio.

— Para eu ir embora dessa casa.

Termino de subir as escadas e vou para o quarto de Sara, começo a revirar suas coisas e finalmente acho a chave do seu apartamento. Pego a mala embaixo de sua cama e começo a dobrar e colocar suas coisas dentro, quando enche, vou até meu quarto e pego outra mala, coloco as últimas coisas e esvazio o quarto.

— Nicole sua filha da puta, você nem sonhe em me deixar — Escuto Algusto gritar irritado.

— Só não saio daqui morta — Grito de volta ainda de dentro do quarto, fechando a última mala de Sara — Garanto que um assassinato é pior para sua reputação do que um divórcio! — Grito.

Consigo finalmente fechar a mala, pego as duas e saio do quarto, vejo Algusto parado no meio do corredor em frente as escadas.

— Acho melhor você tomar cuidado com o que fala sua desgraçada — Algusto vem em minha direção, mas alguém o impede — Me solta! — Ele esbraveja.

— Você está ficando maluco senhor, não vou deixar que faça alguma merda — Reconheço a voz de meu motorista, Hugo.

— Se você preza pelo seu emprego, acho bom me soltar — Algusto esbraveja.

Hugo é um homem negro, forte que antes de ser meu motorista era professor de box, Algusto certamente não tem chances contra ele.

— Emprego eu consigo outro depois senhor — Hugo responde — Mas meu caráter não.

Eles ficam discutindo, vou para o meu quarto e vejo umas três malas feitas todas sobre a cama.

— Senhora, não cabe tudo nas malas, o que faço? — Questiona Fernanda.

— Deixa, não temos tempo, as coisas mais importantes estão aqui? — Questiono e ela balança a cabeça em positivo — Ótimo, vá buscar algumas caixas para embalar o que sobrou.

— Tá bom — Ela fala saindo do quarto.

Puxo as três malas para fora do quarto, consigo somente escutar a voz dos dois homens, vou para o quarto de Luige que é perto do meu e vejo o homem fechando uma mala.

— Peguei as coisas mais importantes — Júlio fala.

— Aham, o resto você encaixota depois e leva para a despensa — Oriento.

Saio do quarto e subo para o terceiro andar, entro no ateliê e procuro pelo baú. Assim que o acho, pego e levo para baixo.

— Pietra? — Grito a cozinheira.

Em alguns poucos minutos a jovem mulher loira aparece em minha frente.

— Sim senhora?

— Se junte ao Júlio e a Fernanda e leve as malas para o meu carro — Peço.

Ela concorda e vai até o quarto de Sara aonde deixei as malas em frente a porta do lado de fora.

Sigo em direção aos gritos e vejo Hugo ainda segurando Algusto que o xinga e insulta.

— Solta ele Hugo — Peço.

O homem me olha com resistência e desconfiança, mas então solta meu futuro ex marido. Ele rapidamente se põe ao meu lado e diz com o olhar que não vai me deixar sozinha com esse monstro.

— Sua desgraçada — Algusto esbraveja.

— Não adianta reclamar Algusto, foi muito adiado o que eu deveria ter feito na primeira vez que ergueu a voz para mim — Cuspo as palavras.

— A gente vivia feliz até aquela negra insolente voltar!

Olho para ele desacreditada, convivi tantos anos com ele e nunca nem sequer reparei em seus preconceitos.

— Nunca mais fale da Sara, nem pense nela, seu nojento — Me aproximo e dou um tapa na cara dele — Se você ousar se referir a Sara de qualquer maneira, tenha certeza que nossa próxima conversa vai ser dentro de uma sala no tribunal!

Me afasto e desço as escadas rapidamente, saio da mansão, entro no meu carro e dirijo em direção ao apartamento de Sara.

Quando entro percebo que o pequeno apartamento dela está bem mais mobiliado que dá última vez que estive aqui, abro um pouco as janelas para dar uma arejada no local e dou mais uma olhada no ambiente. Desço e vou para o estacionamento, pego as malas e começo a tira-las do carro.

— A senhora precisa de ajuda? — Questiona um senhorzinho se aproximando.

— Adoraria — Respondo com um pequeno sorriso.

Ele dá um sorrisinho simpático e pega na alça de uma das malas.

— Se mudando agora? — Pergunta.

— Não, é a casa de uma amiga, estou com problemas familiares — Respondo tirando mais uma mala do carro.

— Vai ficar aqui por um tempo?

— Não — Respondo fechando o porta malas — Estou me separando e vou para um hotel com meu filho, só vou deixar umas coisas aqui.

— Ah sim — Ele concorda.

Andamos em direção ao elevador e o senhorzinho sobe comigo até o apartamento de Sara.

— Nunca vi quem mora aqui — Ele comenta encostando a mala na parede.

— É uma velha amiga — Respondo e me direciono a saída.

— Bom, tem mais coisa pra trazer? Vou adorar ajudar — O senhorzinho super simpático se aforece.

— Tenho, mas o senhor já me ajudou, só faltam três malas — Falo.

— Moça eu já tô velho, não tenho nada para fazer além de ficar sentado naquele sofá velho relendo jornais antigos.

— Não sou mais tão nova para ser chamada de moça — Respondo com um ar de brincadeira.

— Tá bom, ok — Ele responde rindo — Qual seu nome?

— Nicole — Respondo e ele sorri.

— Tenho uma sobrinha com esse nome, muito bonito — O senhor fala sorrindo.

Ficamos conversando enquanto ele me ajudava, ele foi super simpático, acabei até sendo convidada para um almoço em sua casa um dia e aceitei. Conversar com ele acabou até melhorando meu dia, depois que me despedi e sai deixando o prédio para trás, fui até a casa de Gisele precisava conversar com alguém que me entende.

O PASSADO SEMPRE VOLTAOnde histórias criam vida. Descubra agora