#05

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pov's Sara

Depois de levar as crianças para a escola voltei para a mansão e procurei por Nicole, eu precisava conversar com ela, mas logo percebi que o mais provável era ela já ter saído para o trabalho.

— Sara, dona Samantha tá te chamando no escritório - Uma garota loira, baixinha, no máximo 20 anos entra na sala vestida com uma roupa toda preta e um avental.

— Já estou indo - Falo me levantando.

Caminho até o escritório, antes de entrar bato na porta e uma voz feminina pede para que eu entre.

— Bom dia novamente - Samantha me cumprimenta outra vez.

— O que a senhora deseja? - Questiono me aproximando.

— Por favor se sente, preciso que assine o contrato - Ela aponta para a cadeira em sua frente.

Me sento e vejo um papel e uma caneta em minha frente, antes mesmo de pegar a folha para ler, descido perguntar para Samantha.

— A patroa já saiu? Será que antes de assinar o contrato eu posso conversar com ela? - Pergunto nervosa.

Samantha junta as sombrancelhas e me olha séria.

— Sua patroa sou eu - A mulher diz logo voltando ao semblante normal — Mas se deseja conversar com dona Nicole, a mãe das crianças, não terá esse prazer - A morena diz desviando a atenção para o computador.

— Ah sim... - Concordo e puxo o contrato para mais perto.

Começo a ler as cláusulas e me surpreendo com uma das últimas.

— "Não criar vínculo afetivo com as crianças" - leio em voz alta retomando a atenção de Samantha que desvia o olhar do computador para mim.

— Algum problema? - Questiona ajeitando os óculos no rosto.

— Como assim não criar vínculo as crianças? Isso não faz nem sentido... - Começo a falar indignada e sou enterrompida por um pigarro forçado.

— Sara eu entendo que são crianças e conviver com elas pode cherar carinho, mas não apego, me entende? A senhora não é mãe e nem deve exercer papel de tal na vida delas - Samantha começa a falar voltando a olhar para o notebook — Babás vem e vão direto, não tem o diretor de fazê-las se apegarem a você e depois deixá-las algum dia, compreende?

Fico em silêncio por alguns segundos raciocinando sobre os absurdos que acabei de ouvi.

— Isso não é algo que se controle, ainda mais em crianças! - Digo indignada.

— Senhora Bellcooper, se não se acha apita a cumprir todos os requisitos, por favor me diga nesse momento - Samantha diz seriamente, com indiferença.

— Posso ir no banheiro? - Questiono.

— Claro, pode usar o do escritório, por favor seja rápida - Ela diz apontando para uma porta.

Rápidamente corro para o banheiro, me tranco e começo a andar de um lado para o outro. Você é uma mulher adulta e precisa de um emprego Sara, não tem que ficar escolhendo muito!... Mas são os filhos da Nicole... Mais um motivo para você não criar vínculo.
Saio do banheiro alguns minutos depois, volto para a mesa, me sento na cadeira e pego a caneta para assinar.

— Está certa - Afirmo com um sorriso.

Assino o contrato e logo sou dispensada do escritório.

— Tenho a manhã toda livre - Falo.

Vou até a cozinha e encontro a garota de mais cedo, me encosto no balcão e começo a puxar assunto.

— Oi, qual seu nome? - Questiono a garota.

O PASSADO SEMPRE VOLTAOnde histórias criam vida. Descubra agora