#08

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pov's Sara

O resto da tarde passou como uma eternidade, não sabia que cuidar de três crianças poderia ser tão cansativo e olha que os três eram uns amores.

Assim que abro a porta do meu apartamento, tiro os sapatos, vou até a geladeira e pego um resto de lanche que sobrou do dia anterior. Agradeço pelo antigo proprietário ter deixado uma sanduícheira velha, lavo ela e esquento meu lanche na mesma.

Termino de comer e pego meu notebook, me sento no colchão e começo a fazer uma lista do que comprar para o novo apartamento – embora dinheiro seja uma coisa que não tenho no momento.

Depois de salvar alguns móveis nos favoritos, largo meu notebook no chão e vou para o banho. Quando estou tirando a roupa, verifico se tem algo nos bolsos e pego a chave que encontrei com meu nome na gaveta da casa de Nicole.

— Por que isso tem meu nome? - Me questiono observando o objeto.

É uma chave pequena, mais pequena que o normal, parece uma chave de fechadura antiga, mas é nova. Olho mais um pouco e me lembro que normalmente itens feitos a madeira que querem manter um estilo rústico/clássico usam fechaduras com esse tipo de chave.

Suspiro e largo a chave sobre o balcão da pia, sinto meu estômago se revirar, rapidamente me viro em direção ao vaso e vômito o meu jantar. É bem provável que algo naquele lanche de ontem não tenha me feito bem, espero estar boa até amanhã, não posso me dar ao luxo de faltar no segundo dia de trabalho.

Abaixo a tampa do vaso, puxo a descarga e então termino de tirar minha roupa, ligo o chuveiro e ainda com a água gelado entro debaixo, sentido ela esquentar aos poucos. Minhas lágrimas se misturam a água do chuveiro, pensando em como fui capaz de a abandonar grávida, pensei que depois de anos eu teria mais controle ao lidar com ela, mais controle das minhas emoções... Mas um filho? Droga, eu perdi um filho que nem sabia da existência.

pov's Nicole

Dentro do avião, sentada em um dos bancos da primeira classe, com a cabeça encostada na janela fico repassando o que Sara me disse, uma péssima mãe? Não achei que depois de tantos anos poderia me abalar com simples palavras vindas de sua boca, pensei que já estava curada, a ferida no coração já estava cicatrizada, as noites em claro pensando em como seria nossa vida se ela tivesse ficado eram só uma consequência do tempo em que ficamos juntas... Eu estava errada! Meu corações ainda sangrava e eu nem sequer fui capaz de perceber.

Dias depois...

Abro a porta de casa e me deparo com as crianças reunidas em uma rodinha no chão, jogando uno juntos com Sara.

— Mamãe - Sarae se levanta e corre em minha direção.

Sou recebida com um abraço, pego a menina no colo, e a encho de beijos e quando vejo os outros dois estão a minha volta também, então coloco Sarae no chão e pego Siera, a abraço forte, encho seu rosto de beijos e a ponho no chão, me abaixo para ficar na altura de Luige e o puxo para um abraço.

— Boa tarde Sara - Cumprimento a babá.

— Boa tarde - Ela começa a juntar as cartas largadas no chão e então se levanta.

— Meninas vão para o quarto e se arrumem, Luige vem aqui - Pego a mão do meu filho e o puxo comigo para fora de casa.

Caminhamos até meu carro, abro o porta malas e tiro uma caixa grande de dentro, então entrego para ele.

— É presente? - Me pergunta com os olhinhos brilhando.

— Claro - Deposito um beijo em sua testa — Vai abrir lá dentro, vai.

Seu sorriso se ilumina com a alegria e ele corre com a caixa para dentro de casa. Sigo atrás dele e o vejo animado desatando o laço que prendia a tampa na caixa, ele puxa a tampa e seu sorriso ilumina o ambiente ao ver a boneca reborn que ele sempre vê na internet.

— Boa tarde senhora - Pietra me cumprimenta — O que vai querer para o jantar?

— Não vai ter jantar, vamos sair hoje - Respondo.

— Vamos para onde? - O menino me pergunta animado e quanto pega a boneca no colo.

— Surpresa - Falo e ele abre um sorriso amarelo que paralisa meu coração por alguns segundos.

Suspiro e retribuo com outro sorriso sem mostrar os dentes. É o mesmo sorriso!

Caminho em direção a escada e subo para o segundo andar, vou para o quarto das gêmeas e assim que abro a porta me deparo com uma cena que faz meu coração paralisar outra vez.

— Vem aqui - Ela chama Siera  — Vamos arrumar esse cabelinho.

Ela fala ajeitando os fios loiros da menina, essa poderia ser nossa filha... Você seria uma boa mãe assim como é uma boa babá? Me questiono mentalmente observando elas da porta.

Sarae logo volta do banheiro com a escova de dentes na mão e a boca suja de espuma.

— Vamos apressar - Ela fala para as duas — A mãe de... - Ela para de falar quando finalmente me vê parada na porta — Está aí a muito tempo? - Me pergunta e eu balanço a cabeça em negativo.

— Cheguei agora para ver se elas estão prontas - Falo a verdade — Vai ser arrumar.

— O que? - Ela pergunta desentendida.

— Você vai junto, não sou uma boa mãe para cuidar de três crianças - Alfineto ela, mas o sorriso encantado continua em meus lábios.

pov's Sara

Umideço os lábios com a língua e me levanto cama de uma das gêmeas. Sei que machuquei-a, então só fico quieta com a alfinetada e saio do quarto.

Vou para a área dos empregados, abro a mochila que sempre trago com algumas coisas e pego uma camiseta vermelha. Vou para o banheiro, troco de blusa e ajeito o cabelo em um coque, em menos de 10 minutos estou pronta.

Vou até a sala e vejo Nicole descendo com as três crianças, caminho até a porta e abro para que eles passem.

— Você dirige - Ela fala indo em direção ao carro que uso com as crianças.

Todas são postas em suas cadeirinhas e então eu entro no banco do lado do motorista, giro a chave e o carro liga, espero Nicole entrar e assim que aporta é fechada começo a manobrar o carro.

— Aonde vamos? - Questiono para saber o endereço.

— No restaurante de San Munique.

Engulo em seco ao escutar o nome, San Munique foi o restaurante em que nos vimos pela primeira vez, quando tínhamos 14 anos e desde então comemoravamos datas especiais lá.

— Tem certeza? - Questiono torcendo para ser uma brincadeira.

— Sim - Ela responde e então pega o celular e começa a mexer.

Continuo dirigindo até finalmente chegarmos em frente ao restaurante. Estaciono o carro e tiro as crianças da cadeirinha.

Nicole segura na mão de Luige para atravessar a rua, então pego na mão das gêmeas e atravessamos. Minha ex entra primeiro e caminha até uma das mesas da frente, entro logo atrás e a sigo até a mesa, ajuda as meninas sentarem nas cadeiras um pouco altas e então me sento ao lado delas.

— Sara, Nicole, vocês aqui? - Escuto uma voz feminina e a reconheço imediatamente.

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