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"Não foi por amor
Foi aquele domingo de cama vazia
Saudade dos filhos, da mensagem de bom dia
Medo de morrer sozinho, pressão da família
Foi tudo, menos isso que chamam de amor"

pov's Nicole

Enquanto o encaro puxo a cadeira a sua frente e me sento em silêncio, por alguns segundos nos encaramos até que Algusto finalmente abre a boca.

— Como você está? — Ele pergunta como se realmente se importasse.

— Feliz — Conto abrindo um sorriso arrogante nos lábios — E o melhor, sem ter que te aturar.

— Não te chamei aqui para distribuir ofensas um ao outro — Seu tom é sério e carrega um peso.

— Claro — Concordo — Sobre o que quer falar?

—Por favor, me deixa ver as crianças? Eu sinto falta, saudades... — Ele diz tamborilando os dedos na mesa.

Uma garçonete o enterrompe para nos oferecer cardápios, recuso e só peço uma água em temperatura ambiente, Algusto aceita sem contestar e até mesmo sorri educado para a mulher.

— Perdão?

— Saudades... — O informo.

— Ah, claro! — Ele concorda e larga o cardápio de lado — Eu tô com saudades das crianças, eu amo eles mais que tudo.

— Algusto...

— Por favor, eu sei que errei, mas você também errou e eu só quero esquecer isso e poder ao menos ver meus filhos as vezes...

— Eu posso pensar nisso... É só isso? — Questiono.

— Você não tem nada para dizer? Foi desligada da empresa ontem...

— Me deixe em paz, eu estou bem e muito feliz — Falo já me levantando.

— Claro que está, voltou com a aquela mulherzinha...

— A mulherzinha é mãe do meu filho e uma puta pessoa muito melhor do que você já foi em toda a sua vida.

— Perdão, não deveria falar assim dela, sei que é uma pessoa muito importante pra você — Ele concorda.

— Que bom — Abro um sorriso e reencosto a cadeira pronta para dar-lhe as costas.

— Nicole eu mudei — Ele fala — Sou um homem muito diferente do que fui com você, eu sinto falta, saudades de você e dos nossos filhos, só que você eu sei que não terei de volta...

— Posso ver essa mudança... — Sou irônica.

— Não, você nem se quer acredita nela, mas eu estou aqui e disposto a fazer de tudo para te provar que mereço meus filhos de volta.

— Claro que merece — Concordo revirando os olhos e dando as costas a ele.

Caminho para fora do restaurante, entro em meu carro e volto para casa.

pov's Sara

Parte da viagem foi silênciosa, no entanto Gisele começou a puxar assunto e nós conversamos até chegar-mos a casa de Nicole.

Logo que chegamos, as gêmeas que aviam dormido no carro colocamos na cama e então eu dei banho em Luige que também estava morrendo de sono e o coloquei para dormir como as irmãs. Depois eu pedi o jantar, tomei um banho e arrumei algumas coisas já que no dia seguinte voltaria para o meu apartamento.

Quando eu desci para pegar a comida vi o carro de Nicole entrar no estacionamento, subi novamente para o apartamento, coloquei tudo sobre a mesa e avisei Gisele que me ajudou a arrumar a mesa.

— Nossa essa comida tá com um cheiro maravilhoso — Gisele comenta.

— Verdade, sempre peço nesse restaurante a comida é muito boa — Respondo e escuto o barulho da porta sendo aberta.

— Boa noite — Nicole nos cumprimenta com uma cara nada agradável.

Eu e Gisele a seguimos com o olhar até vê-la entrar no corredor e no quarto e então fechar a porta.

— Ela tá meio estranha — Gisele comenta e eu concordo.

— Você deveria tentar falar com ela — Digo.

— Por que eu?

— Ela sempre te conta as coisas, comigo não, ela prefere não me trazer mais problemas — Respondo.

— Claro — Gisele sai da cozinha e vai para o quarto.

Aproveito esse tempinho sozinha, pego meu celular e verifico se tem alguma mensagem do meu irmão.

"O papai" — Eu.
"Ele quer me ver?"

"Ele disse que sim" — Luiz.
"Gravou até um áudio"
"— Sarinha, meu anjo papai sente falta, tu já deve ser uma mulher. Casou fia? Tá feliz? Papai precisa conversar contigo, fia o pai lhe ama e não tem-se um dia não penso no que te fiz. Se ainda não me perdoasse, venha me ver, eu já tô velho mesmo, só faça isso, eu já vou morrer mesmo e teu irmão some de tua vida depois"

Escuto o áudio e algumas lágrimas escapam de meus olhos, seco elas rapidamente a tempo de me deparar com as duas mulheres saindo do quarto.

— Vamos jantar! — Digo puxando minha cadeira.

Todas nos sentamos e jantamos em silêncio, após isso vamos para a sala, nos sentamos no sofá e Nicole fica nos encarando escorada na divisória da cozinha pra sala.

— Eu fui ver o Algusto — Ela fala depois de um tempo.

— Você foi sozinha? — Pergunto.

— O Algusto parece estar diferente, ele tá abatido, tristonho e parece ter mudado — Nicole diz.

— Mudado? Nih o Algusto é um monstro, você realmente acha que ele mudou? — Gisele pergunta.

— Não sei, talvez ele tenha percebido que precisava mudar pelos nossos filhos.

Eu e Gisele nos encaramos demonstrando assim que tínhamos uma opinião parecida. Não, Algusto não mudou!

— Nicole o Algusto não mudou e se a sua ideia é deixa-lo ver as crianças, desisti! — Falo me levantando e indo para o quarto.

— Sara? — Nicole vem atrás de mim.

— Ele ameaçou a sua vida! Pelo amor de Deus, Nicole! Você tem que parar de perdoar as pessoas assim.

— Eu te perdoei — Nicole diz baixo.

— Eu demorei sete anos pra ter coragem de olhar pra você novamente, eu perdi tudo que mais amo por sete anos Nicole, ele fica dois meses longe de você e dos filhos e fica bonzinho? — Sou irônica — E eu nunca te ameacei e as vezes penso que talvez você tenha errado em me perdoar porquê eu não me perdoei — Falo mais calma.

— Você não é um monstro — Ela fala se aproximando — Você está certa, mas e se ele realmente mudou?

— Você sabe que não — Me aproximo mais calma — Você quer acreditar que sim.

— Ela tá certa — Gisele fala entrando no quarto — Desculpa se tô atrapalhando.

— Não está — Respondo me afastando um pouco de Nicole.

— Eu vou tomar um banho — Nicole fala indo para o banheiro.

Me sento na cama e Gisele se senta também, ficamos em silêncio por algum tempo e então puxo assunto e começamos a conversar.

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E aí, como seis tão? Acham real que o Algusto mudou ou a Nicole tá sonhando alto demais e o Algusto nunca vai mudar?

Bjs, até o próximo cap, curtam e comentem ❤️

O PASSADO SEMPRE VOLTAOnde histórias criam vida. Descubra agora