#06

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pov's Sara

Como a escola de ballet é longe, descido não voltar para a mansão, pois é meia hora para ir e vir e as crianças tem apenas 1:30 de aula.

Procuro um lugar para ficar e encontro uma lanchonete ali por perto, entro no local e procuro uma mesa vazia ao qual possa me sentar, vasculhando o lugar com o olhar encontro um rosto conhecido. Me aproximo para ter certeza e a mulher loira me olha, parece se questionar e então abre um sorriso.

— Sara? É você? - A mulher questiona surpresa.

— Juliana, quanto tempo - Me aproximo.

— Quanto tempo falo eu, tá fazendo o que aqui menina? - Questiona animada — Ah, senta aqui!

Me sento a sua frente com um sorriso simpático e muita vontade de conversar – éramos melhores amigas, mas depois que me fui perdemos o contato.

— Voltei - Lhe conto — Senti falta da calmaria dessa cidade - Não minto, mas cito somente um dos motivos.

— Que bom que você voltou, seu filho como tá? Ou é filha? Eu perdi o contato com sua ex também, mas uma vez ou outra trombamos por aí... - Depois de certo ponto eu paro de escutar.

Filho? Aí meu deus! Me levanto com pressa e sem jeito, trombo na mesa e quase derrubo a cadeira, mas não acontece.

— Foi muito bom te ver, tenho que buscar as crianças no ballet - Falo já saindo.

— Entendo, ser mãe não deve ser fácil né, crianças? Parabéns! - Ela fala.

Sinto a mão de Juliana segurar meu pulso e então a vejo com a outra mão escrever em um guardanapo, ela me entrega o guardanapo e eu finalmente posso sair do estabelecimento.

Olho no papel e vejo seu número de telefone, guardo no bolso, corro para o carro e vou para a escola de ballet.

— Preciso levar as crianças para a casa agora - Falo para a recepcionista — É uma emergência.

— Preciso do nome das crianças, a classe, o nome do responsável legal e seu nome.

Informo tudo, então a mulher pede para que eu espere um pouco, me sento em uma das poltronas e espero, em poucos minutos os três aparecem em minha frente com caras de confusão.

— O que aconteceu? - O mais velho pergunta.

— Vamos para o carro - Pego na mão das gêmeas.

Caminhamos até o estacionamento, coloco os três no carro e entro, antes de sair com o carro passo o sinto e respiro fundo, então olho para as crianças confusas no banco de trás.

— Preciso do número da mãe de vocês - Peço.

— Eu sei - As gêmeas falam juntas.

— Ótimo, preciso dele agora, podem falar?

As menina juntas falam o número de telefone, então eu disco e torço para Nicole atender.

Filho, filho, seu filho... Minha mente fica repetindo.

— Alô?

— Oi, Nicole é a babá - Falo tentando manter a calma e não assusta-la.

— Estou atrasada, é urgente? - A mulher questiona.

— Preciso conversar com você, e sim é urgente.

— É algo com as crianças? Se não for risco de vida ou morte me avisa já - Ela fala preocupada.

— Não é questão de vida ou morte - Falo.

— Agora não... - Ela fica um tempo em silêncio — Daqui a meia hora estarei em casa, podemos ter 5 minutos de conversa.

O PASSADO SEMPRE VOLTAOnde histórias criam vida. Descubra agora