#16

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pov's Nicole

Faço um chá e levo para o cômodo reservado aos empregados, a vejo observando o envelope, parece não ter coragem de abri-lo.

— Tá esperando o que? — Questiono — Quer deixar pra saber quando entrar em trabalho de parto? — Tento descontrair um pouco e aliviar a tensão.

— Tô pensando — Ela comenta olhando o pedaço de papel em mãos.

Me aproximo e entrego a ela uma das xícaras, ela aceita e da um gole.

— É de canela? — Ela brinca aproximando a xícara do nariz e inalando o cheiro doce.

— Esse não é, mas se precisar... — Brinco bebericando um gole.

Ela respira fundo e solta uma gargalhada sem graça, então põe a xícara na mesinha de centro e finalmente abre o envelope.

Acho que nem se fosse outro teste de gravidez meu, meu coração estaria tão acelerado como agora. Sinto que pode parar repentinamente.

Ela tira somente o início do papel de dentro do envelope, seus olhos correm pelas linhas a procura do que realmente deseja saber. Por alguns segundos seus olhos param de percorrer a folha, um suspiro  aliviado soltando todo ar preso saí de seus lábios de forma lenta.

— Então? — Questiono.

— Negativo — Ela fala sem demonstrar nem um tipo de sentimento.

Sem saber o que responder fico em silêncio por alguns segundos e descido somente dizer que preciso sair.

— Eu tenho um compromisso e já estou atrasada — Falo saindo do cômodo rapidamente, sem esperar resposta.

Ponho a mão no coração enquanto caminho para fora do corredor e então dá cozinha. Antes de subir as escadas verifico meu relógio e constato que faltam somente doze minutos para estar no salão. Subo correndo, pego minha bolsa e desço novamente indo para o carro.

pov's Sara

O negativo foi um alívio, primeiro porque eu não tenho condições financeiras para criar uma criança, segundo: as chances dessa criança nascer eram extremamente baixas graças a alguns problemas genéticos que herdei da minha mãe.

Depois que Nicole deixou o cômodo eu respirei fundo e aliviada, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Âmbar falando que já avia feito o teste e o resultado foi um negativo.

— Sara? — Escuto a voz de Samantha atrás de mim.

— Oi? —  Me levanto do sofá e a olho.

— Vamos para a escola agora, ouve algum problema e me ligaram —  Samantha fala séria.

— O que aconteceu? — Questiono curiosa.

— Alguma coisa aver com Luige.

— Será que é a boneca? — Questiono para Samantha.

— Espero que não — A mulher fala preocupada.

Samantha pegou o carro e nos levou para a escola, assim que chegamos fomos direcionadas a sala da diretora pela coordenação.

Meu coração se partiu ao ver o menino encolhido em uma cadeira no canto da sala, abraçando a boneca que ganhou da mãe e a mochila no chão.

— Bom dia — A mulher que suponho ser a diretora nos cumprimenta.

— Bom dia, com licença — Falo entrando e indo até Luige que logo nota nossa presença.

— O que ouve? — A voz de Samantha se faz presente.

O PASSADO SEMPRE VOLTAOnde histórias criam vida. Descubra agora