Capítulo 9 - A conversa

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- Oi D. Carla!

- D. Carla? É sério isso?

- Oi Cá!

- Oi Thur!

- Entra

- Essas flores são pra você.

- Tá querendo me comprar é?

- Jamais, você não tem preço, tem valor!

- Ai Arthur, eu deveria estar puta com você sabia... mas não estou.

- Que bom, já estou no lucro então. Posso te dar um abraço?

- Deve.

Arthur - Nosso abraço foi longo e forte, a vontade que eu tinha era de não solta-la nunca mais. Fiquei sentido o calor do corpo dela e o cheio daquele cabelo. Meu Deus como ela é linda e cheirosa.

Carla - Nosso abraço foi intenso, foi duradouro, eu não queria que acabasse nunca, eu moraria nesse abraço, que homem cheiroso. Meu Deus como ele é lindo. Espero que eu não esteja sonhando. 

- Esse café sai ou não sai?

- Lógico que sai. É minha especialidade. 

- Hum, ela é prendada ela!!!

- Se eu não soubesse fazer um café...

- Carla, vem cá.

Arthur - Eu a puxei pra perto de mim, a envolvi novamente em meus braços e a beijei, foi intenso, foi um beijo desesperado, quase que perdemos o fôlego, dei uma pausa para que pudéssemos recuperar o ar e aí ela me beijou de volta. 

Carla - Eu não resisti, o beijei de volta, envolvi meus braços em seu pescoço meio que o prendendo para que ele não pudesse escapar, nossos corpos estavam quentes, nossas respirações ofegantes, nossas línguas em guerra. O beijo dele é avassalador. Mas tive que parar.

- Arthur, a gente não pode resolver as coisas com beijos e amassos.

- Eu sei Cá. Foi mais forte que eu.

- Foi mais forte que eu também, mas temos muita coisa para conversar. Assim como você quer que eu confie que você não teve intensão de me magoar ou duvidar do meu caráter escondendo quem você realmente é, eu preciso confiar que você só fez isso por uma defesa, eu preciso entender o real motivo disso tudo. Você mentiu pra mim, e ao fazer isso colocou em dúvida o meu caráter ao achar que eu poderia estar com você por interesse.

- Cá, senta aqui. Eu nunca me apaixonei de verdade, já gostei de outras pessoas, até me relacionei um tempo, mas nunca com um sentimento tão forte, na última vez que eu estive com uma pessoa foi muito traumático pra mim. Ela se dizia apaixonada, queria construir uma vida comigo, ter filhos e eu estava começando a gostar muito dela, até que ela chegou pra mim e disse que estava grávida. 

- Você tem um filho?

- Não tenho, deixa eu terminar de contar. Ela disse que estava grávida e como eu sempre sonhei em ser pai eu vibrei com a notícia, até pensei em casar com ela por causa disso, mesmo não estando apaixonado eu pensei em casar, eu queria dar todo suporte, estar perto, eu queria acompanhar cada exame, cada consulta. Eu sonhava com rostinho do meu filho. E foi assim que eu fiz durante toda a gravidez dela. 

- Um dia eu viajei para Europa, precisa vistoriar uns insumos que minha empresa estava comprando para a montagem dos aviões na sede daqui, então eu fui pessoalmente, fiz o que precisava ser feito e como eu queria fazer uma surpresa, eu voltei antes do tempo, e quando eu cheguei em casa, eu a peguei com outro no meu quarto, na minha cama, eles riam, debochavam por eu ser um trouxa e acreditar que ela estava estava apaixonada, e que a criança era a mina de ouro deles. 

- Arthur, meu Deus, eu não consigo imaginar o que você sentiu vendo e ouvindo isso. Que horror, como tem gente que tem coragem pra fazer isso?

- Não é coragem Carla, é falta de caráter, é ganancia. 

- E o que você fez?

- Bom eu os expulsei da minha casa e não quis mais nada com ela. Por uma questão de consciência  quando a criança nasceu eu pedi um exame de DNA e deu negativo, eu de fato não era o pai. Eu fiquei no chão, eu tinha ao menos uma esperança que a criança fosse meu filho, eu criei muita expectativa sabe...

- Lindo, eu sinto muito, eu sinto muito mesmo por você ter passado por tudo isso. 

- Você entende o porquê do meu medo? O porque eu precisava ter certeza? Esse caso foi o mais grave porque envolveu uma criança, mas teve outros casos de mulheres que só se aproximavam de mim porque via o meu status. Eu criei uma casca, uma capa protetora, já tinha muito tempo que não ficava com ninguém até que te conheci aquele dia. Carla, quando eu te puxei evitando que você fosse atropelada, quando te eu olhei nos olhos a sensação que eu tinha era que meu coração fosse explodir, eu nunca senti nada parecido. Eu tive medo, eu sei que eu errei mas jamais eu iria te enganar, eu ia te contar tudo mas não imaginava que fosse acontecer de você ser selecionada pela Rosa, é muita coincidência...

- Arthur, calma, respira. Não precisa explicar mais nada.


Carla - Arthur estava agitado, ele tremia, ele tentava a todo custo me mostrar que não queria me magoar ou me enganar, ele mal respirava e naquele momento quando disse que me olhou nos olhos e que seu coração quase explodiu a única coisa que eu queria era abraça-lo e telo em meus braços. Não resisti. 

Arthur - Eu estava nervoso, agitado, eu precisava fazer com que ela me entendesse, eu precisava que ela confiasse que eu estava dizendo a verdade, eu não parava de falar, eu tremia, eu suava frio eu já estava beirando o desespero quando de repente ela me pediu calma, e me abraçou. Eu desmontei...

Eita... e agora hein 

As Surpresas da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora