As Surpresas da vida

Capítulo 16 - Conflitos

- Arthur, você está brincando né...essa hora da manhã cara, bebeu foi?

- Augusto, eu nunca falei tão sério em toda minha vida. Eu quase já enfrentei um processo aqui na empresa por sua causa, e agora novamente você assediando uma funcionária.

- Assediando? Que conversa é essa cara, aposto que foi aquela Carla, ela é paranoica, eu só toquei nela para chamá-la de volta ao trabalho.

- Você a chamou? Tocando na perna por baixo da mesa? Isso é jeito de chamar uma mulher? Augusto minha decisão foi tomada e eu não volto atrás. Passe no RH.

- Você só pode está de brincadeira, você vai me demitir por causa de uma putinha que só está na empresa há um dia? Demitir um profissional renomado como eu? 

Arthur - Quando ele chamou Carla de putinha meu sangue ferveu, o puxei pela gola da camisa e exigi que ele retirasse o que falou, o prensei contra a parede e apertei seu pescoço, ele ficou sem ar e me empurrou, estava prestes a soca-lo quando minha secretária que ouviu os gritos entrou e evitou o pior. Aos gritos, o expulsei da minha sala liguei para os seguranças e pedi que o acompanhasse ao RH e depois o conduzisse à rua. Proibi que ele entrasse no prédio. 

Carla - Chego ao trabalho e percebo uns olhares, uns cochichos, o clima está estranho, tenso. Não vejo Augusto. Entro em minha sala e começo a mexer no projeto. Alguns minutos depois ouço a voz do Arthur, ele pede a presença de todos pois fará um pronunciamento. Vou para a parte de fora e fico em pé junto aos demais. Ao vê-lo, percebo uma certa tensão, ele está vermelho, com a testa enrugada, visivelmente irritado, pela primeira vez vejo em seu semblante um ar de arrogância que tanto Augusto falou. Ele estava muito tenso.

Arthur - Bom dia a todos, quero comunicar a vocês que o Sr. Augusto não faz mais parte do quadro de funcionários dessa empresa. Por enquanto não colocarei ninguém para substitui-lo, todos vocês já sabem o que deve fazer, cada um sabe das suas demandas e dos prazos que temos de cumprir. O último projeto está em processo de fabricação e a única pendência é o design interior que está de responsabilidade da D. Carla, ela acabou de começar esse trabalho e vai precisar da ajuda de vocês pois ela sim ainda não está totalmente ambientada do funcionamento de tudo aqui, então eu peço a colaboração de todos vocês para dar todo suporte necessário para tudo que ela precisar. Posso contar com vocês?

Carla - Percebo que as pessoas ficaram surpresas e assustadas com o pronunciamento do Arthur, pegou todo mundo de surpresa inclusive a mim que sabia o real motivo de tudo isso. Fico muito preocupada pois pelo que ouvi falar, Augusto é considerado um dos melhores engenheiros de aeronaves no Brasil, Arthur talvez tenha agido de cabeça quente, ele tem uma empresa que tem referencia mundial, isso pode afetar a empresa de alguma forma. Fico tensa, começo a suar frio mas logo me acalmo quando ele pede que todos os demais me deem apoio para tudo que eu precisar. Ele foi firme em sua fala, o tom de voz dele estava um tanto quanto autoritário e então entendi o que Rosa me falou sobre  que falavam dele pelos corredores. 

Arthur - Me despeço de todos e digo que enquanto não chegar um novo chefe, eu pessoalmente irei supervisionar o trabalho deles, percebo os olhares quando digo isso. Peço que D. Carla me acompanhe para uma reunião em minha sala para me atualizar do projeto dela. Ela sai da sala comigo. Enquanto estávamos no elevador, não nos olhamos nem trocamos nenhuma palavra pois havia outras pessoas lá dentro. Chego ao meu escritório e peço à minha secretária para não me interromper pois terei uma reunião importante com D. Carla. Ela assente que sim com a cabeça. Eu e Carla entramos na minha sala, tranco a porta.

- Arthur, porque você fez isso? Demitir um profissional como Augusto, sua empresa pode se prejudicar, eu não...

- Carla, fica tranquila, eu sei o que estou fazendo, pensei em tudo isso antes de tomar a decisão. Além do mais, não foi só o que aconteceu que pesou, outras coisas contribuíram pra isso também. Era preciso, não dava pra ficar com ele, eu não ficaria tranquilo. 

- Eu confesso que estou preocupada, acabei de chegar, não entendo de quase nada, não conheço quase nada, eu vou acabar prejudicando o trabalho da equipe.

- Carla, você não entendeu que todos vão trabalhar para você, viu o que eu falei lá, pedi que todos te ajudem, eles não vão te deixar na mão, são excelentes profissionais, entendem de tudo e vão te ajudar. Além do mais a sua função não necessariamente depende dos demais, mas era importante que eles soubessem que irei ficar atento ao que estão fazendo. Você vai tirar de letra. Agora vem cá que tô doido pra te dar um beijo...

- Lindo, a gente não pode ficar se pegando aqui, não é certo. 

- A porta está trancada, vem cá...

Arthur - Puxo Carla pra perto de mim e a agarro pela cintura, a beijo intensamente ao ponto de ficarmos sem ar, ela me agarra pelo pescoço e logo sinto que já estou excitado, nossas bocas travam uma guerra interna, nossas mãos começas a percorrer nossos corpos quando de repente ouço o telefone, vejo que é minha secretária, brinco dizendo que irei demiti-la por interromper um momento tão quente quanto o nosso, Carla se afasta e pede que eu atenda pois pode ser algo importante. Atendo. 

- Pois não D. Suzy, eu pedi para não ser interrompido.

- Desculpe Sr. Arthur mas é que o pessoal do RH nos ligou e disse que o Sr. Augusto está fazendo um escanda-lo e que está se recusando a sair do prédio. 

- Ok D. Suzy, deixa que eu resolvo isso.

- Cá, eu preciso descer até o RH, o pulha do Augusto está criando problemas lá. A gente se vê mais tarde? 

- Claro lindo, mas ó, nada de ficarmos de pegação aqui na empresa tá? 

- Farei o possível para conseguir evitar isso. Até mais tarde.

Arthur - Desço até o RH e vejo Augusto completamente alterado, falando alto e bradando para Deus e o mundo que irá processa a empresa. Me aproximo dele e peço que ele então resolva o que tiver que resolver com a justiça e que não iria permitir que ele criasse tumulto na minha empresa. Solicito a ajuda dos seguranças que o seguram pelo braço e o conduzem até a saída, acompanho tudo de perto, ao chegar do lado de fora, ele aponto do dedo para mim e diz que irei me arrepender amargamente de tê-lo demitido. O pergunto se isso é uma ameaça.

E aí hein o que vocês acharam, me contem...🤔