Capítulo 23 - A prisão de Augusto

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Arthur - O delegado emite um pedido de prisão preventiva contra Augusto, volto para casa sem querer acreditar que ele tenha tentado nos matar, como que pode, uma pessoa que conviveu comigo anos, como ele teve coragem de fazer uma atrocidade dessa? Não é possível que o ser humano chegue a esse ponto.

Ligo para D. Mara e conto as novidades da investigação, pergunto se teve alguma alteração no quadro da Carla, ela diz que não. Resolvo dormir um pouco antes de ir para empresa, deito, mas meus pensamentos estão tão embaralhados que não consigo dormir. Fecho os olhos, e de repente me vem a imagem do acidente, revivo tudo de novo, eu e Carla estávamos descontraídos, estávamos brincando pois tínhamos perdido a hora.

Lembro que apesar das brincadeiras eu não estava em alta velocidade, lembro que quando tentei frear, senti como se o freio estivesse solto, não obedecia a meu comando, lembro que tentei controlar o carro com o volante, mas estávamos numa ladeira e em curva, perdi a direção, instintivamente tento proteger a Carla, o carro capota várias vezes, lembro de levantar e ir ao lado da Carla. Choro lembrando o quanto foi difícil vê-la naquele estado.

Resolvo novamente ir ao hospital, peço para ver a Carla, Dr. Paulo reclama mas acaba cedendo. Entro na UTI e seguro novamente a mão de Carlinha, que mão macia, tão delicada. Fico olhando para ela e acariciando sua mão, sussurro que a amo demais e peço que ela volte pra mim. Sinto que ela aperta minha mão, olho pra ela e vejo uma lágrima escorrer em seu rosto, entro numa espécie de transe e começo a chorar compulsivamente. Dr. Paulo me tira da UTI e começa a examinar a Carla, a essa altura estamos eu, Seu Carlos e D. Mara do lado de fora de mãos dadas e rezando.

Dr. Paulo olha para fora e sorri. Nesse momento sinto que vou desmaiar, tudo apaga. Dois enfermeiros me socorrem, recebo uma medicação e sou informado que minha pressão estava muito baixa, eles orientam que eu me alimente. Volto para o corredor da UTI, vejo D. Mara chorando, pergunto o que aconteceu, vejo que o blackout da UTI estão todos fechados, entro em desespero imaginando o pior. De repente o blackout se abre, vejo Carla sem os aparelhos e de olhos abertos. Meu coração erra uma batida.

Dr. Paulo sai, diz que Carla saiu do coma mas que ainda não pode fazer uma avaliação pois ela terá de passar por alguns exames de imagens. Peço para vê-la mas ele diz que dessa vez não deixará pois precisa evitar que ela tenha fortes emoções. Pergunto se ela falou alguma coisa mas ele diz que não mas que ela respondeu positivamente aos estímulos.

Fico parado olhando para Carla, ela está de olhos fechados agora, parece um anjo, mas só de ver que ela respira sozinha já é um imenso alívio, minha Pitica está voltando para mim. Ligo para Rosa e conto a novidade, ela fica radiante e diz que mais tarde irá me encontrar no hospital.

Meu celular toca, vejo que é o delegado, atendo e ele me fala que Augusto acabou de ser preso. Me dirijo à delegacia, ao chegar, vejo que Augusto está na sala do delegado prestando depoimento. Ao sair, o encaro de frente e pergunto o porquê?

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