As Surpresas da vida

Capítulo 37 - O Adeus

Carla - Dois dias se passam, minha dor na perna aumentou mas não tive coragem de dizer a Arthur, sinto remorso pois prometi que não esconderia nada dele mas é que ele já está sofrendo tanto por causa de Rosa, fico com o coração apertado. Dr. César me liga, fala que o laudo saiu e que de fato estou com uma lesão muscular e preciso sim de cirurgia. Ele me pede que agende para o mais rápido possível para que a lesão não agrave ainda mais. Pergunto se a cirurgia é necessária e ele diz que é imprescindível pois do contrário posso ter muita dificuldade para andar e possivelmente até risco de perder a perna. Fico em choque. Arthur chega e percebe que estou tensa, resolvo contar tudo a ele, inclusive sobre as dores que aumentaram, ele me olha torto, liga para Dr. César e pede que a gente a cirurgia. Ele sai do quarto.

- Lindo, não fica chateado comigo.

- Você me prometeu que não iria me esconder nada.

- Mas eu não escondi apenas esperei o momento mais adequado para te falar.

- Carla, nós somos um casal, vamos nos casar construir uma vida juntos, não devemos esconder nada um do outro.

- Arthur, olha pra mim, Lindo eu não escondi de você apenas esperei o resultado do exame, tá bom eu deveria ter te falado que as dores aumentaram mas não iria adiantar nada, de qualquer forma teríamos que esperar o resultado. 

- Eu quero que você faça essa cirurgia amanhã mesmo.

- Eu vou fazer a cirurgia, não tem outra opção. Como está Rosa? Eu quero visita-la antes de fazer a cirurgia.

- Ela não está nada bem, envelheceu 10 anos em poucos dias, ela está bem debilitada. E eu não posso fazer nada, eu não posso fazer nada por ela Carla. 

Carla - Arthur chora compulsivamente, sente-se culpado pois percebia que Rosa andava cansada mas achou sempre que era por causa da idade, eu tento tirar isso da cabeça dele, tento fazê-lo ver que ele sempre se preocupou e cuidou dela como uma mãe. Ele me abraça e me pergunta se estou sentindo dor nesse momento, eu repondo que não pois Dr. César ajustou a dosagem da medicação e isso fez a dor passar. Ele sorri. Peço então que me leve ao hospital para ver Rosa. Nos arrumamos, na hora de sair, ele me pega no colo e me leva até o carro, esse garoto não existe mesmo.

Chegamos ao hospital, entro e fico chocada com o que vejo, Arthur não exagerou, Rosa realmente estava bem debilitada, ela dá um tímido sorriso quando me vê. Me aproximo dela, beijo sua testa, ela segura minha mão e pede que me sente ao seu lado, obedeço, ela então pede que Arthur saia pois quer falar comigo em particular, ele estranha mas obedece. Arthur sai, Rosa então com lágrimas nos olhos me pede que eu cuide de Arthur, ela me fala que faz anos que ele não vê a família pois devido a um desentendimento com o pai ele se afastou de todos por não terem o apoiado. 

Digo a Rosa fique fique tranquila pois Arthur agora é minha família e estarei sempre ao seu lado. Ela então coloca a mão em minha barriga e abençoa. Fico sem entender e pergunto porque ela fez isso. Ela então responde que  sabe que eu cuidarei bem de Arthur principalmente agora que estou esperando o nosso primeiro filho, dou uma leve risada e digo a ela que isso não é possível pois faz pouco tempo que saí do coma. Ela então ri e fala: -  será mesmo D. Carla, e aquele dia hein... digo a ela que não é possível. Ela pede que Arthur entre. 

Rosa olha pra Arthur emocionada, pede a ele que deixe de ser orgulhoso e que procure a família, ele olha para mim com os olhos cheios de lágrimas, ela pede a ele que cuide de mim  e família que estamos construindo, diz pra ele que tem certeza que ele será um ótimo pai. Rosa agradece a Arthur por tudo que ele fez por ela ao longos de todos esses anos ao seu lado e que apesar da dor da perda e da saudade de seu filho, o sofrimento dela foi preenchido pelo amor dele. A voz dela vai ficando cada vez mais baixinha e sem forças. Ela para de falar, os olhos fecham as mãos que antes segurava a minha mão e a de Arthur com firmeza, perde a força e se solta. Ouvimos um suspiro. O monitor cardíaco emite um alerta. O médico entra, examina, declara o horário do óbito. 

Rosa partiu. 

😢🥺💔