Capítulo 21 - Medo

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Rosa - O policial me pergunta se Carla ou Arthur tinha algum inimigo, fico tensa, e respondo que não, que são pessoas do bem e que não teria o porque ter algum inimigo. Ele então reformula e pergunta se eles tiveram algum desentendimento com alguém. Na hora me vem o Augusto à cabeça, fico preocupada em falar e fazer algum tipo de acusação. O policial percebe que eu estou tensa e ele então me fala que preciso dizer se sei de algo pois tudo indica que não foi um acidente. Eu então conto tudo sobre Augusto mas no final falo que duvido que ele tivesse coragem de algo tão grave assim. O policial anota tudo e fala que talvez eu precise ir à delegacia prestar depoimento sobre o que falei. 

- Rosa, eu quero beber água, você pega um pouco pra mim?

- Claro meu filho, só um instante. 

- Rosa, e a Carla, alguma novidade?

- Nada ainda, continua no mesmo estado, mas só o fato de não ter agravado já é uma boa notícia não acha?

- Verdade, mas não vejo a hora de olhar pra ela de novo, ouvir a voz, o sorriso, eu preciso dela aqui comigo Rosa.

- Calma, tudo no tempo de Deus.

- Rosa, estou com muito medo. Muito medo mesmo. Não posso perder a Carla, meu Deus...

- Os pais dela chegaram, eles estiveram aqui mas você estava sedado. 

- Como eles são?

- Muito simpáticos, estão bem abalados mas confiantes de que ela sairá bem dessa situação. Eles querem falar com você mas vão aguardar o médico liberar visitas.

- Rosa, cadê Dr. Paulo? Preciso perguntar a ele se posso ver a Carla, queria só olhar pra ela.

- Arthur você precisa ter paciência, você tem que ficar de repouso absoluto.

- Eu sei Rosa, mas é que eu fico com a uma sensação que ela está precisando de mim, quero só olhar pra ela, dizer o quanto a amo...

Arthur -  Dr. Paulo chega para me examinar, diz que meus reflexos estão melhores e que isso é ótimo sinal, pergunta novamente se lembro do momento do acidente e eu digo que não. Ele então pergunta se lembro do momento que saí de casa, o que eu Carla conversamos, eu tento lembrar mas não consigo. Ele então me pede para que eu o conte como conheci a Carla, eu conto tudo, ele sorri e diz que é uma história bonita, ele então diz que a minha perda de memória é temporária e logo devo me lembrar dos últimos acontecimentos. 

Os pais da Carla entram no meu quarto, fico feliz em conhece-los e ao mesmo tempo fico tenso. Sr. Carlos segura em minha mão e fala que Carla estava muito feliz, que todos os dias ela ligava para ele e contava sobre como foi o dia dela e falava deles também. D. Mara me diz que há muito tempo não via a Carla tão apaixonada e tão feliz. Seguram em minha mão, cada um de um lado e fazem uma oração, me emociono, Dr. Paulo então pede que me deixem descansar. Antes deles irem embora eu digo que a Carla é muito importante pra mim e que amo muito. 

Os dias passam, pergunto a Rosa há quanto tempo estou no hospital, ela responde que há uma semana, Dr. Paulo entra no quarto...

Médico - Arthur, você está de alta, não mais necessidade de você ficar internado, a fase crítica já foi superada, contudo, você deverá manter o repouso.

- Doutor  Paulo, eu só saio desse hospital depois que eu ver a Carla, eu preciso disso.

- Eu vou deixar você vê-la, porém terá que ser rápido pois ela está em coma ainda e visitas não são permitidas na UTI.

- Dr. essa cirurgia que a Carla fez na cabeça pode deixar sequelas?

- Isso só será possível saber quando ela acordar do coma, mas há sim uma possibilidade de ela ter alguma sequela, como também ela pode acordar completamente restabelecida sem sequela nenhuma. Vamos então?

- Vamos, eu tô muito nervoso, eu posso tocar nela?

- Pode segurar a mão dela, mas rapidamente ok?

Arthur - Entro na UTI e o que vejo ao mesmo tempo que me causa um medo enorme por vê-la imóvel ligada a aparelhos,  eu vejo também seu semblante sereno, ela está linda, o cabelo está penteado, apesar de muito pálida, é possível ver toda beleza que ela tem. Me aproximo, seguro em sua mão, desobedeço as ordens de Dr. Paulo e dou um beijo em sua testa, chego bem próximo ao seu ouvido e segurando sua mão digo: - meu amor, não sei se você consegue me ouvir ou sentir que estou segurando em sua mão, eu estou aqui, e estarei sempre aqui com você, vou lutar com todas as minha forças, eu não vou medir esforços, tudo que possível fazer para trazer você de volta eu farei, você foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida, eu preciso muito de você, nós temos muito o que viver juntos ainda, eu quero construir uma vida com você, eu quero formar uma família com você, ter nossos filhos, nossos cachorros naquela casa que idealizamos outro dia. Tudo que a gente sempre falou brincando, eu levo muito a sério e quero tudo isso com você, pois só fará sentido pra mim se for com você ao meu lado. Leve o tempo que precisar, mas por favor, por favor meu amor, volta mim.

Dou um leve selinho nos lábios de Carla, nessa hora Dr. Paulo entra, me repreende e diz que hora de eu sair. Obedeço, afinal, passei dos limites. Ao sair, paro na porta e faço uma oração. Peço a Deus que restabeleça a saúde dela e que tire do meu peito esse medo que está me consumindo. 

Gente, eu sou muito boba, chorei escrevendo esse capítulo. 😢

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