Capítulo 38 - Rosa Partiu

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Arthur - Eu ainda não consigo acreditar no que acabou de acontecer, caio num choro que não tem mais fim, abraço Carla e percebo que ela não está bem, vejo que ela está pálida. A tiro de dentro do quarto, pergunto o que ela está sentindo, ela me fala que nunca tinha visto ninguém morrer e então começa a chorar, no abraçamos e ficamos ali parados na porta do quarto por longos minutos. Pergunto se ela quer que eu chame um médico, ela diz que não e que vai ficar bem, que foi só o choque mesmo. Nos abraçamos mais uma vez emocionados. Ligo para a empresa, decreto luto de 3 dias e convoco a todos para o velório de Rosa. 

Carla - A morte de Rosa me deixou muito abalada, estávamos conversando e ela simplesmente partiu, sem chorar, sem reclamar, sem avisar, partiu nos dando o que sempre nos deu, amor. Confesso que estou surpresa com a reação de Arthur, estava muito preocupada da forma como ele reagiria quando isso acontecesse. Digo a ele que vou ligar para Dr. César e reagendar a minha cirurgia pois quero ir ao velório e enterro de Rosa. Ele concorda.

Arthur - Rosa Partiu, foram mais de 20 anos de convivência, essa mulher tinha tudo para me odiar mas no coração dela só havia espaço para o amor, quando eu saí da prisão, era uma pessoa amarga, sem brilho, sem sentimento algum, revoltado com tudo e com todos, principalmente com a minha família, Rosa era a única pessoa que sabia o porque eu me afastei deles. Ela passou a ser minha única família e somente a ela me dediquei apesar dela sempre ao longo de todo esse tempo tentar me fazer mudar ideia. Me lembro que um dia, ela me falou que minha família estava passando por mal bocados, meu pais havia quebrado, perdeu o negócio que tinha, minha mãe era quem estava mantendo a família com a venda dos salgados que fazia e que a situação era bem complicada. Nesse dia, liguei para minha mãe, D. Beatriz nem acreditou quando ouviu minha voz.

Carla - Percebo que Arthur está com pensamento distante, me aproximo dele e pergunto se está tudo bem, ele me fala que o que Rosa o falou sobre sua família o tocou e que pensou em sua mãe. Aproveito o momento e pergunto o que aconteceu entre ele sua família, ele me responde que num outro momento ele me conta pois ainda não se sente bem em falar sobre o assunto. Ele pergunta porque Rosa falou sobre formamos uma família, pois do jeito que ela falou parecia que já tínhamos uma. Conto a ele que Rosa acha que eu estou grávida, ele me olha espantado, mas digo que foi coisa da Cabeça dela.

Arthur - O velório de Rosa foi muito bonito, apesar da tristeza, todos os funcionários fizeram questão de dar um último adeus, ela era muito querida por todos os funcionários, a mais antiga da empresa. O enterro acontece, não sei descrever o que sinto, e só fico pensando no que Rosa falou sobre minha família. Olho para Carla e a vejo pálida, ela levanta e sai, vou atrás dela. 

Carla - O velório de  Rosa me deixou muito emotiva, me sinto tonta, enjoada, nunca vi alguém morrer antes, foi bonito ver todas aquelas pessoas falarem tanta coisa bonita sobre a Rosa, cada um contou uma experiência que viveu ao lado dela, eu contei como foi que nos conhecemos e a coincidência em estar namorando Arthur e ao mesmo tempo fazer uma seleção para ser ajudante de Rosa, quase ninguém na empresa sabia dessa história, nesse momento todos riram pois foi realmente algo inacreditável. 

Após o enterro me sinto mal, levanto e saio. Me afasto um pouco de todos e tento tomar um pouco de ar, Arthur chega e pergunta se está tudo bem, digo que sim e peço para irmos embora. Durante o caminho, senti muita vontade de vomitar, começo a suar frio penso no que Rosa falou quando colocou a mão em minha barriga e me dou conta devido aos sintomas que posso mesmo estar grávida. Chegamos em casa, tomo um banho, Arthur também, ele pede alguma coisa para comermos. Olho para ele e digo:

- Lindo, acho que Rosa tem razão, posso mesmo estar grávida.


Comentem hein...quero pelo menos 30 comentários para soltar o próximo capítulo.

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