Capítulo 47 - A recuperação

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Arthur -  Fico aliviado, eu estava muito tenso, pergunto se está tudo bem com o bebê, o médico diz que sim e que Carla irá se recuperar completamente. Entro no quarto, ela está dormindo. Como ela parece um anjo quando está dormindo. Fico refletindo sobre o que acabei de falar, como ela pode parecer um anjo se nunca vi um anjo?... interessante isso. Acho que porque quando se pensa em anjos, só se fala coisas boas então os anjos são lindos. A sensação que eu tenho é que estou embriagado, não estou falando coisa com coisa, é o cansaço. Muita coisa acontecendo, estou cansado mentalmente e fisicamente. 

Deito na poltrona ao lado da cama da Carla, fico olhando pra ela, penso em Rosa, penso na conversa fria que tive com minha mãe...adormeço.

- Lindo! Arthur...

- Ah, acordou meu amor. Que bom.

- Você deve estar todo dolorido, estava todo torno nessa poltrona.

- Não, estou bem. E você está sentindo dor?

- Não, só um leve desconforto.

- Dr. César disse que ocorreu tudo bem e que você vai se recuperar logo. 

- E o nosso bebê Arthur?

- Está tudo bem meu amor. Ele está aqui guardadinho...

- Ai, graças a Deus. 

- Você vai ter que ficar aqui 48h em observação, mas logo depois receberá alta.

- Lindo, olha pra mim? Tem alguma coisa te preocupando? Eu te conheço, você não está bem.

- Não é nada, está tudo bem. Tô de boa.

- Aah mas não tá mesmo. Fala pra mim o que aconteceu?

- É...bom, enquanto eu estava esperando você ser operada, fiquei pensando em muitas coisas. Lembrei do último conselho de Rosa, aí me deu uma saudade da minha mãe...

- Ai amor, vem cá deixa eu te dar um abraço. 

Carla - Dei um abraço em Arthur, a vontade era de colocar ele no colo mas infelizmente não posso ainda. Ele está visivelmente cansado e triste. Não quero forçar nenhuma situação, prefiro que ele me conte sobre a família dele por conta própria. Digo a ele que vai ficar tudo bem e que na hora certa as coisas irão se ajustar.

--48h depois--

Carla - Dr. César me dá alta, faz muitas recomendações e orienta que eu volte para revisão em 10 dias. Durante o percurso percebo Arthur muito calado, introspectivo, às vezes dá um sorriso tímido, vejo que ele está se esforçando para não demonstrar pra mim que está triste. Mas eu sei que ele está muito triste. Chegamos, ele como sempre muito cuidadoso, me carrega no colo e me leva para o quarto, deito e ele me ajuda a trocar a roupa. Ele fala que vai tomar um banho, eu ligo para um restaurante e peço uma comida para nós dois. Ao voltar do banho peço que ele se deite ao meu lado.

- Que garoto cheiroso meu Deus...

- Assim fico todo arrepiado D. Carla, tô carente...

- Eu sei que você tá carente... quando eu ficar boa vou te recompensar viu...

- Trate de se comportar viu seu trem atentado.

- Mas gente não tô fazendo nada, só tô te cheirando...

- Certo Carla, Certo...

- Lindo, tô sentindo você tão triste, distante... lá no hospital você começou a me falar que sentiu saudade de sua mãe...

- Eu liguei pra ela enquanto eu estava lá esperando a cirurgia acabar. Antes eu não tivesse ligado, ela foi muito fria comigo.

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