Backfire [L.S]

32

Dou uma última olhada pela pequena sala, passando meus olhos lentamente por cada detalhe. A sala de Harry se assemelhava a ele. Um sofá vermelho com almofadas douradas, uma mesa de centro com algumas revistas sobre cabelo, artigos de decoração um pouco exóticos, e um tapete de pêlo cor de carmim. Cada coisa parecendo estar exatamente no seu devido lugar e cheio de personalidade, assim como ele.

ㅡ É aqui que eu moro. ㅡ Ele dá de ombros parecendo levemente envergonhado.

ㅡ É a sua cara, anjinho. ㅡ Comento sorrindo.

Ele me lança um sorriso breve ao mesmo tempo que entrelaça a mão na minha.

ㅡ Deixa eu te mostrar uma coisa. ㅡ Ele me arrasta me levando até a pequena cozinha onde aponta para a geladeira. ㅡ Isso aqui, caso você não saiba, é uma geladeira. E ela é do tamanho normal.

Solto uma risada alta e dou um aceno de cabeça, observando Harry me encarar com as sobrancelhas erguidas.

ㅡ Uau! Meu Deus! ㅡ Exclamo fingindo surpresa.

ㅡ E olha ㅡ ele abre a porta da geladeira fazendo com que a luz se acenda e me dê a visão de tudo que está dentro ㅡ tem comida. Que coisa, não?

ㅡ Realmente surpreendente!

ㅡ E tenho copos. ㅡ Ele aponta para o armário com portas de vidros.

ㅡ Meu Deus, anjinho, ㅡ o puxo pela cintura, abraçando o seu corpo ㅡ você é tão evoluído. Eu fico impressionado.

ㅡ Isso se chama não ser mão de vaca para comprar as coisas, Louis. ㅡ Ele solta uma risada quando eu belisco sua cintura. ㅡ Você deveria experimentar.

ㅡ Eu vou. Vou comprar tudo o que estou precisando e vou mobiliar meu apartamento direito agora.

Beijo sua bochecha e vou traçando beijos por seu rosto até beijar a sua boca. Eu mal consigo acreditar que depois de todo esse tempo eu estou com Harry, e mais surpreendente ainda é que ele tenha me convidado por livre e espontânea vontade para dormir em sua casa.

Percebo que o verbo "tentar" é variante. Eu muitas vezes não dei a ele o crédito que ele merecia quando ele disse que estava "tentando". Ele me provou que eu estava completamente equivocado, porque de tentativa em tentativa, ele conseguiu. E por mais que eu duvidasse do seu esforço, Harry sempre me deu aquilo que ele conseguia dar na época. Mesmo para mim parecendo tão pouco, para ele era muito mais do que ele era capaz de oferecer.

ㅡ Vamos tomar um banhinho agora? ㅡ Sussurro e ele assente, completamente dengoso em meus braços.

Harry sabe ser duas coisas ao mesmo tempo. O meu inferno e o meu paraíso. O meu anjo e meu demônio. E eu venero cada uma de suas facetas como alguém que implora por salvação ou como alguém que cultua os seus pecados.

Caminhamos até o banheiro e antes que ele tire a camisa, passo meus dedos entre os fios suaves e cacheados e prendo em um coque para que ele não molhe o cabelo. Em seguida desaboto a sua camisa e a sua calça, e também tiro a minha roupa. Em instantes estamos nus e abraçados debaixo do chuveiro.

Harry se esfrega em meu corpo e eu não contenho meus gemidos baixos à medida que sua mão explora cada parte da minha pele. Fico excitado, não há como não ficar quando tenho um homem desses pelado, se esfregando em mim.

ㅡ Harry… ㅡ O reprimo sutilmente quando ele se vira de costas e começa a insinuantemente rebolar a bunda em minha virilha.

Meu pau duro pincela a pele branquinha e eu fecho os punhos, mordendo os lábios tentando não ceder à tentação.