[24] Estilhaços e dois passos no passado

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No momento em que Jungkook saiu, o seu autocontrole estava tão fino como o gelo derretido no fim da estação

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No momento em que Jungkook saiu, o seu autocontrole estava tão fino como o gelo derretido no fim da estação.

Era só que... que ele não conseguia. Jungkook não conseguia respirar.

— Ei, calma, respira.

Então ele sentiu mãos gentis e macias segurarem o seu rosto enquanto ele tentava se manter em pé. Mas era difícil, A sua cabeça parecia girar inúmeras vezes como se estivesse em um parque de diversão, e o seu peito pesava demais para ele conseguir fazer qualquer exercício da respiração.

— Eu... — a sua garganta estava se fechando cada vez mais.

— Você está em pânico. Apenas concentre-se em minha voz, e olhe para mim.

Então ele o olhou.

E não existia nada mais lindo.

— Minnie...

— Sou eu — Jimin sorriu.

Era ele. Jungkook tinha esquecido totalmente que ele estava consigo no momento que June ligou e o seguiu até ali. Ele não estava sozinho.

Nos minutos seguintes, os seus olhos travaram uma batalha silenciosa naquela rua onde apenas o barulho do vento sacudindo as árvores era ouvido.

Porra. Era exatamente disso que Jungkook tinha tanto medo. Os fantasmas do passado não apenas vinham assombrá-lo a noite mas como também os vivos.

Ele ainda não decidiu o que sua mãe era. Se ela era uma pessoa real, ou não passava também apenas um fantasma.

— Eu estou bem...

— Você não está bem — Jimin sussurrou e puxou Jungkook pela nuca para um abraço, no qual confortavelmente o jogador enterrou o rosto em seu peito e passou os braços musculosos em volta da cintura do patinador. Ele parecia tão pequeno naquele momento. — Não precisa fingir que está tudo bem comigo, Jungkook...

Jungkook não falou nada — ele não conseguia, de qualquer forma —, apenas aspirou o cheiro de amaciante misturado com perfume em sua roupa. E Jimin, mesmo atrapalhado com a diferença de tamanho e massa, acolheu Jungkook em seus braços o mais forte que podia. Até o corpo parecer pesado demais para poder ficar em pé, e Jimin não queria soltá-lo, por isso o levou para sentar na fonte com um anjo de joelhos com as asas caídas enquanto olhava para o céu.

Então, Jungkook afundou o rosto em seu colo e começou a chorar. O corpo enorme tremia como o de uma criança.

— Eu perdi a minha mãe também, Minnie...

Os olhos de Jimin também encheram de lágrimas, mas ele não disse uma única palavra, não era o momento certo para isso. Por isso, ele passou uma das mãos por cima das camadas de tecidos, massageando suas costas largas.

Parecia que havia muito sentimento — principalmente dor — preso dentro de Jungkook e ele precisava colocar para fora.

— Ela era... a melhor mãe do mundo — Jungkook levantou o rosto para encará-lo. — Ela era uma mulher corajosa, inteligente, amorosa, e aquela criança que um dia eu fui, nunca poderia imaginar que aquele sol poderia apagar. Como poderia imaginar? Eu achei que eu teria minha mãe p-para sempre... mas eu entendi que algumas pessoas se perdem no caminho, como ela se perdeu. Eu juro que tento ao máximo não me perder também, é que...

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