Incrível

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Hanamiya sabia que seus sentimentos por ela, pouco provável que fossem recíprocos e sabia que eles, nunca iria existir, ele sabia que nunca seriam Romeu e Julieta, nunca seriam como os livros de Nicholas Sparks, sabia que jamais seriam como as canções de Chico Buarque, eles não seriam como Rafe Sullivan e Brooke Jansen ou como Thomas e Audrey, eles não seriam como Jude e Cardan, eles não seriam Ginna e Harry, ou Lilly e James.
O mais próximo que chegavam era Gabriel e Julia, como Abby, Travis e seu amor destrutivo, eles seriam como Greer McDonald e Henry de Warlencurt, mas nunca seriam Greer McDonald e Shafeen Jadeja.

Ele era a Fera que jamais se tornaria príncipe, mas ela.
Ela seria a Bela que sempre seria bela, seria a mulher perfeita na vida de qualquer homem ou mulher, seria a rainha de qualquer coração congelado, governaria qualquer mente transtornada, era a Mulher Maravilha que salvava o mundo sem o Super-Homem, era a Mulher Gato que deixava o Batman confuso.

Ela era a pessoa incrível e ele era a pessoa confusa. E lhe doía saber que a tinha magoado.

O jogo voltaria em breve, mas a menor mal tinha forças para se levantar ou afastar o rapaz em sua frente, ela sentia seu coração fraco, sua mente nublada, sentia seus pés formigarem pela posição desconfortável, sentia repulsa pelos braços dele estarem ao redor de seu corpo.

- Eu odeio você, Hanamiya. Odeio muito. - Disse a garota em meio ao seu momento de coragem, ela sabia que era mentira, mas sabia que não sairia dali a menos que ele afastasse-a.

Mas ele não a afastou. Pelo contrario. Ele trouxe seu corpo para mais perto.

- Eu também. - Ele não dizia que odiava a garota, mas que odiava a si mesmo.

Se odiava e sentia nojo de seu nome, sentia repulsa, vontade de arrancar a carne de seu rosto, queria remover aquilo que chamava de pele, queria sentar sozinho no chão do banheiro e se lembrar do sorriso dela. Todos os sorrisos que ela havia dado para ele naquela semana e se lembrar, de como havia feito ela chorar.

- Eu tenho que ir. - Relutante, a azulada desprendeu-se dos braços firmes que a rodeavam, se levantou e destrancou a porta.

Ele continuava imóvel no pé da porta, fazendo-a ter vontade de chuta-lo e fazer com que a porta batesse em seu corpo. Queria bater nele, arrancar seu couro cabeludo, queria cortar seu pescoço, queria bater nele até que o mesmo estivesse morto, mas também queria que ele implorasse por perdão aos seus pés, queria que ele a impedisse de voltar para o time e abraçasse, queria que ele a beijasse e dissesse que a ama.

Se levantando, ele lhe deu um último abraço, sabendo que ela jamais olharia para a sua face, jamais a chamaria para um jogo e nunca mais sorriria para ele, por causa dele.

- Me solta.

Ela não retribuiu, não o olhou, apenas o mandou se afastar. Ela não se importou em repor a peruca ao sair e assim que virou o corredor, fora da vista do rapaz, correu para o vestiário do time, sem se importar com o que estivesse em sua frente.

Sem se importar com o moreno de cabelos escuros que a viu correndo com lagrimas nos olhos, sem se importar com o que as pessoas pensariam.

Chegando na porta do vestiário, abriu e entrou sem pensar duas vezes, não se importava se eles estavam formando uma estratégia contra a Kirisaki Daiichi ou com a verem em pedaços. Queria apenas o abraço do irmão, seu carinho e consolo. Sentando-se no colo do maior, no qual, sem questionamentos, a embrulhou em seus braços, ouvindo o choro fraco da menor. Tentava acalma-la e entender o que acontecia, mas sabia que aquele não era o momento de perguntas, não quando ela segurava a camisa do rapaz com força.

A sala havia se silenciado ao ver a menina, associaram que a culpa era de Makoto Hanamiya e seu time.

Eles não estavam completamente errados.

Pass it to me again!Onde histórias criam vida. Descubra agora