Tetsuya viu a irmã ter diversas paixões, paixões longas e curtas, a viu ter paixões temporárias, mas que, mesmo depois de muito tempo, mexiam com ela de alguma forma, deixavam ela ansiosa e vagando pela casa durante noite.
Na véspera daquele jogo não havia sido diferente, a garota rondava a casa como um predador rondava sua presa, a mais nova não consegui se acalmar e, muito menos, acreditar que havia concordado com a aposta de Murasakibara.
O irmão ficava nervoso por vê-la daquele jeito e perguntou o que havia acontecido, não conseguindo guardar os sentimentos para si, contou sobre a tal aposta e o deu outro motivo para vencer.
Não que ele não achasse o arroxeado bom o bastante para a irmã (ele não achava ninguém bom o bastante), mas queria evitar perder a mais nova para alguém, ele nunca havia conseguido imaginar a irmã namorando ou se casando, o amor incondicional e o sentimento de proteção que ele tinha perante a irmã o consumia.
Ele queria que ela comemorasse a vitória ao lado do irmão, mas sabia que os sentimentos que negava desde a Geração Milagrosa e que se afloravam cada vez que ouvia sobre eles, sabia que, por mais que a garota dissesse ter sentimentos por Seijuro Akashi, ela era louca pelo arroxeado.
O irmão já havia se cansado de ouvir o quanto um "certo rapaz" - o apelido que ele considerava idiota para se referir ao mais alto - era belo, engraçado e apaixonante, se cansará de ver o quanto ela se escondia apenas para não ficar vermelha quando conversassem, se cansará de ter que aguentar ela falar sobre as "borboletas no estômago" e sobre o quanto ela queria ficar ao lado dele. Não era difícil saber que seu amor "platônico" era o arroxeado, mesmo que ele sempre estivesse ao lado de Seijuro, ela conseguia conversar normalmente com o rosado, mas sempre gaguejava com o mais alto.
Ele não o achava digno de ficar perto da irmã, entretanto, se a irmã estava feliz, ele também estava.
Contudo, o sentimento não era o mesmo para o ruivo que via os dois se abraçarem, ele sentia seu peito doer com aquilo, assim como sentiu ao saber do "encontro" que ela teria após o treino, doía saber que ela não olhava para ele, mas podia olhar para Alex e Murasakibara, até mesmo para Hanamiya, mas nunca para ele.
Acreditou que se ficasse mais forte, se treinasse mais, se vencesse mais, ele poderia atrair atenção da garota que impôs respeito e fez com que seu coração batesse mais rápido ao, simplesmente, entrar na quadra e interromper um jogo, mas aquilo não foi o suficiente para atrair o olhar da garota.
Ele não era bom o suficiente, não havia conseguido se aproximar e rouba-la para si, não conseguiu demonstrar que, por ela, ele ficaria de joelhos e imploraria ao mundo apenas para poder tocar em sua mão, imploraria apenas para que ela sorrisse para ele por causa dele.
Hanamiya entendia o sentimento, pois via aquela mesma cena da arquibancada, sabia como doía não ser a pessoa que a fazia sorrir, sabia como doía não poder segurar a garota em seus braços ou ter o sentimento de amor vindo dela.
Mas Murasakibara tinha esse sentimento para si, tinha a garota em seus braços e poderia fazê-la feliz, mesmo que perdesse a confiança de Akashi, mesmo que fosse dito como inútil, ele estava satisfeito com o que tinha agora, satisfeito por poder leva-la em um encontro e poder dizer o quão louco ele era pela garota.
A despedida entre eles se concluiu com um selar na testa do rapaz, no qual, hesitante, acompanhou o time para fora. A garota correu para se juntar com o próprio time e pulou nos braços do irmão, feliz por ter realizado seu antigo sonho juvenil.
Agora ela corria para encontrar Alex e contar sobre seu futuro encontro, queria um conselho da melhor amiga. Muitos conselhos. Era o seu primeiro encontro oficial que poderia ocorrer um namoro, diferente do que ela teve com Hanamiya, esse poderia dar certo, já que não era por interesse.
Ela queria pedir os conselhos e correr a tempo de ver o próximo jogo, mesmo que não pudesse participar da entrevista que havia arranjado para a Seirin.
Encontrando a amiga, que conversava com Himuro, esperou que ambos terminassem o assunto e, assim que finalizado, pulou nos braços da amiga.
- Eu vou ter um encontro! - Disse a mais nova, surpreendendo a loira e fazendo seu peito arder.
- Quem é o azarado? - Questionou.
- Murasakibara. Atsushi Murasakibara. Ele é amigo do Himuro. - Especificou a garota e se deparou com o olhar surpreso do moreno, no qual a desejou boa sorte assim que se recuperou do transe.
Foi uma conversa rápida e causal, o moreno se despedia-se da mais velha com um sorriso gentil no rosto, no qual se desfez quando uma voz desconhecida se pronunciou vindo da escadaria.
- Oi, elas são uma gracinha. - Disse o rapaz, ele vestia um uniforme vermelho, indicando ser de um dos times do campeonato. A forma como se pronunciara fez com que Alex ficasse alerta e segurasse firmemente a mão da mais nova, no qual adquiriu um olhar frio, mesmo que estivesse com medo. - Vocês duas são estrangeiras? Mestiças? Sabem falar japonês?
- Quem é você? - Questionou Alex, na qual puxou a garota ao seu lado para trás de si.
- Então você sabe falar. E você, garotinha? - Questionou mirando os olhos escuros para a azulada e aproximou o rosto da mais nova. - Qual o telefone de vocês? Vamos sair juntos algum dia. Chega mais.
O garoto puxou a S/N pelo braço, mas, com medo, a garota rapidamente o empurrou.
- Não seja ridículo! - Disse a mais nova, na qual foi abraçada pela loira rapidamente. - Não venha com toques casuais!
- Quê?
- Pare com isso. - Pediu Himuro. - Vou escutar o que tem a dizer.
- Hein? Participou da partida que acabou? De perto, você tem mesmo cara de perdedor. Você falou alguma coisa? - Questionou o rapaz, que se preparou para desferir um soco no moreno.
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Pass it to me again!
FanfictionNão há provas. Contudo, naquela hora, todos sentiram. São os prodígios da década, a Geração Milagrosa. Não há jogador à sua altura. Mesmo que um surgisse, seria num futuro distante. Ou assim parecia. Ouviram o som de uma porta. O som da porta onde s...