Desculpa

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O som do apito finalizando o segundo quarto foi ressoado, a Seirin se encontrava cinco pontos a frente de Kirisaki Daiichi, e Hanamiya se encontrava frustrado, seus planos não saia como ele planejara, e ao perceber que o rapaz no qual trocara com Izuki era S/N, seu plano se afetou ainda mais, ele sabia das habilidades da garota, mas não queria que ela se machucasse, por isso começou a marca-la, mas o olhar furioso que ela havia lhe dado e a forma como havia falado com ele, o fazia se sentir um completo idiota. 

Idiota por pensar que mesmo descobrindo seus jogos sujos, ela continuaria falando com ele; idiota por pensar que ela iria deixar passar; idiota por ainda querer protegê-la, mas ainda querer ganhar e usar estratégias sujas.

O mesmo andava sem se importar com o que estava em sua frente, o fazendo esbarrar no número 11 da Seirin.

- Sai da frente!

- Espere! - Chamou o azulado.

- O que?

- Por que você joga de forma tão desonesta? - Tal pergunta, havia despertado o interesse da irmã, no qual havia ficado ao lado do rapaz, esperando uma resposta do moreno em sua frente. - Realmente gosta de vencer assim?

Tal pergunta fez com que o sangue de Hanamiya fervesse, ele se virou e levou a mão ao peito.

- Claro que não. Mas se eu não fizer isso, como poderei derrotar os membros da Geração Milagrosa? Eu fiz uma promessa, que eu seria o primeiro no Tornei de Inverno. - Com tais palavras, uma risada histérica saiu dos labios do rapaz. - Até parece, idiota. Dizem que o infortúnio tem sabor de mel. Não entendam errado, senhor certinho e minha querida princesa. Eu não quero vencer. Eu quero ver quem trabalhou durou e devotou sua juventude ao basquete ranger os dentes quando perderem. Se eu gosto? - Repetiu inclinando o corpo na direção da jovem por debaixo da peruca. - Sim, eu gosto.

Mentiroso. Foi o que passou na mente do rapaz.

- O que eu fiz com seus veteranos ano passado foi como uma obra de arte. Espero que não pense que é o fim. Estão só começando a ranger os dentes. - Dizia ele se afastando ao lado do time.

S/N viu o rapaz ao seu lado cerrar os punhos. Ela entendia o motivo, e foi por tal razão de correr atrás do time, mesmo com os protestos da Seirin. Ela segurou o pulso de Hanamiya e o levou para um pequeno deposito no corredor, trancando-se lá dentro, acompanhada com o garoto.

- Você gosta?! - Questionou. - Você realmente gosta, Makoto?!

O rapaz não sabia o que dizer, ouvia seu time perguntando se estava tudo bem, o trinco da porta se mexia de forma constante, como se fosse abri-la do mesmo jeito, mas a única coisa que importava naquele momento, era a garota em sua frente, que o prendia contra a porta, os braços apoiados um de cada lado no corpo do rapaz, os olhos raivosos e marejados doíam-lhe a alma, ela estava com os dentes trincados debaixo dos labios semicerrados.

Labios que eram tão desejáveis quanto seus olhos, labios dos quais saíam sorrisos pintados por Van Gogh, risadas comoventes que eram notas de Beethoven.

- Princesa, eu...

- Não me chame assim! - Gritou. - Eu só quero que me responda!

- Não. Não mais.

- Muito vaga.

Um pequeno silêncio reinou no pequeno quarto, mas o som do lado de fora irritavam cada vez mais o rapaz, que não se segurou em socar a porta e mandar os outros embora. Ele evitava olhar para a garota, sabia que ela estava com raiva e provavelmente desapontada, por causa dele.

- Não, eu não gosto mais.

- Por que? - Perguntou ela, ele evitou responder levando a mão para a maçaneta, mas a garota segurou a gola de sua camisa e fez com que ele batesse o corpo contra a porta. - Por que?! Por que mentiu pra mim?! Você mostrava jogar limpo! Disse que gostava de basquete! Você se aproximou de mim para pegar informações, não foi?! Então por quê foi tão gentil?!

As perguntas saíam junto com suas lagrimas, se julgava mentalmente por ter um coração fraco, fazendo com que se sentisse atraída por palavras e ações gentis; por se sentir atraída sempre por aqueles que podiam machuca-la, deixa-la sem hesitação, aqueles nos quais sabiam como agir para tê-la na palma da mão.

Hanamiya se sentia mal a cada soluço da menor, no qual mantinha a cabeça baixa, olhando para os próprios pés. Se sentia sufocado, por cada palavra, cada pedido de desculpas que queria dar, por querer se ajoelhar diante dela, e somente ela, mas sentia o seu orgulho, seu ego lhe prenderem em uma parede. Pode sentir os olhos arderem conforme as mãos da garota o soltavam e ela apoiava a cabeça no peito do rapaz.

A peruca já caia para o lado, não demorou para estar no chão, soltando os cabelos da garota, mechas nas quais grudaram no rosto úmido. Os braços esguios do rapaz a puxaram pra perto no momento que ela deslizou para baixo, a acompanhou, deixando-a deitada em seu peito.

- Desculpa. Desculpa. Desculpa. Eu sinto muito. - Era o que o rapaz conseguia dizer, ele não aguentava vê-la de forma tão frágil, sabendo o poder que ela tinha. - Eu queria que você me não visse aqui, queria fugir ao ver você no aquecimento, queria poder bater em cada um do meu time ao ver como você estava brava, queria que você me batesse, que me deixasse, mas jamais iria querer te machucar, não mais do que já fiz. Eu posso fazer o que você quiser para que você olhe para mim de novo. Posso confessar aos juízes, posso levantar uma bandeira branca, deixar de jogar... O que você quiser, mas, por favor, não chore.

O rapaz afagava o cabelo da menor, contendo as lagrimas em seus olhos, o mesmo evitava olhar para a garota deitada em seu peito, sabia que havia lhe machucado e sabia que não havia palavra ou ação que fizesse com que ela olhasse para ele, sorrisse para ele.

Pass it to me again!Onde histórias criam vida. Descubra agora