Manicômio

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Mirdorima e o restante do time eram insistentes, mesmo que soubessem a derrota evidente, eles não fraquejaram para conseguir concretizar as cestas subsequentes e - tentar - encurralar Akashi, contudo, o rosado estava ficando irritado com o comportamento do próprio time e ninguém, nem mesmo S/N, esperava que o rosado fizesse uma cesta para o time adversário.

- Uma cesta contra. - A azulada mais nova pode ouvir dos garotos sentados junto com a mesma no banco de madeira. - Ele fez de propósito. O que ele está pensando?

- Quando foi que eu disse que vocês poderiam abaixar a guarda? - Questionou o capitão do time branco para seus companheiros. - O jogo ainda não acabou. Vocês relaxaram depois que ficamos muito à frente no placar? Deu pra ver que vocês ficaram chocados quando eles marcaram algumas cestas. Se o jogo estivesse mais apertado, não teriam se envergonhado dessa maneira. Nesse caso, é melhor não ter essa diferença. Esfriem a cabeça. Mas, se perdemos, podem me culpar a vontade. Teremos perdido por causa dessa cesta. Aceitarei completamente a responsabilidade e abandonarei o time. Para pagar pelo meu crime, vou arrancar meus olhos e entregá-los a vocês.

A risada de S/N rompeu o silêncio criado no ginásio após a ação repentina do bicolor, os olhos diferenciados vagaram até a boca sorridente, com a pergunta do motivo da gargalhada alta.

- Acho que a única coisa que poderia pagar seus crimes é um manicômio. - Brincou a garota, recebendo um olhar de desgosto do rosado que prosseguiu com jogo logo depois de conversar com o time.

- De qualquer forma, foi uma maneira eficaz de inspirar seu time. - Disse Teppei. - As expressões dos jogadores da Rakuzan mudaram.

- Vai fazer também? - Brincou a garota no banco.

- Sonha.

O jogo se seguiu e conforme o tempo diminuía a Rakuzan aumentava a distância no placar com cestas subsequentes. Em determinado ponto, S/N deixou de acompanhar o jogo quando a clara vitória a fez cansar e sentiu a dor nas pernas por conta da cólica que sentia desde a manhã.

- Os ataques da Rakuzan são implacáveis. - Disse Izuki.

- O discurso do Akashi os colocou em pé novamente. - Acrescentou o rei sem coroa do time.

- Mas a Shutoku ainda tem chance. - Disse o jovem de óculos de forma positiva. - Ele pode prever o futuro, mas não para os arremessos do Midorima.

- Esse jogo já acabou. - Respondeu a azulada mais nova.

- Por quê? - Questionou o irmão que ficará silencioso até o momento.

- Porque o Midorima não tocará mais na bola. A altura é certamente um fator importante no basquete. À primeira vista, parece que o Akashi não pode impedi-lo, mas ele ainda consegue ver o que vai acontecer. Mudar isso vai ser fácil. - Concluiu a garota antes do único som a ser ouvido fosse a da batida da bola contra o chão.

- Está quieto. - Disse Koganei. - A Shutoku está mais cautelosa do que nunca.

- É claro que estão. Eles não podem se dar ao luxo de cometer erros agora. - Completou Hyuga.

- O Akashi os tirou do ritmo com suas cestas consecutivas. Se falharem, não terão tempo de se recuperar. Este momento decidirá o destino da Shutoku.

- Esse destino já esta decidido. - Declarou a Kuroko bebendo a segunda garrafa de água. Eles vão fazer marcação dupla no Takao, ele vai ultrapassar achando que vai conseguir passar a bola para o Midorima. Mas o Akashi não é tão idiota assim.

- Por que acha isso? - Questionou a técnica do time.

- Porque o arremesso é sempre o mesmo.

Não levou tempo para o que a garota sugerisse fosse completo, o que garantiu a derrota no final do jogo. S/N dormia enquanto os dois times agradeciam o jogo, tendo que ser acordada pelo irmão para poder assistir o jogo de seus amigos.

- Você já tem uma análise, S/N? - Questionou Koganei para a garota sonolenta.

- Já, pelos meus cálculos, a Kaijo teria uma maior chance de ganhar, mas como o Kise ainda não está no nível permitiria essa conquista, a porcentagem acaba sendo maior para um empate. - Disse a garota antes de beber mais um pouco de água.

O sono chegava a incomodar a jovem, mas sabia que isso era por conta da noite que passou acordada trabalhando. Dormiu pouquíssimas horas e agora o seu corpo cobrava o preço da tarefa que lhe rendia pouco mais de 240.000 ienes por mês e, mesmo assim, trabalhava hora extra, o que rendia o aumento de suas férias e a compra de tudo e mais que a pequena família de duas pessoas precisava.

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