Encontro

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Logo após a finalização do jogo de tabuleiro - resultando com a S/N como vencedora - o som da campainha ressoara pelo apartamento, um sorriso imenso surgira no rosto da azulada, que se levantou em um salto, alisando o corpo para arrumar a roupa e o cabelo, o nervosismo no peito e o entusiasmo no rosto.

O irmão abriu a porta para o arroxeado. Da sala, a mais nova podia ouvir as vozes dos garotos, mas a mesma não estava interessada nos avisos que o irmão dava ao maior. Com a bolsa no ombro e as botas nos pés, a garota surgiu timidamente no corredor atraindo as orbes lilases.

Um suspiro baixo foi ouvido do rapaz que sorriu minuciosamente e coçou a nuca, revelando o nervosismo, concomitantemente, a azulada sentiu o rosto corar com a reação do mais velho, era impossível ela não notar o quanto ele se dedicara para o encontro quando olhava as roupas do rapaz, a camisa preta de gola alta cai perfeitamente bem no mesmo, dando um ar maduro junto do cabelo amarrado na nuca e a calça jeans preta, o pescoço envolto por um cachecol cinza e o sobretudo preto aberto, mesmo de longe, a garota podia sentir o perfume fraco que a encantava e lembrava da primavera.

Deixando um beijo no rosto do irmão, a jovem saiu de casa para o seu primeiro encontro oficial. O casal ficou quieto enquanto saiam do condomínio, o nervosismo de ambos era incontrolável ao ponto de não saberem o que falar.

- Você está... encantadora. - Elogiou o rapaz que se segurava para não gaguejar em meio a tanta beleza.

- Você também está deveras encantador. - Elogiou a garota com um sorriso contido. - Então, para onde planeja me levar?

- Em um encontro.

- Mas para onde? - Riu a menor.

- Onde você quer ir? - Perguntou fazendo com que o sorriso da garota se esvaziasse.

- Você não... planejou?

- Planejei, mas talvez você não goste do que eu pensei em ir.

- Eu vou para onde você for.

Um sorriso grande brotou no rosto do mais velho que andava devagar para acompanhar os passos da garota. A conversa fluiu naturalmente com a mais nova falando sobre a última série que assistiu e, em meio ao caminho, o envergonhado rapaz entrelaçou as mãos de ambos e evitava mostrar o rosto vermelho para a garota que sorriu com o coração batendo forte no peito.

Murasakibara levou a garota para um dos famosos restaurantes da cidade, pegou uma mesa com vista privilegiada para a estrada, ajudou a mais nova a tirar o casaco e puxou a cadeira para a mesma.

- Esse restaurante é caro, tem certeza que quer comer aqui? - Perguntou S/N.

- Não se preocupe com isso, eu pago.

- Não foi isso que quis dizer! É que não precisava ter me trazido à um lugar tão... chique. Eu nem sei se estou vestida de acordo. - Disse a garota que estava nervosa ao ver como tudo aquilo era diferente de como ela pensou que seria e com medo do rapaz ter interpretado errado.

- Você está linda. E eu cuido da conta. - Respondeu o jovem de olhos lilás.

- Obrigada. - Disse a mais nova em um suspiro. - Mas eu não vou deixar que se responsabilize da conta sozinho.

O almoço foi repleto de harmonia. S/N não conseguia evitar de se sentir em um conto de fadas ou uma das histórias de Collen Hoover ou de Nicholas Sparks. Ela se sentia uma princesa. Não estava sendo assediada, forçada a responder, mentiras não eram ditas e o tom de voz do garoto era preenchido de carinho.

Para Murasakibara não era muito diferente, o som do tambor em seu coração, a velocidade com que o sangue corria em suas veias, o brilho nos olhos, o suor nas mãos e a felicidade que não conseguia conter a cada vez que a princesa em sua frente sorria. Ela era a sabidinha que sempre desejou e só percebeu o quanto era importante quando seu peito gritou de dor ao não vê-la todos os dias.

O casal ficou na mesma mesa por quase uma hora, a conversa era grande, a refeição deliciosa e companhia era perfeita. S/N foi ao banheiro arrumar a maquiagem e Murasakibara tentava segurar o sorriso bobo que queria sair. Enquanto S/N não voltava, o mais velho correu para pagar a conta.

- Eu disse que a gente ia dividir a conta. - Disse a azulada assim que viu o mesmo no caixa.

- E eu disse que iria pagar. - Respondeu o maior mostrando a língua.

- Então eu vou pagar no próximo ponto do encontro.

- E você sabe onde é? - Perguntou o mesmo enquanto abria a porta do restaurante para que sua donzela pudesse sair.

- Vou chutar: fliperama? - Sugeriu a garota que seguiu o mais velho.

- E perder toda vez? - Respondeu ao segurar a mão dela e beijar a testa da mesma, podendo sentir o doce aroma do shampoo.

- Tá... Então: parque de diversões? - Perguntou com um sorriso doce.

- Acabamos de comer. Mas podemos ir lá na próxima vez.

- Isso significa que vai ter um próximo encontro? - Perguntou a mesma que recebeu em resposta um sorriso em meio a vermelhidão do rosto do mais alto.

- Quer pedir uma dica? - Questionou voltando para o assunto em questão.

- Não! Não vou cair nessa tentação! - Brincou arrancando uma risada do mais velho. - Deixa eu pensar, na direção que estamos seguindo, fica a cafeteria, mas acabamos de comer o que descarta essa opção; tem a livraria, mas você não é muito fã de ler; tem o fliperama, mas você já disse que não é. Restando apenas o shopping.

- Acertou, como sempre.

- Eu sou demais.

- Você é incrível.

O jovem levou a garota até o cinema da cidade, onde assistiram um filme de comédia romântica que foi escolhido pela mais nova.

Murasakibara não se interessou no filme em nenhum momento, preferindo olhar para o rosto da mais nova que estava concentrada na tela. Preferia olhar o sorriso. Admirar os olhos azuis. Apreciar o aroma do perfume e olhar como aqueles lábio pareciam macios. O arroxeado não viu o final do filme e apenas percebeu seu encerramento quando as luzes se ascenderam e a garota se espreguiçou na cadeira.

- O que achou do filme? - Perguntou o mais alto.

- Achei muito divertido, e você?

- Maravilhoso.

Pass it to me again!Onde histórias criam vida. Descubra agora