Cap. 8

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Ruby

O jantar na cobertura dos Shültz acontecia de forma tranquila, Ellen era neurocientista e contava ao marido as descobertas da sua equipe.
Ruby ouvia sem interesse e jogava um "oh" aqui e um "nossa" acolá.
Ellen era segunda esposa do pai, mas antes dela Edward namorou outras duas mulheres depois do divórcio, uma brigava o tempo todo com Ruby quando esta era adolescente e a outra traiu seu pai com o segurança. Até finalmente encontrar Ellen e sossegar, Ruby achava que os pais deviam tentar novamente, mas sua mãe se casara três anos depois do divórcio, o que foi devastador para Edward. O padrasto de Ruby era bom tratava bem sua mãe e ela, morreu dois anos antes de sua mãe.
Ellen era uma mulher bonita, mas obcecada em dar um filho a Edward, já estavam casados há quatro anos e nada de bebês. O chefe dos Crows via sua sina repetir, embora fosse um homem saudável Ellen também não conseguia engravidar, diferente de Rachel ela era saudável para uma gestação, mas a gravidez nunca acontecia. Embora não exigisse filhos da esposa, ela queria ter ao menos um e Edward a compreendia.

- Bom Ruby nos conte algo, tem algo interessante no departamento?

Ruby termina de mastigar o frango e bebe um gole do vinho, mesmo tendo tido problemas com o álcool, não o evitava, ainda frequentava as reuniões dos alcoólicos anônimos e aplicava a primeira lição, um dia de cada vez, e verdade seja dita só se entregou totalmente ao vício com a morte da mãe.

- Nada pra contar Ellen, o de sempre relatórios infindáveis, café horrível e rosquinhas gordurosas.
- Que interessante. E o coração?
- Muito não é mesmo? Está bem, passei no cardiologista antes de entrar no departamento hahaha.
-Hahaha uau, que bom...

Ellen dá um meio sorriso, não se referiu à saúde dela, mas sabia que a enteada tinha entendido, só não ia comentar.
Ruby levanta sua taça e seu pai faz um sinal para ela maneirar.

- Tudo certo coroa.
- Ruby.

Ruby sorri e pergunta ao pai da moto.

- Posso levar minha moto?
- Adianta se eu falar que não?
- É óbvio que não, eu vou pegar e foda-se.

Edward se aborrece com o palavreado dela.

- Ruby olha essa boca.
- Tá desculpa.
- Mandei aquela geringonça para a manutenção, vê se não arrebenta dessa vez.
- Claro coroa.

Ruby se levanta e faz uma reverência ao pai que meneia a cabeça, abraça o pai e diz que o ama.

- Está vendo esses cabelos brancos? É minha preocupação com você.
- Nada, é a idade mesmo hahaha.

Ruby beija o pai e abraça Ellen e sai em busca da sua moto. Finalmente pegaria sua BMW.

****

Edward observa a filha admirando a moto e faz uma oração em pensamento, ainda que Deus perguntasse a ele se preferia ter outro filho no lugar dela, iria escolher Ruby mil vezes, não só porque ela era fruto do amor mais puro que sentira por uma mulher como também admirava o espírito da filha. Rachel estava cuidando da filha no céu, pensou por fim.
Ruby sobe em sua moto e alisa o painel, era toda preta e tinha seu nome em vermelho na lateral, ganhara a moto do pai quando fez 30 anos e a arrebentara semanas depois, a moto ficou na oficina por muito tempo, com a doença da mãe a detetive se esquecera dela, mas quando voltou perguntou ao pai por ela que dava desculpas esfarrapadas. Não adiantaria esconder dela, se ela cismasse compraria outra cedo ou tarde.

- Minha belezinha sentiu minha falta? Porque eu senti a sua.

Ruby coloca o capacete e dá a partida, sentiu a liberdade assim que começou a correr por algumas ruas de LA, que delícia pensou, se sentiu feliz e foi para a casa.

Anna

As manhãs de segunda-feira eram as mais cheias para Anna, tinha impressão que todo mundo decidia morrer no final de semana, ao chegar no IML sua assistente Ashley, já lhe colocava a par da situação do dia.

- Bom dia doutora, temos três cadáveres de jovens adultos e um cadáver adulto idoso. Já adiantei o do idoso.
- Bom dia, obrigada Ash.

As mulheres trabalham em um corpo por vez e conversam sobre o final de semana. Ashley diz a sua mentora que foi bem nas provas e agora podia relaxar um pouco.

- Eu me lembro quando estudava, quando eu tinha um momento de descanso eu aproveitava, você está certa. medicina é puro estresse.

Anna e a assistente conversam e riem em alguns momentos, quando se dão conta já era a hora do almoço e a médica sobe para poder se juntar com alguns colegas.
Castilho a cumprimenta assim que a vê, e ela devolve o aceno. No refeitório tem alguns policiais mas não vê Ruby por ali, de certo estava em sua sala ou na sala de descanso.
Heather se junta a ela e conversam amenidades até serem interrompidas por Victor.

- Heather viu a Shültz por aí.

Anna sempre achou engraçado os policiais se tratarem pelo sobrenome.

- Hum, o que você quer com ela? Deve estar na sala de descanso a essa hora.
- Ah! Eu só quero chamá-la pra sair.

Anna dá uma risadinha disfarçadamente, pobre Ruby se não falasse que era lésbica iria continuar sendo assediada.

- Caramba! Victor você a chamou duas vezes pra sair e ela dispensou, quem garante que ela vai aceitar?
- A terceira é da sorte, e o Castilho vai ajudar você vai ver.
- Você e o Thomas tratam o Castilho super mau duvido que ele ajude.
- Está na maior viagem gata, estou me dando bem com ele ok?
- Sei, conta outra.

Victor faz um sinal com a mão e bate em retirada, Heather e Anna saem cinco minutos depois dele e sobem para a área comum, estavam curiosas com o fora que ele iria levar e queriam assistir de camarote.

*Nota da Autora: Oi pessoal tudo bem? Estão gostando? Espero que sim...tenho que dizer que alguns capítulos estão grandes, porque vou escrevendo e não me atento a esse detalhe. Mas pra quem gosta se joga, obrigada a quem já leu, beijo.

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