Cap. 17

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Anna

Anna chega em casa exausta, John já tinha chego e preparava o jantar, não fora buscá-la no trabalho porque ela foi para aula de pilates e pegaria carona depois com alguém.

- Vi que achou seu pingente onde estava?

Anna fica envergonhada, mas não adiantava esconder de John, a confusão que armou provocando a demissão da diarista, já estava feita mesmo.

- Minha irmã estava com ele.

John fica pasmo e a repreende.

- Caramba Anna você armou uma confusão absurda e estava com a Vivian esse tempo todo.
- Eu não sabia John ok, eu errei.
- E demitiu a Lucrezia com seu achismo.

Por mais que amasse a esposa, John ficou bravo com ela, a médica não era de cometer injustiças, mas sua capacidade de compreensão e discernimento deixou de existir por conta do sumiço de um pingente.

- Aquela merda deve ser muito importante mesmo pra você perder a cabeça desse jeito. Não perdeu a cabeça quando o solitário que eu te dei se perdeu em nossa última viagem.

Anna revira os olhos, mas de fato não teve a mesma reação.

- Fiquei triste sim.
- Mas não revirou o hotel atrás dele e nem acusou os funcionários.
- Nada a ver John...

John deixa o ciúmes falar mais alto, quem era essa pessoa que com algo tão insignificante a marcou tanto?
Anna anda para seu quarto e John vai atrás e sem pensar nos seus atos a pega por um dos braços e a vira com violência, deixando-a assustada e surpresa.

- Me fala o nome do idiota que deu essa porcaria pra você?
- John me solta, está me machucando.
- Quero um nome Anna.
- Para com isso e me solta.

John segura a mulher mais forte pelo braço e aperta ainda mais. Estava cego de ciúmes e de raiva. Anna chorava muito assustada, o marido nunca fizera nada do tipo e teve medo pela primeira vez.

- Já que você não vai falar, tudo bem...

John solta Anna e vai até a penteadeira e pega o pingente. A médica vê seu objeto precioso e minúsculo nos dedos do marido que se encaminha até o vaso sanitário para jogar fora.

- Não faz isso, eu nunca vou perdoar você.
- Foda-se.

John finge jogar o objeto e dá descarga, Anna chora desesperada e não percebe que o marido escondeu o pingente entre os dedos.

- Nunca vou te perdoar John, nunca ouviu, nunca...

Anna levanta do chão e se tranca no closet chorando muito, John olha para o pingente com raiva, iria esconder aquela porcaria e prometeu a si mesmo que Anna nunca mais o veria.

****

Anna passara a noite chorando pelo pingente que achou que estava perdido para sempre. Seu marido saíra em seguida e não voltara pra casa, passou a noite sozinha chorando e pensando no pequeno objeto. Não era uma mulher apegada a coisas materiais, mas o pingente claramente era uma exceção.
Deixara de usá-lo após o término com Ruby, mas o guardava com extremo carinho e zelo. Até a noite anterior John nunca dera atenção para ele e passou despercebido, mas algo tão pequeno foi o responsável pela primeira grande briga do casal, que sempre estavam em harmonia.
John tinha ciúmes de Anna, mas nada muito agressivo, nunca brigavam por conta disso e se algo não estava bom sempre conversavam. Anna raramente sentia ciúmes dele, porque o marido era extremamente apaixonado por ela e só tinha olhos para ela. Nunca dormira fora de casa ou deixava sem notícias, era um marido fiel e muito dedicado.
Com pesar se arruma para o trabalho, acaba se maquiando mais do que de costume para esconder as olheiras da falta de sono e o inchaço das lágrimas.

Ruby

Era quarta-feira e geralmente Ruby ia nas reuniões dos alcoólicos anônimos, mas como disse a Suzanah que iria na ação que ela estava promovendo em prol dos animais deixou para outra semana. Recaiu sim é verdade, mas estava sóbria, em outros tempos já teria secado um bar inteiro, ao invés disso ficou em casa na companhia de Mandy tomando suco e comendo cookies.
Perto das 18:00, toma banho e no chuveiro ouve seu celular tocando, pelo toque sabia que era Castilho, mas deixou tocar, retornaria depois.
Enquanto se arruma, Mandy deita em sua calça preta.

- Não filha, eu já passei a escova, você vai me atrasar.

A gatinha se vira de barriga pra cima e mia querendo cafuné na barriga. Ruby faz a vontade da gata que se deleita e ronrona.

- Você me lembra ela...sabe? Era dengosa como você.

Mandy continua a ronronar e Ruby a tira de cima da calça e passa a escova novamente. Desde que a adotara teve que se acostumar com pêlos nas roupas, e a maioria de seu guarda-roupa era composta por peças pretas para seu desespero.
Ruby veste a calça e põe uma camisa preta estampada com cactos rosa e um blazer também preto, mas quando se olha no espelho se achou formal demais e troca por: uma calça jeans e uma camiseta, botas de cano curto, seu relógio favorito, um brinco pequeno de argola e trança o cabelo nas laterais. Já estava comprido e tinha que cortar, odiava quando seu cabelo estava comprido e gostava de manter o corte e as luzes que já estavam um pouco apagadas.

- Mandy se comporte, mamãe já volta.

Ruby franze a testa pra si mesma, acabou se tornando "mãe de pet" e falava com a gata como se ela fosse uma criança.

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