Cap. 25

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Anna

Anna observava Ruby conversando e rindo com a moça do bar, pareceu que já se conheciam e morreu de ciúmes, sabia que a ex-namorada estava interessada na garota pela forma que sorria e olhava pra ela.
Os sorrisos e olhares de Ruby lhe pertenciam pensou com raiva, e a garota achava mesmo que daria conta de uma mulher como Ruby? Não sabia onde estava se metendo.
O humor de Anna estava péssimo, disse pra ela que tinha que seguir sua vida e agora se arrependia. Com pesar percebeu que não queria que ela ficasse com mais ninguém, mas isso era impossível. Não só porque era cruel não ter ninguém pra amar como tinha ciência que Ruby gostava de ter alguém e era muito dedicada. Se perguntava se a solteirice dela tinha a ver com ela ou se porque nenhuma mulher conseguira lhe colocar freios como Anna conseguiu quando a namorou.
Ruby bebia menos, fumava menos e comia melhor quando estiveram juntas. Até Edward percebera que o comportamento da filha era outro até mesmo no tratamento com outras pessoas, o gênio de Ruby estava calmo porque Anna conseguia fazer com que ela conversasse e não distribuísse pedradas.
Totalmente entediada e aborrecida decide ir até o bar, queria olhar a menina mais de perto. Quando chega, Suzanah para de conversar com Ruby para atender Anna.

- O que gostaria de beber?

Anna reprime a vontade de falar pra ela sumir, mas educadamente pede um Martini.
Suzanah assente e quando ia iniciar o preparo da bebida percebe que o ingrediente principal tinha acabado.

- Já vou preparar, vou só buscar outra garrafa de gim, um momento.
- Não tenha pressa.

Anna a observa se afastar e volta sua atenção a Ruby que virou o corpo em direção do salão.

- Muito nova pra você.

Ruby não responde, sabia que ela estava com ciúmes e sorri por dentro.

- Daqui a pouco vai buscar mulheres no jardim de infância. Cuidado hein é crime.

A detetive revira os olhos e sem olhar pra ela responde:

- Suzanah tem 28 anos, sossega aí.
- Hummm, parece que já se conhecem há muito tempo.

Anna puxa assunto mesmo enciumada, mas estava alheia ao fato de que Ruby estava aborrecida com ela.

- Não devo satisfações da minha vida pra você.
- E quem está pedindo satisfação aqui?
- Ué, está fazendo o que aqui além de caçar assunto da minha vida? 
- Você é muito grossa, só comentei que se conhecem.

Ruby tira o olhar do salão e deposita em Anna, a mágoa apareceu em forma de palavras.

- Assim como comentou com John que a gente não se conhecia?
- Como assim, do que está falando?
- Não se faça pra mim Anna, porque nunca disse a ele que éramos amigas?
- Porque não tinha motivos pra dizer.
- Meu cú, você não disse porque não dá importância, assim como nunca deu importância ao que vivemos.
- Isso não é verdade.
- É o que então?

Anna olha ao redor, estavam discutindo mas não em voz alta, mesmo assim ficou receosa por alguém ouvir.

- Eu tenho que ir John está me esperando.
- Não fode comigo Anna, vai lá com seu marido perfeito.

Anna levanta do banquinho do bar e mantém a pose, não ia discutir com ela, não ali com um monte de gente. Ruby era uma tempestade quando estava nervosa e para acalmá-la demandava tempo e paciência coisas que lhe sobravam em outros tempos mas que agora faltavam ultimamente.

Ruby

Ruby vira a cara pra Anna e a médica vai embora, Suzanah chega logo depois pra preparar a bebida dela mas não a encontra.

- Cadê aquela senhora que estava aqui?
- Ah não sei.
- Espero que ela não tenha se zangado por conta da espera e reclame do serviço.
- Ah não se preocupe com isso.

Ruby dá um sorriso pra ela e lhe pede licença, tinha visto o pai e foi cumprimentá-lo.

- E aí coroa?

Edward recebe o abraço da filha, ela podia ser durona mas sempre fora carinhosa com os pais.

- Como você está linda hoje meu amor.
- Nossa pai só hoje?

Ruby faz um beicinho carregado de charme.

- Claro que não, você é linda sempre.
- Eu sei, estou enchendo o saco hahaha. Onde está a Ellen?
- Não estava se sentindo bem e preferiu ficar em casa.
- Ahhh.

Ruby torceu para que não fosse uma gravidez, não gostava de crianças, se era pra ter tido irmãos que tivesse sido quando criança porque aí teriam idades próximas.

- Mas o médico passou em casa, é só uma virose ele disse.
- Menos mal podia ser uma gravidez coitada.

Edward se aborrece com o comentário sem noção dela.

- RUBY, não fale assim.
- Que? Eu não sou fã de crianças.
- E é você quem vai cuidar?
- Nossa coroa eu só comentei.
- Controle seus comentários.
- Sim, sim.

Edward sempre lamentara esse traço dela, queria ter netos, mas ia ficar na vontade. Mesmo que Ellen lhe desse filhos até estes crescerem para poderem lhe dar netos,  ele já não estaria mais na terra. Aceitava a sexualidade da filha nunca foi contra, mas não aceitava o fato dela não querer ter filhos, sempre discutiam por isso.

- Está se comportando no departamento?
- Como se fosse uma mocinha virgem.

Edward sorri, quem não tinha intimidade com ela tinha a impressão que Ruby era sempre séria, mas não, estava sempre contando piadas e rindo.

- Bom eu tenho que ir, estou fechando contratos para a agência. Eu te amo.
- Amo você também coroa.

Ruby decide finalmente ir até o buffet e comer, por lá encontra outros colegas. Victor e Thomas assim como os outros ficam chocados em vê-la tão arrumada. Victor fica ainda mais encantado, mas ainda estava ressentido por saber que nunca teria chances e Thomas que antes não a achava interessante, lhe lança um olhar curioso sem que ela perceba. Gostou do que via, seu amigo tinha razão no final, realmente era bonita. Ao contrário da maioria das mulheres ela não precisava de muito e sua beleza que era natural só ficou mais acentuada.

- Você tem que provar a mesa de doces.
- Castilho eu nem comecei a comer ainda.
- Só estou comentando.

Os amigos riem e Victor fica chateado por não ter a mesma atenção.

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