Only Love ❤️

Cap. 77

Ruby

Eve cuidava de Ruby e fora de seu plantão pedia para uma amiga ficar em seu lugar. Durante o dia conversava e lia para ela, penteava seus cabelos e passava gloss em seus lábios para hidratar e disfarçar a palidez deles. Os exames neurológicos apontavam atividade cerebral constante, e o neurologista pediu que a enfermeira ficasse um tempo estimulando o cérebro de Ruby a fim de talvez ela acordar do coma.
Massageando as mãos de Ruby, Eve fala:
- Quando você vai acordar Bela Adormecida? Tenho certeza que em algum lugar alguém te espera .
- Não acha que é perda de tempo conversar com ela?
Heloyse sua colega de turno a questiona.
- Sabe tão bem quanto eu, que pessoas em coma podem ouvir. Em algum momento, isso pode trazer eles de volta.
- Sim, mas ela está há dias assim, quanto mais tempo em coma, mas piora o quadro dela e pode ser irreversível.
Eve assente, sua colega tinha razão, quanto mais tempo estivesse adormecida, mais danos seu cérebro teria e lamentou por ela. Imaginou que Ruby tinha uma vida boa e alegre antes daquilo tudo, e agora era uma indigente com um nome falso.
- Porque acha que ela cortou os pulsos, um surto talvez de abstinência.
- Heloyse ela não é usuária de drogas, se cortou os pulsos teve um motivo sim, mas não tem a ver com drogas.
- Duvido.
Heloyse se retira para atender outros pacientes e Eve revira os olhos. Assim como seu amigo, não descansaria enquanto não resolvesse o mistério em torno dela.

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Lawson pesquisa no computador através da busca por imagem pela mulher desconhecida, não demorou muito e a pesquisa retornou com um resultado que ele já desconfiava assim como Eve que o nome e sobrenome que constavam no prontuário eram falsos. Através de uma conclusão simples, percebeu que a pessoa que a deixou no hospital achou que ninguém a notaria, entretanto, se enganou porque justamente o fato de ser muito bonita e aparecer do nada sem ninguém ter dado por falta dela chamou atenção de alguns funcionários, principalmente de sua amiga Eve.
Lawson descobriu também que as despesas médicas tinham sido pagas por alguns dias, mas a pessoa que o fizera também usara um nome falso.
Descobriu que Ruby era parte americana e parte australiana, tinha um artigo sobre ela por ser sócia de um clube lésbico, ao aprofundar a pesquisa ficou incrédulo, Ruby não só era uma detetive assim como ele, como estava desaparecida há um mês e meio. Entretanto, não conseguiu mais informações sobre seu desaparecimento, como por exemplo quem a levou ou como foi parar na Áustria.
De posse do sobrenome descobriu a Crows Security e finalmente achou alguém de sua família, já que Ruby era discreta sobre sua vida e suas redes sociais eram bloqueadas.
Com essas informações se encaminhou para o hospital para conversar com Eve.

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A fisioterapeuta fazia alguns exercícios para manter o corpo de Ruby "em movimento" e Eve observava.
No dia anterior ao acompanhar o neurologista examinando a desconhecida, notou que ela tinha olhos azuis, mas ali agora após o oftalmologista fazer exames oculares estavam de outra cor: verdes. Como estava sempre de olhos fechados e não saia do quarto devido ao coma, Eve achou curioso seus olhos mudarem de cor, geralmente era um fenômeno que acontecia quando a pessoa estava em um ambiente com muita ou pouca luz.
- Por hoje é só Eve.
- Ok doutora, ela está bem ?
- Está, é uma mulher saudável. É bem provável que praticasse exercícios físicos antes de tentar suicídio para manter a forma.
- Entendo.
- Acho estranho o hospital não investigar o aparecimento dela de repente e o abandono posterior. Não me parece ser uma pessoa qualquer, tem uma aparência bem cuidada.
- Pois é...
Eve também achava, mas com certeza a pessoa que deixou Ruby por lá comprou o diretor do hospital, que era conhecido por visar lucro.
A fisioterapeuta se retira e Eve fecha as cortinas e também se retira sem notar que Ruby movimentara um dedo.

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Lawson conversa com Eve sobre suas descobertas recentes.
- Bom Eve, você tinha razão em desconfiar daquele nome, ele é falso. A Bela Adormecida se chama Ruby Shültz, ela nasceu na Austrália e mora e trabalha nos Estados Unidos.
Eve fica estupefata, o mistério só aumentava em relação a Ruby.
- Também descobri que está desaparecida há mais de um mês e ela é detetive além de ser sócia em um clube lésbico. Mas parou por aí, não tem mais nada dela.
- Como é possível?
- Por ser policial, provavelmente o departamento onde ela trabalha está investigando o sumiço dela discretamente pra não alertar os seqüestradores, também tem o fato dela ser bem discreta não achei nada relevante sobre ela na pesquisa. Com certeza tirou os registros pessoais dela do Google, só consta dados públicos como estado civil, nacionalidade, essas coisas...
- Então ela não tem família?
- Claro que tem, um homem chamado Edward dono de uma agência de segurança particular está a sua procura. Mas como te disse, essa busca deve estar correndo discretamente. Ela não tem filhos ou um marido.
- Filhos eu já sabia que não tinha mesmo, os exames apontaram que ela nunca engravidou mas já fez uso de contraceptivos. Quando chegou aqui estava menstruada, isso acelerou ainda mais a perda de sangue, além dos cortes do pulso.
- Hum...a idade dela bate com o que você falou Eve ela tem mais de trinta, sua idade exata é trinta e três.
- Ah eu sabia, o médico que a examinou disse que pela arcada dentária ela estaria na casa dos trinta, só não sabia com exatidão.
- Sim, eu liguei para a agência do provável pai dela, mas a recepcionista não fala alemão. Vou aguardar meu parceiro chegar hoje à noite para entrar em contato, ele fala inglês fluente. E falei com meu superior para podermos investigar a conduta do hospital, ainda que seja particular, deveriam ter entrado em contato com a polícia para solucionar esse mistério.
- Isso é ótimo, vem vamos vê-la.
Lawson segue a amiga, em poucos dias talvez Ruby já estaria junto dos seus entes queridos.