Cap. 69

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Anna

Anna estava em uma loja experimentando algumas roupas, só por distração não podia comprar nada, estava com os cartões tudo pendurado. Omitira de Ruby, porque não queria que ela pagasse suas contas, a detetive era mais organizada com as finanças do que Anna. Tinha uma planilha até com os gastos que tinha com Mandy.
Distraída ouviu uma voz familiar; era Suzanah que agradecia a vendedora, ao olhar pra frente e enxergar Anna fica irritada.
- A gente vem visitar amigos e dá de cara com mulherzinhas.
Anna não liga para a provocação, e continua olhando as araras de roupas. Suzanah se aproxima e fala baixo perto do ouvido da médica.
- Passei momentos muito agradáveis com a Ruby, ela é fantástica, pena que tem mau gosto.
Anna larga a roupa e se vira no mesmo instante, ficou possessa.
- Garota você foi um passatempo pra ela e nada mais.
- Hahaha mentira, fizemos planos.
- Fizeram nada, Ruby nunca se mudaria pra Nova Iorque por sua causa.
Suzanah fica pensativa, Ruby não lhe falara que sim e tampouco que não, mas não diria isso a Anna. Desde que Ruby terminara nunca mais foi a mesma, acabou se descobrindo bissexual, ficou com outras garotas e gostou, mas nenhuma se comparava com Ruby.
- Ruby é uma excelente professora, aprendi muito com ela.
- Ah que bom que está usando a experiência que adquiriu em outros relacionamentos.
- Sim...
Suzanah olha Anna de cima a baixo e faz uma careta. No fundo sabia que não teria mais chances nenhuma com Ruby, ainda mais depois de ter infernizado a detetive por alguns dias.
Anna a observa sair, como Sophya e tantas outras, a impressão que Ruby deixara nunca mais elas teriam com outras pessoas.

Ruby

Ruby e Thomas estavam em um cassino, fazendo perguntas aqui e ali disfarçadamente. A sensação de estar sendo observada não havia passado e Ruby ficou ainda mais encucada, pois não via nada suspeito ao seu redor.
- Está estranha Shültz o que foi agora?
- Nada só aquela sensação.
- De novo? É sua imaginação.
- Pode ser...
Thomas estranha o comportamento de Ruby, em outro momento teria sido extremamente grossa com ele só por dizer que era algo da cabeça dela. Mas a colega estava desconfiada e inquieta nos últimos dois dias.
Ruby observa uma mulher se aproximar, era a garota de programa que ela vira.
- Thom, não me perturbe mais, tenho mais o que fazer.
A mulher deixa um papel com Thomas e se retira.
- Você realmente tem que marcar programas durante o serviço?
Thomas se vira pra Ruby após ler o papel.
- Não que seja da sua conta, mas eu não tenho nada com ela, é meu contato aqui em Vegas.
- Ahhhh, e porque estou sabendo disso só agora?
- Se você não tem seus contatos o problema é seu.
- Babaca.
Thomas sorri, tinha mais experiência que Ruby e trabalhava no departamento há dez anos, já passara por muita coisa e conhecia muito bem determinadas pessoas que poderiam contribuir de um jeito ou outro com alguma investigação.
- Vamos, tenho uma pista.
- Que pista?
- Nossa Shültz você é insuportável, eu sou o mais velho, então tenho que estar à frente da investigação.
- Ah para com a palhaçada, você é mais velho que eu um ano, e aliás você está meio detonado viu Thom.
Ruby dá uma risada, e irrita Thomas com o comentário.
- Cara você é incrivelmente chata, como a Doutora Bentley ficou com você? E eu me referi a experiência de trabalho, que eu tenho e você não.
- Moore, ela se divorciou, minha história com a Anna não é da sua conta. Quanto a experiência de trabalho, não me interessa. Se temos que ser parceiros preciso estar por dentro.
- Uí nossa que nervosinha.
Ruby passa a mão no cabelo e entra no carro na parte do motorista, Thomas havia perdido novamente pra ela no par ou ímpar.
- Segue o GPS Shültz.
- Você não manda em mim.
- Vai a merda e segue essa porra de GPS.
Ruby para o carro e desce, Thomas conta até cinco, sabia que a detetive era temperamental, mas estava sem paciência pra lidar com o gênio dela.
- Ruby para com essa infantilidade e vamos logo.
- Só quando você aprender a falar direito comigo. Eu não sou uma cadela pra você dar ordens, desde que a gente chegou estou no escuro, você não me atualiza de nada.
- Porque não tem muito o que dizer ainda.
- Então vai sozinho.
Thomas olha pro teto do carro, Ruby era teimosa e se lembrou do que Bill lhe dissera, teria que ceder se quisesse encerrar a investigação.
- Ok, será que a senhorita poderia por favor voltar para o carro para continuarmos? Seguindo o GPS vamos chegar mais rápido.
Ruby estava virada de costas e com os braços cruzados.
- Ruby por favor.
Ruby olha pra trás e dá um sorriso triunfante, volta para o carro com um ar altivo, Thomas já conhecia esse traço dela, era nítido que ela estava acostumada a ter tudo e todos a seus pés. Disfarçou o aborrecimento, teve vontade de dar uns tapas nela, mas era bem capaz de ela bater mais nele do que apanhar. Colocando seus óculos escuros virou pra janela e pensou, não via a hora de voltar para o departamento e ficar longe dela.

****

Ruby e Thomas chegam a um lugar um pouco isolado, era um galpão. O contato de Thom lhe dissera que encontraria as provas que precisava ali.
Thomas se distrai arrumando a arma no coldre que estava embaixo da sua jaqueta e não percebe que Ruby já está alguns passos na sua frente.
- Essa mulher me deixa louco.
Bufa e sai em disparado atrás dela. Ruby olha em volta mas não vê nada de suspeito, até chegar em um portão, calcula que dá pra subir mas vai precisar da ajuda de Thomas.
- Thom, eu vou subir, dá uma ajuda.
- Como assim subir? Quer se matar, estamos averiguando.
- Isso aqui está abandonado, se tivesse alguém já teria aparecido.
- Ruby, eu estou no comando, me obedeça.
Ruby dá de ombros, e pensa em outra forma de entrar. Thomas se distrai de novo e Ruby aproveita, e dá a volta, e encontra uma entrada. Provaria a Thom que podia ser tão boa quanto ele.

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