Only Love ❤️

Cap. 53

Ruby

Ruby consola Anna, não sabia como ela se sentia porque quando contou aos pais, teve o apoio deles. Era raro os pais aceitarem quando os filhos assumiam ser gays. Seus pais podiam ser protetores ao extremo, mas nunca tiveram vergonha dela. Sabia do seu privilégio, e ficou triste por Anna.
- Não chora amor, isso vai passar...demora mas passa.
- Ruby ela olhou pra mim com nojo, e disse que eu estava morta pra ela.
- Anna, entenda que ela é de outro tempo.
- Seu pai é só um pouco mais velho que ela, e não torce o nariz ao ver uma bandeira LGBTQI+, minha mãe acha que somos pessoas degeneradas, que vamos queimar no inferno.
- E desde quando você acredita nessas coisas? Deus ama todos seus filhos, e se é errado nossas contas acertaremos com Ele.
Anna dá um leve sorriso, Ruby não era lá muito religiosa, mas acreditava na existência de um Ser Superior.
- Anjo por favor, ânimo, vamos sair pra jantar o que você acha?
- Ah Ruby não estou no clima.
- Hum e se eu te animar hum...
Ruby acaricia o rosto de Anna com o nariz, a médica coloca as mãos em seu rosto e a beija.
- Vamos Anna.
- Hummm não sei...
- Adoro quando faz esse charme...
Anna não resiste, abraça Ruby e ambas se deitam, não demorou muito e logo estavam fazendo amor. A médica esqueceu seus problemas da forma que mais gostava, nos braços de Ruby...

****

Ruby estava em um restaurante com Anna, conversavam até que a detetive pede mais uma garrafa de vinho.
- Vamos maneirar nesse vinho?
- Não. Eu nem comecei hahaha.
Ruby sorri, de longe era observada por Sophya que trabalhava no bar. A moça ficou possessa de vê-la ali toda romântica e derretida com uma mulher que supôs ser a tal Anna. Pensou isso porque por várias vezes a mulher colocou as mãos no rosto de Ruby e ela não retirou. Quando ficava com a detetive ela não permitia tal carícia e agora sabia porque.
Anna se levanta para ir ao banheiro e Ruby fica na mesa mexendo no cel, sua paz é quebrada por Sophya.
- Oi vagabunda, resolveu voltar no restaurante?
Ruby olha pra Sophya e fica irritada, havia esquecido que ela trabalhava no bar do restaurante.
- Fala direito comigo Sophya, hoje estou como cliente aqui.
- Ah cala a boca, você não é ninguém.
- Sophya volta lá pro seu posto e me deixa em paz. Eu vou chamar o gerente.
Sophya fica louca, quando percebe um colega se aproximando com duas taças de vinho pega da bandeja e joga na cara de Ruby.
- Sua puta, tomara que fique sozinha pra sempre.
- Porra meu.
Ruby se levanta e limpa o rosto com o guardanapo, sua camisa azul estava vermelha por conta do vinho.
Anna chega e não entende a confusão.
- O que está acontecendo?
- Nada Anna vamos pra casa.
- Ahhhh eu sabia, você é a famosa Anna? A mulher responsável por essa piranha ter feito uma tatuagem.
- Chega Sophya, já deu.
Ruby pega na mão de Anna e se encaminha pra saída. Mas Sophya puxa seu cabelo e a faz cair. Outros clientes começam a prestar atenção e acham hilário a cena de três mulheres brigando. Anna fica chocada com a atitude da moça e defende Ruby.
- Qual é você está louca? Não vai bater nela não.
- Cala a boca sua idiota, não se mete.
Ruby se levanta e estava puta, parece que todo mundo resolveu lhe agredir ultimamente.
- Porra garota, você é uma insuportável, onde estava com a cabeça que me interessei por você um dia?
- Estava com ela no meio das minhas pernas.
- Ah Sophya, você foi uma boa distração admito, mas não ia dar em nada. Foi sexo somente.
Anna balança a cabeça, se a moça queria brigar, escolheu a pessoa errada.
- Uma distração? Sua, sua puta.
Sophya avança pra cima de Ruby, estava cega de ciúmes e de raiva, mas a detetive a segura com força.
- Eu não sou distração não sua idiota. Acha que sou uma puta que você encontrou na esquina?
- Se você fosse uma puta de esquina, talvez eu me interessasse mais.
- Argh sua vagabunda, você me paga Ruby.
Sophya se livra das mãos de Ruby e a derruba no chão e a agride no rosto com arranhões e tapas.
- Sua detetive idiota eu te odeio, maldito dia que coloquei os olhos em você.
- Para com isso, você é uma louca.
Sophya continua batendo em Ruby que se defendia como podia, tentando segurar as mãos da garota que estava possuída pelo ciúmes e pela raiva de ter sido somente uma distração para Ruby.
Um segurança tira Sophya de cima de Ruby, e a detetive enfim se levanta, estava com a camisa rasgada, cabelo desgrenhado, o rosto vermelho com marcas de arranhões e muito irritada. Anna observa incrédula assim como os outros clientes.
- Espero que tenha outro emprego em mente Sophya. Vai precisar, vamos Anna, eu não volto nunca mais aqui.
- Sua puta, se eu te ver de novo eu arranco seus olhos.
Ruby se vira pra trás e mostra o dedo do meio pra ela, estava farta de tanto escândalo.
No carro Ruby estava calada, visivelmente aborrecida. Mas Anna tinha que falar, mesmo defendendo Ruby, ficou irritada com as atitudes da detetive.
- Se você não saísse por aí flertando com meio mundo, não teria mulheres raivosas atrás de você.
- Ahhhh Anna não começa, estou fedendo a vinho, toda estropiada e ainda tenho que ouvir sermão?
- Não estou te passando sermão, mas de alguma forma aquela menina achou que tivesse chances, qual seu problema ?
- Nenhum, estava solteira, queria sexo e ela me distraiu simples assim.
- Ruby não me admira que a garota ficou furiosa, você a usou.
- Aí Anna somos adultos aqui, todo mundo é usado em algum momento. Por isso que prefiro pagar, essas garotas de hoje em dia é tudo mimizenta, você beija na boca já acham que vão casar. Se fuder.
- Se não pegasse mulheres tão novas isso não aconteceria.
- Sophya é maior de idade eu falei pra ela não se apegar. E chega estou cansada e com de dor de cabeça.
Ruby segue o restante do caminho em silêncio, estava louca pra tomar banho, praguejou baixinho ao olhar no retrovisor seu rosto e viu alguns arranhões. Com certeza iria ouvir piadas por aquilo.