Cap. 20

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Ruby

Ruby vai para a sua sala e abre a pasta com uma nova investigação, era mais do mesmo, só mudava os nomes, lugares e modus operantis dos novos suspeitos. Teria que verificar uma possível fábrica de drogas em um armazém. 

- Shültz o Rogers do laboratório está te chamando.

Thomas bate na porta dela mas não entra, passa o recado e saí em seguida.
Ruby pragueja, Rogers cheirava a mofo e falava cuspindo, morria de nojo do homem que era gordo e desleixado.
Descendo até o laboratório não encontra o chefe por lá.

- Aff tomar no cú, me fazendo perder tempo esse povo.

Ruby saí do laboratório e vê a máquina de guloseimas, adorava essas máquinas e foi até lá pegar alguma coisa, pensou em fazer um pouco de hora ali até vê se Rogers aparecia.
Escolheu um pacotinho de bala de gelatina e ficou comendo e nada do chefe do laboratório aparecer, decidiu ir até a sala de descanso que tinha por ali também e usar o banheiro, ficou surpresa ao encontrar Anna por lá que limpava seu jaleco, a ex deixara algum líquido marrom cair sobre ele, possivelmente café e tentava tirar a mancha.

- Merda de mancha.

Anna não percebe a presença de Ruby e joga longe o jaleco e coloca as mãos no rosto. A detetive a observa e estranha muito seu estado de espírito, Anna era uma pessoa calma e não deixava os aborrecimentos do dia a dia tirarem sua paz.

- Você está bem?

Anna se assusta e vira para a porta, instintivamente coloca as mãos na altura dos bíceps o que faz Ruby estranhar mais ainda sua reação.

- Sim, claro, por que?
- Está estranha.
- Impressão sua detetive.

Ruby entra na sala que não tinha mais ninguém além delas e fecha a porta e se aproxima, Anna recua indo para trás.
Mas a detetive logo percebe o porque da ex está estranha e na defensiva. O braço esquerdo da médica tinha uma marca roxa, Ruby percebe que eram de dedos.
Com uma passada rápida chega perto dela e pega em seu braço chocada.

- Que merda é essa Anna?
- Não é nada, tire as mãos de mim.

Anna puxa o braço no mesmo instante e se desvencilha de Ruby, pega seu jaleco e o coloca novamente.

- Aquele monte de estrume te agrediu não é?
- Não é nada disso, e não fale assim, é um mal entendido...

Ruby não se convence e diz aborrecida:

- Meu cú, tem coragem de dizer que não é nada? Sofre violência doméstica e acha que está tudo bem?
- Meu Deus Ruby não, meu marido não me bateu, só discutimos tá bom, casais brigam e ponto.
- A gente brigava também e eu nunca te agredi.
- Aí Ruby cale-se, nossas brigas eram diferentes e é isso, me deixa.

Anna massageia as têmporas, estava com uma dor de cabeça dos infernos e a presença da ex-namorada só piorava.
Se aproximando de Anna e enlaçando sua cintura com os braços, Ruby inspira o perfume dela, a médica ainda usava o mesmo perfume da época da faculdade. Enterra seu nariz no pescoço de Anna que geme baixinho.

- Se ele te machucar mais uma vez, vai se entender comigo anjo.

Anna estremece ao ouvir o apelido que ela lhe dera, há anos não ouvia e não permitia que ninguém usasse essa palavra.
Ruby mordisca o lóbulo da orelha dela, ela era tão cheirosa, era louca por ela. Jamais conseguiu esquecê-la.

- Para por favor.
- Sei que não quer isso...
- Ahhhh...

Ruby a vira e a beija intensamente, Anna retribui e coloca as mãos em seu rosto como antes...Anna estava ali novamente e Ruby geme durante o beijo. Como da primeira vez que se beijaram, ambas se entregam a paixão e se fecham em um mundo só delas, onde ninguém lhes apontaria o dedo por viverem um amor tão puro e tão profundo.

Anna

Anna beija Ruby com desejo, sentia falta do beijo, do cheiro e do toque dela que a enlouqueciam.
Sente a mão de Ruby apertando sua bunda e delira, ela era tão boa com as mãos, tinha uma pegada que tirava Anna do prumo.

- Ahhh Ru, nãããoooo.

Ruby beija o colo de Anna e sobe as mãos para acariciar os seios dela, mas a médica não permite. E se afasta de repente.

- Disse pra não me tocar não disse?

Ruby fica confusa, a magia da conexão delas se quebra de repente.

- Anna o que foi?
- Nada, volta pro seu andar, não temos mais nada.
- Por que está fazendo isso?
- Eu amo meu marido Ruby, e acho que está na hora de você seguir sua vida.

Irritada com as palavras dela, Ruby retruca.

- Ama porra nenhuma, prova pra mim eu duvido.
- Eu não tenho que te provar nada. Sou muito feliz com ele.
- Mais do que foi comigo Anna?

Anna continuava mentindo, em seu íntimo era como se repetindo isso pra Ruby e pra si mesma uma hora se tornaria verdade, nunca mais fora feliz como na época em que namorava com ela, se amavam mutualmente e gostavam das mesmas coisas, mesmo com personalidade tão diferentes.

- Ruby me deixa, nossa história acabou.
- Responde minha pergunta?
- Não lhe devo satisfações da minha vida.
- Mas eu tinha que dar da minha pra você quando a gente namorava.
- Você disse bem quando namorava, verbo passado, acabou.

Ruby se aproxima de Anna e lhe diz por fim.

- Se eu soubesse que você ia casar eu teria voltado antes.
- Ruby não me faz rir, você não teria assistido o meu casamento.
- Não pra assistir Anna, pra impedir. Eu nunca te esqueci.

Anna se emociona e observa Ruby sair, reprimiu a vontade de abraçá-la, quanto antes ela entendesse que tudo terminou, seria melhor para ambas.

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