Cap. 11

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Ruby

Ruby pega seu café e deixa os colegas na copa visivelmente irritados, não tinha ódio dos homens, mas gostava de colocá-los em seus devidos lugares. E ficou satisfeita por calar a boca de Thomas.

****

Bill o chefe dos policiais pede que Thomas acompanhe o depoimento do suspeito de Ruby e de Castilho, era um procedimento comum, por ser da homicídios ele teria que ser neutro em relação à condução do depoimento. Além de servir de testemunha se algo desse errado.
Na sala, Ruby estava sentada como sempre na beirada da mesa e Castilho em uma das cadeiras e o suspeito algemado, e o advogado ao seu lado.

- Uma testemunha viu quando o senhor entregou uma caixinha para um adolescente, pode nos dizer qual era o conteúdo?
- Não era nada demais.
- Se não era nada demais, por que não nos conta?
- Vocês não têm nada contra mim.

Ruby já perdera a paciência como sempre, odiava mentiras, pegou a pasta com fotos, lugares, horários e nomes dos clientes adolescentes e jogou na cara do homem.

- Já estamos monitorando sua atividade há algum tempo, vai continuar mentindo?

O advogado olha para as provas e depois para Ruby e a provoca.

- Srta. Shültz meu cliente não tem nada a dizer, com certeza isso foi fabricado.

Ruby se irrita ainda mais, detestava advogados.

- É detetive pra você, fabricado? Ouviu isso Castilho? Agora a gente tem tempo pra ficar alterando e fabricando coisas.

Castilho dá uma risadinha e meneia com um sim a cabeça, Ruby não tinha muita paciência com os depoimentos, motivo pelo qual ela era proibida de tomar depoimentos sozinha sem a presença de algum outro colega.

- Doutor, olha bem pra mim e pra detetive acha mesmo que ganhamos pra isso? Se poupe.
- Não sei quanto vocês ganham e nem me interessa, mas não seria a primeira vez que policiais plantam provas.

Ruby se levanta muito irritada, o cara estava testando os limites dela não era possível, pensou. Se sentou novamente, mas dessa vez perto do suspeito.

- Vamos fazer assim Sr. Duran, vai confessar o que fez e com certeza o sistema lhe dará uma pena não muito grande, o que acha?

O homem olha pra Ruby com ar superior, achara a detetive muito bonita, apesar da arrogância e lhe diz:

- Ou podemos fazer assim, você chupa meu pau e eu posso pensar, o que acha?

Ruby se emputece de vez, a razão deixa seu corpo no mesmo instante, pega a cabeça do homem e bate com ela na mesa e na mesma hora o sangue do nariz dele começa a escorrer.

- Sua lunática você quebrou meu nariz.
- E vou quebrar mais coisas.

Thomas que estava observando entra na sala rápido como um foguete e segura Ruby, mesmo pra uma mulher ela tinha forças e teve que ser mais firme.

- Me larga Thom, que esse filho da puta vai ver.
- Para com isso está perdendo a razão.

O advogado pega um lenço para ajudar seu cliente.

- Detetive isso não vai ficar assim, terá notícias minhas.

Ajudando seu cliente a levantar se retira, enquanto Ruby vocifera.

- Pode vir seu idiota, esse vagabundo que você está defendendo vende drogas para crianças, seu inútil.

Castilho balança a cabeça, lá se vai sua noite tranquila...

****

Bill estava sentado atrás de sua mesa olhando firmemente para Ruby, não sabia o que fazer com ela, ela era uma excelente detetive mas tinha um gênio terrível.
Quando seu amigo Edward lhe disse que sua filha estava indo até o departamento para conseguir a vaga que estava em aberto, não pensou que teria um abacaxi nas mãos.
Ruby era super competente no que fazia, mas não tinha paciência pra injustiças e muito menos tato para lidar com determinadas situações. Dias atrás o pai dela lhe pedira para que a deixasse fazendo trabalho burocrático, negou o pedido, Ruby solucionara casos que estavam abertos há meses e ela não aceitaria. Mas agora pensava que poderia ter tentado.

- De novo Ruby, o que eu faço com você?
- Bill o cara falou pra chupar o pau dele, maior falta de respeito.
- Controle as palavras por favor, eu vi o depoimento, mas novamente você se excedeu e novamente eu tenho um pepino pra resolver.

Ruby dá de ombros, jamais permitiria que alguém lhe faltasse com respeito.

- Ah para, nada a ver, ninguém me falta com respeito.
- É por isso que você nunca pode ficar sozinha com suspeito, se o cara te falar algo que você não goste ou ache ofensivo vai partir pra cima.
- E quem liga?

Bill respira fundo, mas responde:

- Eu, mesmo alguém fazendo algo errado não podemos agir assim e você sabe. Vou te suspender por dois dias, e reze pelo superintendente não vir me encher a cabeça por conta das suas ações. Se retire e quando voltar espero que esteja com a cabeça fria.

Ruby fica perplexa com a atitude do chefe.

- Sério Bill? Estou conduzindo uma investigação.
- Pense nas consequências antes de agir. Peça para Castilho e Thomas entrarem.

Ruby bufa, estava uma pilha de nervos, dois dias suspensa por conta de um idiota que podia lhe falar impropérios e ela tinha que ouvir calada.
Completamente irritada vai para o estacionamento pegar seu carro, deu graças a Deus por seu pai pedir a um funcionário da sede dos Crows para levar o carro pra sua casa, só gostava de usar a moto aos finais de semana, se estivesse com ela no momento era capaz de se arrebentar novamente.

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