Cap. 16

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Anna

Anna chega no trabalho e Heather como sempre lhe conta as fofocas que estavam rolando. Ela já sabia o porque de Ruby ter passado por ela feito um foguete.

- Ah então era isso.
- Por que, a sra. já sabia de algo?
- Não, mas a detetive passou por mim bem aborrecida.
- É ela tem um gênio forte hahaha.

Heather não fazia ideia, mas Anna estava acostumada e sabia lidar com esse lado de Ruby. Entretanto, ainda quando namoravam, a detetive nunca fora grosseira ou a maltratou, pelo contrário era Anna quem discutia e acabava por ser irritar. Uma porque tinha muito ciúmes de Ruby por ela ter amizade com outras garotas e outra porque a detetive não discutia a relação, sempre contornava a situação usando o charme e a sedução. Ironicamente quando fazia isso Anna sempre a comparava com homens, que tinham esse hábito e ela não gostava, bom, na verdade não gostava que homens fizessem isso, mas se era Ruby ela não ligava e gostava. Sempre faziam as pazes na cama, era o sexo mais gostoso entre o casal.

- Sim, mas parece que Castilho sabe lidar com isso.
- Sabe mesmo, e ele não ligou dela ser lésbica.
- Que bom, pra ser sincera Heather ele não tem jeito de ser homofóbico não é mesmo?
- Não, ele é de boa...eu também não ligo, agora sei que não tenho concorrência pelo Thomas.

Anna acha graça, em qual momento Heather achou que a detetive nutria algum interesse pelo colega? Mesmo que Ruby fosse heterossexual, Thom não teria chances com ela, teria que concentrar todos seus esforços para isso ela era uma mulher difícil.
A médica dá um até breve para Heather e vai para seu posto, se concentraria no trabalho, antes de sair de casa ligou na agência para contratar outra diarista. Pediu desculpas a Lucrezia, mas a moça ficou triste e disse que não voltaria mais, não podia culpá-la, em seu lugar faria o mesmo.

Ruby

Ruby chega na sede dos Crows e vai cumprimentando com acenos de cabeça quem conhece, a sede era mais movimentada que o departamento, gostava daquilo mas infelizmente não era uma deles.
A Crows Security, era especializada em todo tipo de segurança, tanto patrimonial como pessoal, tinham câmeras por todo lado e material de ponta de última geração para proteger seus clientes mais endinheirados. Deixava o Departamento de Polícia de Los Angeles no chinelo, Ruby secretamente às vezes usava as câmeras de segurança dos Crows em suas investigações, Castilho sabia e ficava apreensivo, os policiais eram proibidos de pedir ajuda aos Crows e de usar suas câmeras e drones. Mas Ruby sabia como fazer o negócio sem dar na cara que infringiu uma regra.

- Oi amor, quanto tempo?

Ruby estava diante da máquina de guloseimas escolhendo algo quando ouve Júlia.

- Ah é você...

Júlia e Ruby passaram alguns meses juntas, quando a detetive estava na Austrália no seu treinamento. Júlia tinha sido mandada por Edward para ficar de olho na filha, estava receoso que ela fizesse algo depois do fora que levou de Anna. Mas Júlia acabou por se interessar por Ruby que curou seu coração partido em seus braços.

- Pode passar o tempo que for, mas você continua linda não é Ruby?
- Hum...

Ruby não dá bola, continua escolhendo algo na máquina, não queria conversa com ela, se zangava toda vez que pensava que Júlia fingiu estar apaixonada só pra ficar perto dela e dar um relatório pro seu pai.

- Gostei do shorts.
- Júlia sai daqui e vai fingir pra outra pessoa porque não estou interessada.
- Amor nem tudo foi fingimento.

Júlia faz um movimento com a sobrancelha e lança um olhar safado pra Ruby. De início realmente fora vigiar a filha do chefe, mas a personalidade e beleza de Ruby a encantou e quando percebeu já estava na cama com ela, namoraram por alguns meses até Ruby descobrir que o pai a mandara para lhe vigiar e terminou no mesmo instante. Lamentou o fim, e agora percebia que Ruby ainda estava aborrecida por esse tempo. Ensinou alguns truques pra Ruby durante o treinamento que absorveu o conhecimento rapidamente, Júlia sabia que ela não esquecera a ex-namorada e mergulhava de cabeça. Quanto mais treinasse era melhor, assim não lambia sua feridas.

- Meu pai está aí?
- Na sala dele.

Ruby sai e vai ao encontro do pai, no caminho já pedia pra sua paciência e juízo conversarem e frearem a sua língua.

****

Edward estava no telefone quando vê sua filha entrar e faz um movimento pra ela fechar a porta. Enquanto termina sua ligação Ruby fica olhando a sede da sala do pai, as pessoas que estavam ali embaixo olham de relance pra ela e ela faz alguns acenos.

- Bom mocinha, o que tem a dizer em sua defesa?

Ruby revira os olhos e meneia a cabeça, já estava entediada. Seu pai levanta e toca no vidro da sala para que este escureça e quem está de fora não possa ver o que acontece do lado de dentro.

- Duvido que não tenha visto o vídeo.

Ruby senta e coloca os pés na mesa do pai, com um ar blasé olha para as mãos e depois para o pai.

- Tire os pés da minha mesa.

Edward odiava esse comportamento da filha, seu amor por ela era incondicional, nunca levantou a mão pra ela. Agora pensava que uns tapas teriam lhe feito bem, era o preço que pagava por sempre ter feito as vontades dela. O avô dela também a estragara, Richard tinha loucura pela única neta e como seu filho atendia a todos os caprichos dela, se fosse vivo passaria a mão como sempre na cabeça da neta.

- Quando eu falo que você está sem freios é disso que me refiro. Onde estava com a cabeça que agrediu o homem daquele jeito? Bill vai ter que fazer um relatório e você vai ter que assinar uma ocorrência, isso vai ficar na sua ficha, não tem vergonha Ruby?

Ruby não dá a mínima para o rompante do pai e o responde de má vontade.

- Blá-blá-blá...devia estar do meu lado o cara me faltou com respeito.
- Eu não vou tirar sua razão, mas já não é a primeira vez que você se excede e bate em um suspeito.

Ruby já havia perdido as estribeiras quando estava em campo com Castilho, enquanto estavam colhendo depoimentos um cara passou a mão na sua bunda e ela irritada por ter o corpo violado quebrou o braço dele. Ficou três dias suspensa e foi processada, recorreu mas acabou perdendo.
Se tinha algo que a deixava furiosa era que lhe faltassem com respeito e ficava ainda mais furiosa se lhe tocassem sem sua permissão.

- Certeza que o cara está bem pai.
- Meu Deus filha, onde você vai parar desse jeito?
- Podia parar aqui o que acha?

Lá vinha novamente ela com a mesma história. Como sempre manipulando a conversa a seu favor, pensou Edward.

- Não comece, o superintendente está furioso com Bill.
- Problema dele não meu.

Ruby observa as unhas e responde sem se importar.

- Ruby seu chefe pode perder o cargo sabia?
- Não vai perder, relaxa coroa.
- De todos daquele departamento você é a única que mais dá trabalho a ele sabia?
- Que mentira, Thom não é nenhum santo, está sendo investigado por adulteração de provas. E continua trabalhando.
- Thomas já provou que não fez nada e foi um mal entendido.
- Uhum claro...homens defendendo homens, nada de novo...

Edward passa as mãos no cabelo e pede paciência a todos os santos que conhece, se arrependia amargamente de ter incentivado a filha na carreira policial. Agora tinha que lidar com as atitudes dela e arrastara o amigo Bill junto.

- A única coisa que te peço é juízo e discernimento filha, custa tentar?
- Cacete eu não fiz nada, meu Deus.
- Continua achando que está certa?
- Claro.

Edward desiste, enquanto ela achasse que estava com a razão não adiantava gastar saliva, era perda de tempo.

- Já acabou o sermão? Posso ir coroa?
- Vamos almoçar juntos?
- Ah não pai, já que estou de "folga" vou aproveitar meu tempo.
- Ah muito obrigado pela parte que me toca.
- De nada coroa.

Ruby dá um beijo no pai e se retira, Edward fica triste, a filha sempre fora independente desde a infância, era difícil passar um tempo com ela.

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