Cap. 18

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Ruby

Depois da ação com os animais Ruby e Suzanah arrumam o espaço que usaram e conversam sobre coisas aleatórias. A veterinária adorava o estilo de se vestir da detetive, que em alguns momentos era despojado e em outros sério e classudo.

- Se você não fosse policial podia ser modelo ou qualquer coisa com moda.
- Hahaha Deus me livre, esse povo não come.

Não era a primeira vez que Ruby ouvia isso, quando sua mãe era viva, sempre insistiu para que ela tentasse a carreira na moda sem sucesso, o fato de gostar de se vestir bem levara sua mãe a pensar que ela tinha o dom pra coisa. Entretanto, Ruby não suportaria ficar horas se embelezando pra tirar mais e mais fotos, já era objetificada o suficiente como anônima, imagina se fosse famosa.

- Mas eu não falo só pelas suas roupas, falo pela sua aparência também.
- Estou ligada.

Ruby tinha a plena consciência que era bonita e atraente, mas não era do tipo que se derretia quando lhe diziam isso, então as pessoas confundiam esse comportamento com arrogância. Mas o que ela podia fazer? Só ficava sem jeito quando Anna exaltava sua beleza, aliás, a médica era a única que conseguia dominar totalmente a sua atenção e afeição.

- E você e seu ex, voltaram?
- Não, aquele idiota já está em outra.
- Hum...

Ruby não falou nada pra não entristecer Suzanah, mas era provável que o ex já tivesse outra em stand-by.

- Sabe eu não ligo, já não gostava mais dele mesmo.
- Assim é que se fala.
- E você Ruby, muito tempo solteira?
- É...sabe como é...

A veterinária confirma suas suspeitas, a detetive bem provavelmente era difícil ou se fazia de difícil. E com certeza o homem que se aventurasse com ela queria lhe por freios, mas ela era livre e jamais permitiria isso.

- O que um cara precisa pra te conquistar? Com certeza não é a beleza haha.

Ruby demora a responder, a veterinária ainda não se dera conta que ela era lésbica. Mas não era mulher de se esconder.

- Suzanah não é um cara e sim uma mulher. Não gosto de homens, eu sou lésbica.
- Ouuuuuu.

A veterinária fica em choque por um momento, nunca imaginou que a detetive se interessasse por mulheres.

- Bom, então é...assim...nossa, desculpa eu não sabia.

Suzanah fica constrangida por ser invasiva.

- Tudo bem, você não tem obrigação de saber.
- Mas...assim...você nunca?
- Nunca o quê?
- Ah você sabe para...

Ruby acha graça, se perguntava porque sempre lhe faziam essas perguntas.

- Quer saber se eu já trepei com um cara? E se sinto falta?
- É...sim.

Suzanah fica ainda mais constrangida e Ruby solta uma gargalhada.

- Não sinto falta do que nunca tive.
- Uauuu, então como sabe que é lésbica? Se nunca ficou com um homem.

Ruby observa a veterinária, como a maioria das pessoas ela achava que só poderia ser lésbica se tivesse transado com um cara e não tivesse gostado ou se fosse magoada por um.

- Gata deixa eu explicar de forma sucinta, sem entrar na parte científica da coisa. Eu simplesmente não sinto atração por eles, nunca trepei com um, mas na adolescência beijei alguns deles e não gostei, nunca teve uma química, geralmente em minha concepção eu só vou pra cama com alguém se sinto atração e tesão. Isso começa pelo beijo e nenhum cara nunca provocou um único efeito em mim, ao passo que as mulheres sempre me despertaram a atenção na medida que eu crescia e ganhava maturidade. Atração é diferente de achar alguém bonito, não é porque sou lésbica que não possa achar um cara bonito, e não tenho nada contra eles, só não me interesso mesmo.

Suzanah fica estupefata, Ruby era clara e concisa em suas palavras e se fazia entender. Não era à toa que se dava bem como policial, ela era: perspicaz, centrada, objetiva e racional na proporção que a profissão exigia e sem se dar conta passou a admirá-la secretamente.

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