— E aí, o que você disse? — Jess se inclinou pro meu lado. Senti o cheiro de shampoo em seu cabelo. Mesmo depois de um dia inteiro de aulas ela ainda estava com o mesmo cheiro que tinha quando saímos de casa.
— "Quê?" — Eu disse, olhando as atualizações do Heyou. Estava esperando pra ver se Max ia falar alguma coisa sobre aquilo e se Jamie dava algum sinal de vida.
— O que você disse? — Ela repetiu, com um tom levemente irritado. Jess odiava ter que repetir as coisas.
— Eu disse "quê?".
— Ah.
— É. Eu sei. — Arrastei o polegar pra baixo, reiniciando a página.
— Que tipo de resposta é essa, Mandy?
— Eu sei que não era a coisa certa a se dizer, ok? Foi do nada, o que eu deveria fazer? Não é como se as pessoas quisessem fazer coisas comigo o tempo inteiro.
— "Sim" ou "não", todo mundo sabe disso. — Ela olhou sobre meu ombro, pro meu celular. — O que você tá fazendo?
— Nada de mais. — Quando a página carregou, ainda não havia nada. Só as besteiras de sempre. Suspirei e levantei o pé, colocando em cima da cama de Jessica. — E você, como foi na escola?
— Eu sou presidente de classe, agora. — Ela disse, sorrindo. — E meu robô vai ser exposto na feirinha de robótica educacional do Festival de Outono.
— Que legal! Como é esse robô? — Falei, deixando o celular de lado.
— Ele faz coleta seletiva, separa bloquinhos de lego pela cor. A gente colocou um sensor de cor e umas garrinhas. A professora fez a gente trabalhar em duplas, aí o meu- o nosso- robô, meu e de Nicholas, foi selecionado pra representar a nossa turma. Nicholas é um menino da minha sala, muito quietinho, meio burrinho, mas ele consegue esconder um estojo inteiro na barriga. Ele me disse que achava que a gente já tinha se visto antes, mas ele era muito pequeno, então, não lembrava direito. Ele é meio esquisito.
— RAVEN GOSTA DO THOMAS?
— Shh! Não quer ir lá no palco falar no microfone também não? Fala baixo! — Raven tapou minha boca e sussurrou.
— Não repete, toda vez que eu lembro disso me dá vontade de vomitar. — Max fingiu segurar vômito. — Logo o Thomas, Ray?
— Ele é fofo!
— Mas logo ele?
— Que que tem ele? Ele é legal, é um bom parceiro pra fazer trabalho, também.
— É estranho! Ele é meu vizinho, a gente cresceu junto, é como ela ficar a fim do meu irmão.
— Credo, não, seu irmão tem doze. E ele enfia o dedo no nariz. — Ray cruzou os braços e tombou a cintura um pouco pro lado.
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A Vida Absolutamente Ordinária de Amanda Pritchett ⚢
Teen FictionAmanda Pritchett tem 15 anos, pais recém-divorciados, uma irmã de 11 anos, um costume antigo de rabiscar e fazer colagens, uma imaginação tão fértil que talvez seja um pouco preocupante, uma luz noturna infantil e vontade de beijar garotas. Após o d...