CAP 39 - 10 minutos no banheiro do térreo

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Assim que eu acordei no dia seguinte, depois de passar parte da madrugada jogando com Max e outra parte fazendo um trabalho de química que eu tinha que entregar hoje, eu pensei como é que eu ia agir perto dela na escola. Como é que eu ia andar no corredor sem pegar na mão dela? Será que Raven ia perceber? Claro que sim. Raven sempre percebia tudo. O que que a gente ia falar? 

— Toc toc. — Jess apareceu, já vestida, na porta aberta do meu quarto enquanto eu me arrumava depois de tomar banho.

— Oi, Jess. — Enxuguei o meu cabelo curto e preto com a toalha branca.

— Eu vim ver como você tá, depois de ontem, sabe. — Ela sentou na cama com uma caneca de chá quente.

— Eu não sei, prefiro não falar disso. — Fechei os botões da camisa branca e vesti a calça.

— Então... quer falar sobre onde você tava ontem? — Eu olhei pra ela e ri.

— Pra quê que você quer saber? — Ensaquei a camisa branca e coloquei o blazer por cima, indo até o espelho.

— Eu sou curiosa! Você sabe que eu adoro uma fofoca! — Ela deu um gole no chá.

— Você gosta é de saber da minha vida, pode dizer. Eu não sou tão chata quanto você diz que eu sou. — Dei o nó na gravata na frente do espelho. — Me dá um gole.

Ela me entregou a caneca com o chá e eu dei um pequeno gole.

— Não, sua vida é um saco. 

— Então não vou te contar. — Penteei o cabelo e fui até o banheiro passar um perfume preto que eu tinha e adorava.

— Conta, por favor, eu vou morrer de tédio nessa cidade! Eu sou a única coisa interessante que tem aqui!

No banheiro, o vidro ainda estava embaçado. O desembacei com a mão esquerda e vi que meu cabelo estava muito ajeitadinho. O baguncei um pouco pros lados, usando os dedos, quando vi Jess se escorar na porta do meu quarto, olhando pra mim.

— Você tá afim de alguém na escola, né? — Ela bebericou seu chá.

— Jess! — Olhei pros lados.

— Mamãe já saiu. Você tá, não tá?

— Talvez. — Baguncei meu cabelo mais um pouco. — Como tá meu cabelo?

— Ridículo igual à sua cara. — Ela tomou o chá. — É a que toca baixo?

— Não. Eu não gosto dela assim. É diferente. — Fui até meu quarto e peguei minha mochila. — Vamos.

— Qual o nome dela?

— Não vou te contar. — Jess pegou a mochila dela, que estava na sala, e se lamuriou.

— Conta, por favoooor! — Ela balançou o meu braço.

— Conta, por favoooor! — Ela balançou o meu braço

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A Vida Absolutamente Ordinária de Amanda Pritchett ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora