Amanda Pritchett tem 15 anos, pais recém-divorciados, uma irmã de 11 anos, um costume antigo de rabiscar e fazer colagens, uma imaginação tão fértil que talvez seja um pouco preocupante, uma luz noturna infantil e vontade de beijar garotas.
Após o d...
Eu combinei com Theo de nos encontrarmos no banheiro do terceiro andar no intervalo do almoço, o mesmo banheiro onde eu considero que tudo começou: comigo me escondendo das pessoas da escola e ouvindo sorrateiramente três garotas mais velhas falarem sobre uma festa que eu posteriormente iria mesmo sem ter sido convidada, uma festa onde eu beijaria pela primeira vez, a festa onde eu beijaria uma garota pela primeira vez. Uma garota que eu não sabia se sentia algo por mim, e que nem eu sabia se sentia de verdade alguma coisa por ela. Mas era divertido mesmo assim, não importava muito pra mim.
Eu e Jamie estávamos apoiadas na bancada fria e um pouco úmida da pia, de granito cinza.
— Então, cadê o menino que você disse que ia ajudar a gente com Aaron? — Ela suspirou, impaciente, e se sentou sobre a bancada. Eu me olhei no espelho e me apoiei contra a porta branca da primeira cabine, com as mãos entre as minhas costas e a porta.
— Eu nunca disse que era um menino.
Ouvimos a porta logo atrás das cabines se abrir e fechar lentamente. Jamie olhou naquela direção com os olhos arregalados, um pouco assustada. Ela tinha passado o dia inteiro sobressaltada. Eu, um pouco menos, eu sentia que tinha o dever de parecer pronta e forte pra enfrentar Jonathan se precisasse, mesmo que eu soubesse que não conseguiria. Jamie estava mais frágil do que eu, e eu, muito mais forte do que antes.
— Amanda! — Theo chegou, só escutávamos o som dos seus tênis estalando no piso branco até aquele momento.
— Quem é essa? — Jamie olhou pra mim, desconfiada, e tirou uma trança da frente de seus olhos, colocando-a atrás da orelha. Theo olhou pra ela e deu um sorrisinho no canto da boca.
— Quem você quiser que eu seja. — Ela falou com sua voz rouca e grossa enquanto se apoiava com os cotovelos na bancada da pia e olhava pro lado direito, onde Jamie saltava da bancada de volta para o chão.
— Ela é engraçadinha, né.
— Theo, deixa de sacanagem. — Theodora riu e estendeu a mão pra Jamie.
— Theodora Hughes, pode me chamar de Theo. — Jamie posicionou a mão dela na de Theo, que a beijou. Jamie riu e revirou os olhos, Theo olhou pra ela. — Você deve ser Jamie, né?
— Mandy, de onde ela me conhece? — Ela sussurrou no meu ouvido.
— Jamie, todo mundo te conhece. — Sussurrei de volta pra ela.
— Mas ela é do último ano. Não sabia que você conhecia gente do último ano, você é novata. E ela é durona.
— Eu tenho meus meios. — Dei um sorrisinho. Jamie se virou e encarou Theodora.
— Prazer em te conhecer, Theo. — Elas sorriram ao mesmo tempo. Theo assentiu, como se retribuísse o sentimento, e seus olhos castanhos brilharam.
— E então? Como vamos fazer isso? — Theo se puxou pra cima da bancada e apoiou os cotovelos sobre os joelhos, pendendo seu corpo pra frente e entrelaçando os dedos das mãos. Seus cabelos escuros e curtos se moveram levemente com o movimento. — Harris, né?
— Isso. Jonathan.
— Eu sei como encontrar ele. Fora da escola. — Theo olhou pra Jamie e, logo depois, pra mim.
— Como? Você conhece ele? — Jamie se apoiou na perna esquerda, com os braços cruzados à frente do corpo.
— Mais ou menos.
Olhei pra Jamie e ela olhou pra mim. Theo suspirou.
— Eu trabalho pro pai dele.
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