Amanda Pritchett tem 15 anos, pais recém-divorciados, uma irmã de 11 anos, um costume antigo de rabiscar e fazer colagens, uma imaginação tão fértil que talvez seja um pouco preocupante, uma luz noturna infantil e vontade de beijar garotas.
Após o d...
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— Oi.
A menina de boné, franja e maria chiquinhas baixas tinha a pele clara e olhos puxados, pretos como o cabelo liso dela. Ela usava calça jeans e um moletom com capuz azul escuro com uma listra azul claro, o que era meio estranho porque estávamos no verão.
Seus pés estavam apoiados em cima de um skate, indo para um lado e para o outro.
Ela tava sentada sozinha na escada do hotel, jogando em um PSP.
— Oi. — Ela não levantou o olhar pra falar comigo.
— O que você tá jogando? — Mamãe e papai faziam o check-in enquanto Jessica puxava a perna de mamãe para que eles fossem mais rápido.
— Zelda. — Ela continuou jogando.
— Posso ver?
Ela finalmente olhou pra mim, assentindo com a cabeça. Me sentei ao seu lado. Ela estava atravessando um lago com o personagem verdinho.
Mamãe deum uma caixinha de suco pra acalmar Jess, que bebeu o suco fazendo barulho.
— Qual seu nome? — Perguntei. Ela pausou o jogo e voltou a olhar pra mim.
— Maxine. E o seu?
— Amanda. — Ela sorriu sem abrir a boca e eu sorri também. — Quantos anos você tem?
— Você gosta de fazer perguntas, né? — Quando ela falou eu percebi que havia um dente faltando.
Passei o dedo pelos meus dentes. Era o terceiro dente dela que estava faltando. O de cachorro.
— É.
— Nove.
— Eu também. — Ela olhou pra mim.
— Vamos, Mandy. — Mamãe me puxou pela mão e eu me levantei. Jess segurava sua outra mão, tomando seu suco de caixinha. Papai trazia uma bolsa pequena e um funcionário do hotel levava um carrinho com nossas malas.
— Tchau. — Maxine falou. Devolvi o tchau com a mão pra ela.
Estávamos viajando de férias no período do verão, antes que eu entrasse no quinto ano. Provavelmente também era o que a família daquela garota estava fazendo.
Mamãe e papai estavam meio cansados da viagem. Diziam que no dia seguinte a gente ia para um parque aquático, mas naquele dia em que nós chegamos eles só quiseram ficar no hotel.
— Posso ir pro playground? — Olhei pra fora da janela, de onde era possível ver as piscinas e o playground do hotel.
— Desde que você leve a sua irmã. — Revirei os olhos.