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08

AZRIEL

Ela está aqui.

A voz de Rhys ecoou em minha cabeça e um segundo depois eu já estava nos céus, voando até o telhado da casa da cidade para buscar Helena. Rhys quis que as meninas tivessem a primeira impressão de voar e eu não precisei insistir para ser a carona de Helena; ele prontamente deixou esse cargo comigo.

__Lena, sua carona chegou. — escutei Rhys assim que me lancei nas sombras no alto do telhado, sem ser visto por nenhuma das duas. A risada da feérica fez cócegas do meu âmago antes mesmo de encarar aquele rosto belo e reluzente e ver seu sorriso branquinho e gentil. Tão doce. Ela caminhou até a beirada, olhando nitidamente para mim. Como se pudesse me ver. Sai das sombras uma piscada antes de agarrar sua cintura em um movimento e disparei pelos céus com ela em meus braços. Ela segurou em meu pescoço, mas não gritou.

__Você sabia onde eu estava. — disse sorrateiramente.

Ela deu um risinho.
__Senti você. — seus olhos percorreram toda a cidade enquanto voávamos até a Casa do Vento. Percebi então que ela não tinha tirado um momento para visitar a cidade lá embaixo.

__Posso te levar pra ver a cidade, se você quiser. Amanhã... ou qualquer outro dia. — meu olhar estava voltado pra ela. Todo para ela.

__Adoraria conhecer esse lugar com você. — Helena respondeu prendendo seus olhos nos meus. Achei que fosse desmaiar com aquele sorriso. — Acordei e você já tinha saído. Conseguiu descansar? — assenti suavemente para sua pergunta, e ela continuou: — Vi Feyre.

__Ela está bem?

__Na medida do possível.

__Você está bem?

Ela demorou alguns momentos antes de responder:
__Na verdade, estou muito bem. — e senti aquele olhar sobre mim de novo. Corei. — E você? Está bem? — fui pego de surpresa por aquela pergunta. Senti suas mãos no meu pescoço, seu corpo tão próximo. Minhas mãos em suas costas e joelhos... aquele cheiro, aqueles olhos marcantes e o sorriso suave me encarando...

__Acho que nunca estive melhor. — respondi com sinceridade. Aquele sentimento que estava me deixando meio louco... A resposta foi aceita com apreço; ela apertou com muita leveza meu pescoço, um ato automático, uma forma de comunicação. Me senti arrepiar.

__Você está linda. — disse baixinho.

__Obrigada, Azriel. — voltei os olhos àquela doçura. — Você também está lindo. — a pureza e a timidez de sua voz me fizeram arrepiar mais. Nossos olhos não descolavam. Sorri suavemente, sem nem tentar. — Seu sorriso é tão bonito.

__Oh... — cada momento era uma surpresa diferente... melhor. Senti meu sorriso aumentar e se tornar um risinho tímido. Ela apertou de novo meu pescoço e quase fiz uma oração para a Mãe permitir que essa fêmea em meus braços não largasse meu corpo nunca mais. — Não se compara com o seu. Você é tão doce.

Ela respirou fundo, apoiando sua cabeça em meu braço enquanto meu voo ganhava intensidade para a varanda da Casa. O pouso foi tranquilo e a coloquei no chão com delicadeza, a mesma agradeceu e inclinou a cabeça, me levando a mais um risinho e me fazendo inclinar o corpo formalmente para brincar com ela, que também riu.

__Coisa mais linda, santa Mãe! — Cassian surgiu na varanda, chamando atenção. — Vocês dois são tão fofos.

__Oi, Cassian. — revirei os olhos e nos levei até o homem vestido de couros illyrianos e sifões aparecendo. Seu cabelo estava solto e ele sorria amplamente. Helena abraçou o macho, que a retribuiu com cuidado, como se ela fosse quebrar, e aquilo não me deu muita chance de ficar com raiva.