AZRIELO jantar foi agradável, tranquilo e a comida estava deliciosa. Os olhares atentos de Feyre sobre Helena não passaram batido, e a ofereci o dobro de comida o mais despojadamente possível, me levando a uma determinada paz ao vê-la aceitar e comer bem. Mesmo assim, me forcei a prestar mais atenção nisso e estar todo ouvidos quando ela quiser me contar qual o problema.
Quando chegamos no Rita's, Cassian e Mor saltitaram até o bar, rindo e cumprimentando várias pessoas no caminho. Helena e eu estávamos de mãos dadas ao entrarmos na boate, eu caminhava em sua frente e a conduzia para a mesa que costumávamos ficar. Senti o suor de sua mão e parei, virando e buscando seu rosto perdido e amedrontado. Meu coração apertou no peito. Ela nunca tinha estado em um lugar assim antes. A música era alta, as pessoas dançavam e gritavam e o cheiro forte de bebida aprisionava o olfato. Cheguei muito perto e puxei Helena delicadamente até que pudesse falar em seu ouvido:
__Você está bem? Não precisamos ficar aqui se não quiser...
__Não, não, está tudo bem. Eu só... — ela respirou fundo e apertou meus braços — eu nunca estive numa balada antes. — e sua voz tímida me fez sorrir. Encarei seus olhos grandes e assenti. — Acho que só estou meio nervosa. — a risada dela fez meu sorriso crescer.
__Uma palavra sua e eu levo você pra casa, prometo. — segurei o queixo dela e meus olhos passearam pelo seu rosto — Vem, vamos pegar um lugar na mesa. Posso...? — perguntei ao colocá-la em minha frente e esperar antes de segurar sua cintura para conduzi-la. Ela riu e assentiu, repousando as mãos encima das minhas, causando um calafrio por todo meu corpo.
Nos aproximamos da mesa e Cassian já estava no segundo copo de uísque, Mor bebericava um martini e balançava o corpo ao som da música animada. Sacudi a cabeça e dei um meio sorriso com a cena. Helena sentou-se e observou tudo com olhos atentos e curiosos. Ofereci algo para beber e suas bochechas ficaram rosadas. Não sei o que pedir. A voz doce surgiu em minha mente. Sorri e imaginei se ela conseguia me ouvir quando disparei: Qualquer coisa, você decide. Pode ser um suco ou uma taça de vinho, não importa. Seu sorriso genuíno de alívio fez um estrago no meu peito. Um suco de morango seria ótimo. Assenti, levei as costas de sua mão até a boca e deixei um beijinho ali antes de levantar e buscar dois copos de suco de morango para nós.
__Suco? Sua amiga tem doze anos ou o quê? — disse Miranda, uma fêmea que frequentava o estabelecimento tanto quanto Mor. Ela se aproximou o suficiente para me fazer recuar alguns passos. Não era a primeira vez que tentava algo comigo, mesmo tendo sempre negado. O comentário maldoso me deu um embrulho no estômago, mas permaneci com uma expressão desinteressada.
__Boa noite, Miranda. Se me der licença...
__Ah, não me diga que puritanas fazem seu tipo! Se soubesse disso teria me comportado melhor nas últimas décadas. — o olhar sedutor que me lançou me fez franzir o cenho de desgosto. Não obstante, levantou um dedo e passou a unha tingida de vermelho sangue pelo meu peito. Quis impedir, mas estava segurando os dois copos, e atrás de mim pessoas dançavam sem que eu pudesse me mexer. — Tenho certeza que podemos nos divertir muito hoje.
__Obrigado, mas já estou me divertindo muito com minha parceira. — as palavras saíram involuntariamente. Ao me dar conta de que tinha pronunciado de fato a palavra, congelei, minha respiração ficando irregular e uma gota de suor escorrendo em minha testa. Os olhos de Miranda quase se esbugalharam de surpresa, e ela tirou as mãos de mim como se tivesse levado um choque. Talvez fosse quase isso. Não dei chance de resposta ao acenar secamente com a cabeça e me afastar praticamente voando de volta a mesa.

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us | azriel
Fiksi PenggemarEm A Corte de Névoa e Fúria, com narrações de todos os personagens desse universo e foco central em Azriel, Us traz a história original de Sarah J. Maas adaptada e modificada pela presença de uma nova peça chave no Círculo Íntimo, Helena Avalon. Aqu...