FEYREOs portões de ossos se abriram silenciosamente, revelando uma caverna de um preto tão semelhante ao nanquim como eu nunca tinha visto, nem mesmo Sob a Montanha. Segurei no pescoço o amuleto que Amren me dera mais cedo, o metal estava quente contra a palma da mão. Amren tinha saído. Eu também sairia. Rhys colocou a mão morna em minhas costas e me guiou para dentro, três bolas de luar oscilavam diante de nós.
Não... não, não, não, não...
__Respire — disse ele, ao meu ouvido. — Tome fôlego.
__Onde estão os guardas? — Consegui falar apesar do aperto nos pulmões.
__Eles moram dentro da rocha da montanha — murmurou Rhys, quando sua mão encontrou a minha e a envolveu ao me puxar para dentro da escuridão imortal. — Eles só emergem na hora de comer, ou para lidar com prisioneiros inquietos. Não passam de sombras de pensamento e um antigo feitiço.
Com as pequenas luzes flutuando adiante, tentei não olhar por muito tempo para as paredes cinza. Principalmente quando eram tão toscamente escavadas que as partes pontiagudas poderiam ser um nariz, ou uma testa enrugada, ou um par de lábios arrogantes. O chão seco não exibia nada além de pequenas pedras. E havia silêncio. Silêncio absoluto conforme passamos por uma curva e a última luz do mundo enevoado se dissipou em escuridão. Eu me concentrei na respiração. Não podia ficar presa ali; não podia ficar trancada naquele lugar horrível, morto.
O caminho mergulhava mais profundamente no interior da montanha, e segurei forte os dedos de Rhys para evitar perder o equilíbrio. Ele ainda carregava a espada na outra mão.__Todos os Grão-Senhores têm acesso? — Minhas palavras saíram tão baixas que foram devoradas pela escuridão. Mesmo aquele poder retumbante nas veias tinha sumido, enterrado em algum lugar em meus ossos.
__Não. A Prisão é a própria lei; a ilha pode até ser uma oitava corte. Mas está sob minha jurisdição, e meu sangue é a chave dos portões.
__Você poderia libertar os presos?
__Não. Depois que a sentença é proferida e um prisioneiro passa por aqueles portões... Ele pertence à Prisão. Ela jamais o deixará sair. Sentenciar pessoas para cá é algo que levo muito, muito a sério.
__Você já...
__Sim. E agora não é hora de falar disso. — Rhysand segurou minha mão para dar ênfase.
Seguimos para baixo, em meio à escuridão. Não havia portas. Nenhuma luz. Nenhum som. Nem mesmo água escorrendo. Mas eu conseguia senti-los. Conseguia senti-los dormindo, caminhando de um lado para outro, passando mãos e garras pelo outro lado das paredes.Eram antigos e cruéis, de uma forma que eu jamais tinha conhecido, nem mesmo com Amarantha. Eram infinitos, e pacientes, e aprenderam a linguagem da escuridão, da pedra.
__Quanto tempo — sussurrei. — Quanto tempo ela ficou aqui? — Não ousei dizer o nome dela.
__Azriel procurou uma vez. Nos arquivos de nossos templos e bibliotecas mais antigos. Só encontrou uma vaga menção de que ela entrou antes de Prythian ser dividida nas cortes, e emergiu depois que estas foram estabelecidas. Sua prisão é de antes de nossa escrita. Não sei por quanto tempo ficou aqui, alguns milênios parecem um palpite justo.
Horror se acumulou em minha garganta.
__Nunca perguntou?__Por que me daria o trabalho? Ela vai contar quando for necessário.
VOCÊ ESTÁ LENDO
us | azriel
FanfictionEm A Corte de Névoa e Fúria, com narrações de todos os personagens desse universo e foco central em Azriel, Us traz a história original de Sarah J. Maas adaptada e modificada pela presença de uma nova peça chave no Círculo Íntimo, Helena Avalon. Aqu...