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AZRIEL

Parceira. Minha parceira. Minha parceira.

__Você é minha parceira... — sussurrei, ainda sem acreditar que aquilo era real, que ela sabia, que me queria. Lena assentiu, sorrindo. Puxei seus lábios nos meus mais uma vez, a maciez de sua boca tornando meus pensamentos uma bagunça completa. Beijei Helena com delicadeza, suavidade, paciência. Passei as mãos por seus braços e senti seus pelos arrepiados. Deixei beijos doces no canto de sua boca e mandíbula e encarei seus olhos. Olhos inocentes e encantadores. — Quero passar o resto da minha vida ao seu lado. Quero ser seu e, pelo Caldeirão, quero tanto que seja minha. Você... você aceita... — a timidez recaiu sobre mim, e cocei a nuca, olhando para baixo, um forte mecanismo de defesa meu. Com uma risadinha, Helena puxou meu rosto e me beijou novamente, um sinal, uma resposta. Sorri abertamente — Você aceita o laço de parceria? — minha voz era baixa, intensa e ao mesmo tempo doce, o tom de voz que só usava com Helena, que descobri por causa dela. Seu sorriso enorme iluminou cada cantinho da cozinha - e do meu coração. Ela levantou uma das mãos e balançou os dedos, brilhinhos dançando ao redor deles e alcançando meu prato. Olhei orgulhoso e surpreendido para seu rosto iluminado, um sorriso travesso se abrindo. Ri e voltei a olhar o que ela aprontava; a magia de Helena desfez o sanduíche que havia preparado e, sem mais delongas, refez novamente. Levantei uma sobrancelha para a fêmea em meu colo, que riu e largou os braços ao redor do meu pescoço.

__Suponho que preparar um sanduíche já conte... — deu de ombros, seu sorriso puro e genuíno — Uma das vantagens de ouvir pensamentos é descobrir algumas coisas, sabe? Como detalhes sobre laços de parceria... — não tirei os olhos dela em nenhum segundo, mal piscando. Meu peito subia e descia pesadamente, mais acelerado que o habitual — Se a fêmea oferece comida para o macho, é sinal que ela aceitou, certo? — Helena murmurou, tomando o prato nas mãos e estendendo para mim, uma oferta silenciosa. Assenti, sem palavras, mordendo o sanduíche como se minha vida dependesse disso. De fato, essa era a sensação. — Eu aceito, Az. Quero você. — sussurrou, passando a mão em meu cabelo, me fazendo estremecer.

Olhei para minha parceira e vi o nervosismo em seus olhos. Deixei que minhas mãos percorressem suas costas e parassem em sua cintura, e apertei muito levemente. O simples toque tirou um suspiro de Helena e me deixou sem fôlego com o som. Minha doce e inocente Helena... inclinei-me para mais um beijo e grudei nossas testas. Tudo em mim gritava por ela, por cada centímetro dela, mas precisava ir com muita calma, com paciência, com delicadeza. Era tudo sobre ela, não sobre mim. E só o que queria era que fosse perfeito.

__Az... — Lena chamou, afastando nossas testas e repousando as mãos em meu rosto — Eu sei que você sabe... sabe que nunca estive com ninguém antes... — a vergonha em sua voz derreteu partes de mim que eu nem sabia que existiam — Eu confio em você. Com todo coração. Só estou um pouquinho nervosa... — ela riu baixinho, envergonhada. Neguei com a cabeça, segurando-a pela nuca e deixando selinhos em seus lábios. — Não sei o que fazer, e não sei se sou boa dessa forma pra você...

__Quando nos conhecemos soube imediatamente que você era minha. Soube e senti coisas que nunca havia sentido antes. Você mexeu com todas as minhas estruturas. Fiquei louco por você desde a primeira vez que meus olhos encontraram seu rosto, seu corpo... mas você estava morrendo quando te vi pela primeira vez e nada mais me importava senão salvar você. E então ficamos sozinhos, e esse instinto tomou conta de mim. Seu cheiro... seu cheiro evidenciou sua inocência antes das palavras, e eu estava absorto nesse cheiro. Ainda fico absorto e é difícil controlar todos os pensamentos que tenho com você quando estamos perto um do outro, porque não quero que você veja todas as coisas que quero fazer com você desde o dia em que nos conhecemos e se assuste, se sinta desconfortável. Nos conhecemos, nos tornamos amigos, e mais que amigos, e em todos os momentos eu quis você, de todas as formas. De corpo e alma. Por favor, nunca duvide disso. Tenho me controlado muito nos últimos tempos, mas é só porque não podia, não suportaria tomar nenhuma atitude que pudesse causar algum dano a você, antes de estar pronta, antes de se sentir preparada. Você não ter estado com ninguém antes não é motivo de vergonha, amor. Você é minha pura, linda e adorável parceira. Minha... e vai ser só minha pra sempre. Ah, Helena, você não sabe o quanto isso me deixa... argh, você é perfeita demais pra mim. Esperei 500 anos por você, Helena Avalon, e vou esperar por mais quanto tempo for preciso pra ter você inteira pra mim.