FEYRERhysand nos atravessou para uma floresta mais velha, mais alerta que em qualquer lugar em que eu tivesse estado. As faias retorcidas se entrelaçavam bem próximas umas das outras, manchadas e cobertas tão completamente de musgo e líquen que era quase impossível ver a casca abaixo.
__Onde estamos? — Respirei fundo, mal ousando sussurrar.
Rhys manteve as mãos casualmente ao alcance das armas.
__No coração de Prythian, há um território grande e vazio que divide o norte e o sul. No centro dele está nossa montanha sagrada.Meu coração estava acelerado, e me concentrei nas passadas entre samambaias, musgos e raízes.
__Esta floresta — prosseguiu Rhys — fica na ponta leste desse território neutro. Aqui não há Grão-Senhor. Aqui, a lei é feita por quem é mais forte, mais cruel, mais ardiloso. E a Tecelã da Floresta está no topo da cadeia alimentar.
As árvores rangeram, embora não houvesse brisa para movê-las. Não, o ar ali era sufocante e velho.
__Amarantha não acabou com eles?
__Amarantha não era tola — argumentou Rhys, a expressão sombria. — Ela não tocou nessas criaturas ou perturbou a floresta. Durante anos, tentei encontrar formas de manipulá-la para que cometesse esse erro tolo, mas ela jamais mordeu a isca.
__E agora nós a estamos perturbando, por um simples teste.
Rhys riu, e o som ecoou pelas pedras cinzentas espalhadas pela floresta como se fossem bolas de gude.
__Cassian tentou me convencer ontem à noite a não trazer você. Achei que fosse até me socar.
__Por quê? — Eu mal o conhecia.
__Quem sabe? Ele provavelmente está mais interessado em trepar com você que em protegê-la.
__Você é um porco.
__Você poderia, sabe... — disse Rhys, segurando o galho de uma faia fina para que eu passasse por baixo. — Se precisasse avançar no relacionamento em um sentido físico, tenho certeza de que Cassian ficaria mais que feliz em ajudar.
Pareceu um teste. E me deixou tão irritada que cantarolei: — Então diga a ele para vir a meu quarto esta noite.
__Se você sobreviver ao teste.
Parei no alto de uma pequena pedra coberta de líquen.
__Você parece feliz com a ideia de que não sobreviverei.__Pelo contrário, Feyre. — Rhys caminhou até onde eu parei, na pedra. Eu estava quase na altura de seus olhos. A floresta ficou ainda mais silenciosa... as árvores pareciam se aproximar, como se para ouvir cada palavra. — Informarei a Cassian que você está... aberta aos avanços dele.
__Bom — respondi. Um fragmento de ar, como se fosse vácuo, me empurrou, algo como um lampejo de noite. Aquele poder em meus ossos e sangue se agitou em resposta.
Fiz menção de saltar da pedra, mas Rhys segurou meu queixo; o movimento foi rápido demais para que eu o detectasse. As palavras pareciam carícias letais quando Rhys falou:
__Gostou de me ver ajoelhado diante de você?
Eu sabia que Rhys conseguia ouvir meu coração quando este acelerou em um ritmo estrondoso. Dei a ele um sorrisinho de raiva, libertando o queixo e saltando da pedra. Poderia ter mirado os pés de Rhys. E ele poderia ter saído do caminho apenas o bastante para evitar que eu pisasse em seus pés.
__Não é só para isso que vocês machos servem mesmo? — Mas as palavras saíram contidas, quase sem fôlego.
O sorriso de Rhys em resposta evocou lençóis de seda e brisas com cheiro de jasmim à meia-noite. Aquele era um limite perigoso: um no qual Rhysand me obrigava a caminhar para evitar que eu pensasse no que estava prestes a enfrentar, em quanto eu estava devastada por dentro. Raiva, aquele... flerte, irritação... Rhys sabia que eram minhas muletas. O que eu estava prestes a encontrar, então, devia ser realmente perturbador se ele queria que eu entrasse irritada — pensando em sexo, em qualquer coisa menos na Tecelã da Floresta.
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us | azriel
FanfictionEm A Corte de Névoa e Fúria, com narrações de todos os personagens desse universo e foco central em Azriel, Us traz a história original de Sarah J. Maas adaptada e modificada pela presença de uma nova peça chave no Círculo Íntimo, Helena Avalon. Aqu...