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AZRIEL

Nos braços do amor da minha vida nada mais importava. Bem, eu gostaria que fosse verdade, mas as coisas ao nosso redor ainda importavam. E muito.

Az, eu sei que não é uma boa hora, mas preciso do meu mestre espião.

Recebi a mensagem de Rhys assim que terminei de arrumar a bandeja com salada, torradas e suco. Caminhei até Lena no quarto e assim que abri a porta meu coração acelerou. A visão mais linda do mundo: os cabelos de Helena espalhados em ondas pelos travesseiros, seu corpo coberto pelo fino lençol aquecendo o lugar na cama que sempre estivera frio, seu sorriso manhoso e seus olhinhos fechados me derretendo a cada passo que me aproximo. Dou um beijo na ponta de seu nariz.

__Bom dia, meu amor.

__Bom dia, lindo. — seus olhos verdes encaram os meus e ela beija meu queixo — Fez café da manhã pra mim? — pergunta empolgada e assinto, seu sorriso crescendo e as bochechas corando. Como sair dessa casa? Pela Mãe! — Você sabe que tem que ir. É tudo por um bem maior.

__Quem precisa de privacidade, não é mesmo? — brinco, fazendo-a rir e me encher de beijinhos. — Eu não preciso contanto que você sempre faça isso.

__Isso o que? — suas mãos percorrem meu rosto e fecho os olhos por instinto, sentindo o toque macio de seus dedos. Dou um beijo na palma de sua mão e deixo meus olhos vagarem na imensidão dos dela.

__Transborde minha alma. É isso que você faz. Você me transborda de amor.

__Ah, Azriel... — vejo as lágrimas formando em seus olhos e seguro seu rosto com as duas mãos, beijando suas bochechas — Eu te amo. Sempre. — seu sussurro reverbera pelo meu corpo inteiro.

__E para sempre.

Azriel. Odeio mesmo interromper, mas preciso de você aqui. Agora.

__Vá antes que ele te busque pelas orelhas! — Lena ri com os lábios nos meus, fazendo cócegas. Reviro os olhos para Rhys, mas obedeço. Aponto para a bandeja de café da manhã na cama e coloco meu uniforme enquanto Helena come — Az... Vou treinar com Feyre hoje. E com o Cassian. — sua voz é fraca e sei que o motivo sou eu. Ou melhor, meu descontrole sobrenatural em relação a esses instintos primitivos de posse que me pegaram por completo depois que o laço de parceira se firmou — Eu sei que é difícil pra você me deixar ir sem manter os olhos ou as mãos em mim... mas vai ficar tudo bem, amor. Nada de ruim vai acontecer. E estamos falando do Cass, seu irmão, meu amigo. Ele nunca me faria mal.

__Não é só com a sua segurança que estou preocupado — meus punhos já estão fechados ao lado do corpo, uma raiva ensurdecedora crescendo dentro de mim. Eu sou sua. A voz doce de Helena ecoa em minha mente.

__Sua e pra sempre sua. A gente tem que superar isso, lindo. Também odeio ter que ficar longe de você, mas estamos no meio de uma situação complicada por aqui, lembra? — sempre muito doce, seu tom me acalma como uma droga injetada no peito. Fecho os olhos e respiro fundo. Sinto os poderes de Helena me abraçando, como se fizesse um carinho nas minhas sombras, passando a sensação de conforto, segurança. Assenti, mesmo ainda meio a contragosto, e deixei um beijo rápido em sua testa antes de sumir pela escuridão das sombras para encontrar Rhys.

Te amo. Tive que sair correndo ou não sairia nunca. Não tenho forças pra ficar longe de você. Mandei pelo laço, cada uma das palavras queimando de amor.