Joanne se refez primeiro do susto e se dirigiu a mãe dela.
- Você se importaria se eu desse uma volta na praia, o lugar é tão lindo que tenho vontade de conhecer – Jô falou olhando para a mãe e depois se levantou da mesa e segui a trilha por onde James havia chegado.
- Vou fazer companhia a ela, como não conhece nada, pode ser perigoso – ele falou e saiu atrás dela ainda ouvindo Daphne gritar.
- Espere!! – ela chamou, mas ele não lhe deu resposta e ela ficou olhando enquanto ele seguia pela praia atrás de Joanne.
- Espero Jô, precisamos conversar – ele gritou enquanto a seguia.
Porém, Joanne apertou o passo tentando se afastar dele, por isso, James começou a correr e logo a alcançou atrás de uma duna que tapava a visão de quem estivesse na casa.
- Me larga – ela gritou tentando soltar o braço que ele segurava.
- Acalme-se Joanne, só quero conversar com você - ele falou com irritação pela forma como ela havia fugido.
James se afastou dela e depois se aproximou de uma pedra onde se sentou esperando que Jô fizesse o mesmo.
- Você é amante de minha mãe!! Esses anos todos sonhei em reencontrá-lo e agora descubro que você dorme com ela, a pessoa que nunca me quis – ela gritou de forma desolada enquanto caminhava de um lado para o outro visivelmente descontrolada.
- Não sou amante de sua mãe – ele gritou de volta enquanto tentava segurá-la.
- A quanto tempo você mora com ela? – Jô perguntou enquanto o encarava e James desviou o olhar.
- Fazem dois anos, mas não divido a cama com Daphne – James falou tentando convence-la disso.
- Não acredito em você! Porque um homem jovem como você iria morar com uma mulher que poderia ser sua mãe? – Joanne gritou e depois sentiu-se magoada por James viver tanto tempo com sua mãe, enquanto ela, como uma tola, ficava esperando ele voltar.
Olhando para trás, agora se sentia uma completa idiota, alimentando um sonho de adolescência, enquanto que ele havia seguido em frente com sua vida.
- Acalme-se Jô, não é nada do que você está pesando. Sua mãe é uma grande amiga que me estendeu a mão em um momento difícil de minha vida. Nunca esqueci da minha promessa que lhe fiz, mas não queira voltar para você com uma mão na frente e outra atrás – ele falou nervoso, enquanto ela o encarava.
- Mas também nunca me procurou! Fazem 10 anos e você sempre soube onde me encontrar e nunca veio me ver – Jô falou em tom de acusação.
- Sei que você tem razão, primeiro fomos morar em San Francisco, cidade que achei uma merda de morar. Depois fui fazer a faculdade em Los Angeles e tentei de todas as formas expor minhas pinturas e não tive sucesso. Depois de alguns anos, estava tentando vender meus quadros a beira da praia, foi quando conheci sua mãe. Ela disse que gostou do meu trabalho e se ofereceu para me ensinar a amadurecer minha obra, pois segundo ela, eu tinha potencial para ser um grande pintor. Ela também me apresentou as pessoas certas que facilitaram a minha entrada no mundo das artes. Não sei se você sabe, mas é um mundo seleto onde que indica muitas vezes tem mais valor que o próprio talento do pintor. O que você teria feito em meu lugar? – ele gritou com indignação.
- Não sei – ela falou com a voz fraca, ainda em dúvida sobre a situação.
- Pois eu lhe digo. Você teria feito a mesma coisa, teria aceitado a ajuda de uma pessoa honesta que só lhe queria ajudar a fazer sucesso. Admito minha culpa por não a ter procurado antes, mas recém agora estou começando a ficar conhecido e meus quadros a ter algum valor. Nunca te esqueci Jô, a sua imagem me acompanhou esses anos todos. Também não sabia que Daphne era sua mãe, ela nunca tocou no assunto e apesar de acha-la parecida com você, nunca me passou pela cabeça que você pudessem ter algum parentesco – James falou e passou a mão nos cabelos com nervosismo.
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Coração Despedaçado
RomanceJoanne Monroe havia sido amiga de infância e vizinha de James Sinclair quando ele morava em Dundalk, uma pequena cidade perto de Baltimore. Na adolescência eles foram namorados, mas logo os pais de James se mudaram para San Francisco e James promete...