Joanne Monroe havia sido amiga de infância e vizinha de James Sinclair quando ele morava em Dundalk, uma pequena cidade perto de Baltimore. Na adolescência eles foram namorados, mas logo os pais de James se mudaram para San Francisco e James promete...
James foi até a caixa de correio para buscar a correspondência, havia algumas cartas endereçadas a Daphne, propagandas e um envelope vermelho para ele, mas sem remetente. Quando ele olhou perto do selo o viu que o local da postagem era Baltimore, ele logo soube que a carta era de Jô. Por isso, ele guardou o envelope dentro da calça e o cobriu com a camisa e depois voltou para casa, onde Daphne estava sentada na sala lendo um livro.
- Aqui está a sua correspondência – ele falou entregando os envelopes para ela – Vou dar uma volta na praia – James estava ansioso para ficar sozinho para ver o que tinha dentro do envelope.
-Não esquece que precisamos ir na galeria, George quer fazer uma nova exposição conjunta de nosso trabalho – Daphne falou enquanto o estudava com atenção, ela já havia percebido que ele andava distraído e distante, desde que reencontrará Joanne.
- Eu sei, não vou demorar – ele falou e depois caminhou lentamente em direção a praia.
James afastou-se a uma boa distância da casa, de onde Daphne não poderia vê-lo e então se sentou a sombra de uma árvore. Depois ele pegou o envelope e o abriu e viu que dentro tinha uma fotografia e assim que ele viu a imagem, logo soube por que Jô a havia mandando para ele.
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Ele ficou batendo a foto na mão esquerda enquanto olhava para o mar, estava triste por eles, pelo que poderia ter sido, se sua vida tivesse sido diferente. Ele entendia a atitude dela, estava ferida e, por isso, também queria feri-lo e mostrar que havia seguido em frente. Como condená-la se ele havia feito o mesmo, com o passar dos anos e a distância que os separava, ele não conseguira manter-se fiel. Só desejava que ela não saísse ferida dessa relação, a carta só fora importante para ele, pois mostrava que apesar de tudo, ela não amava esse homem, se amasse não teria enviado a foto para ele e esse pensamento lhe dava algum conforto. Ele decidiu permanecer em silêncio, agora era hora dele planejar sua vida para mais adiante, depois que Daphne não estivesse mais aqui, até lá, ele iria ajuda-la enquanto a doença avançava de forma silenciosa.
Joanne não recebeu nenhuma resposta da parte de James e continuou sua vida, fingindo que ele e Daphne nunca houvessem existido. Continuou seu namoro com Eric, mas se viam com menos frequência do que ela gostaria, pois ambos trabalhavam em hospitais diferentes e isso dificultava a compatibilidade de horários para eles se encontrar. Num domingo em que Eric estava de plantão, Joanne resolveu visitar o pai, pois já fazia vários dias que não se viam pessoalmente.
- Que bom receber a sua visita, estava com saudades – Willian a recebeu com um beijo afetuoso
- Também estava com saudades do senhor – Jô falou enquanto eles entravam em casa.
Os dois conversaram com animação enquanto passaram o dia juntos, colocando as novidades em dia e Joanne falou sobre seu namoro com Eric, das suas dificuldades no trabalho, suas expectativas para o futuro. Apesar de estar acompanhando o estado de saúde de Daphne, Willian sempre teve o cuidado para não tocar no nome dela, pois não queria chatear a filha, por isso, ele se surpreender quando Jô tocou no nome dela.
- Não sei porque nunca tocamos nesse assunto, mas após a separação de vocês, Daphne parece que nunca teve problemas em assumir compromisso com outros homens. Porque o senhor nunca fez o mesmo, casar ou ter uma namorada? – Joanne perguntou, pois o pai nunca a apresentou a outra mulher, desde que ela tinha idade suficiente para lembrar.
- Tenho um relacionamento com outra pessoa já a uns 3 anos, mas nunca falei sobre isso, pois você já estava morando em Baltimore e no começo foi mais um namoro sem grandes pretensões – o pai dela falou enquanto estudando a reação da filha.
- Que bom pai, fico feliz que você esteja namorando, confesso que nós vivemos tanto tempo um em função do outro, que o fato de o senhor querer uma namorada ou esposa, nunca passou pela minha cabeça e isso foi egoísta da minha parte – Jô falou fazendo meia culpa pelo pai ter ficado tanto tempo sozinho.
- Depois que sua mãe foi embora realmente me dedique a cuidar de você e a minha profissão, mas só depois que você já estava na faculdade de medicina, é que resolvi ter uma relação mais séria com outra pessoa, até porque estava começando a me sentindo sozinho – Willian falou feliz pela filha ter aceitado sem problema outra mulher na vida dele.
- Qual o nome dela e o que ela faz da vida? – Jô perguntou já curiosa para saber como seria a namorada do pai.
- O nome dela é Susan O'Neill, ela é uma enfermeira ruiva, bonita e temperamental – ele completou a frase dando uma risada divertida ao descrever a namorada.
- E quando vou conhecer essa beldade? – Joanne perguntou deixando o pai surpreso, pois ele não havia feito planos recentes de apresentar Susan à filha.
- Podemos marcar um almoço para o próximo final de semana que você vier, só me avisa com uns 2 dias de antecedência para avisar Susan – o pai se mostrava feliz pelo interesse dela em conhecer sua namorada.
- Claro, farei isso – Jô falou com animação e percebeu que o pai ficava feliz em falar de Susan, sinal de que a relação deveria estar indo bem.
- E você, como vai o namoro com Eric? – Willian perguntou e logo viu o pouco entusiasmo da parte dela.
- Realmente não sei se ele é a pessoa que quero para ter sempre ao meu lado. Nós nos divertimos junto, gosto da companhia dele, mas não sei lhe dizer, é como se faltasse algo que não sei definir. Não sei se isso é algo relacionado a Eric, ou se sou eu mesma o problema, talvez ainda esteja muito apegada a James e não tenha me dado conta – Jô falou e depois deu um longo suspiro de desanimo.
- Você ainda é muito jovem e tem um longo caminho pela frente, então leve essa relação com calma, leveza na alma, tire tudo de bom que você puder desse seu relacionamento com Eric e se você sentir que não é ele, segue adiante. A vida é assim mesmo, devemos tirar o que há de melhor da nossa relação com outras pessoas, é isso que nos faz amadurecer e sermos melhores para nós mesmos e para os outros – Willian falou e depois Jô o abraçou com carinho, pois ela gostava de conversar com o pai, que sempre tinha uma palavra de apoio ou conforto para falar aos outros.
Joanne voltou para Baltimore se sentindo melhor do que quando havia saído de lá, chegando em casa, refletiu sobre o que havia conversado com o pai. Queria incentivar o pai a ter uma pessoa em sua vida de forma permanente, quem sabe ele até casasse outra vez. Ela não achava justo ele ficar tanto tempo sozinho, se sacrificando por ela, enquanto Daphne vivia como se nunca tivesse tido um marido ou filha.
Willian finalmente revelou seu namoro, agora que sabe não sai um casamento!😀😀
